DENUNCIADORES NA ONU
ONU, que estima e protege os denunciadores, impede que Wasserstrom se torne vítima de constrangimento oficial
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Teoricamente, a ONU estima e protege os denunciadores. Na prática, prevalece uma atmosfera de camaradagem em que a divergência conta como deslealdade. Agora a corte mais alta da ONU defendeu uma vítima de constrangimento oficial.
James Wasserstrom foi enviado a Kosovo para combater a corrupção. Em 2007, ele começou a manifestar preocupações em relação ao que via como desvios de conduta que envolviam ligações entre a ONU e uma empresa de serviços básicos local. Suas preocupações foram ignoradas. Após ter reclamado com o escritório de supervisão da ONU, ele diz, o seu chefe cortou a sua equipe, o que teve o efeito de abolir o seu cargo, e abriu uma investigação por desvio de conduta contra ele. Isso culminou com sua detenção, buscas em sua casa e carro, e outras humilhações.
Ele apelou para o Escritório de Ética da ONU. Após uma investigação que durou um ano, julgou-se que as medidas tomadas contra Wasserstrom foram excessivas, mas que não constituíram retaliações contra um denunciador.
Em 21 de junho, após uma longa e cara batalha legal que exumou documentos que sustentavam a tese de Wasserstrom, o novo Tribunal de Disputas da ONU derrubou a decisão anterior. Sem deliberar a respeito da alegação de corrupção, o juiz Goolam Meeran, em um julgamento intenso, afirmou que “qualquer revisor razoável” teria percebido os conflitos presentes na documentação da ONU e requereu, pelo menos, mais investigações a respeito do tratamento do reclamante. Wasserstrom agora trabalha como um funcionário anti corrupção na embaixada americana em Kabul e pode ganhar até US$ 1 milhão por danos, além de ter seus custos ressarcidos. A ONU agora tem que negociar a respeito disso.
Wasserstrom afirma que o seu objetivo principal é acelerar a reforma da ONU. Ele é particularmente crítico dos funcionários de alto escalão, incluindo o secretário geral, Ban Ki-moon, por “deliberadamente debilitar o que eles afirmam se tratar de apoio para os denunciadores” e por induzir a Assembleia Geral ao erro em respeito a essa questão. Eles claramente nunca esperavam que eu fosse levá-los ao tribunal”, afirmou. A ONU disse que não comentaria o caso enquanto a discussão a respeito das reformas estivesse em andamento.
Fontes: The Economist-United notions
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