Primeiro-ministro turco respondeu a informações de que rebeldes curdos assumiram controle de 5 cidades sírias
26 de julho de 2012 | 11h 56
estadão.com.br
Texto atualizado às 19h30
Osman Orsal/Reuters
Erdogan: Turquia pode agir contra grupo curdo na Síria
ANCARA - O governo da Turquia disse nesta quinta-feira, 26, que não vai tolerar a criação de uma região autônoma curda na Síria, próxima da fronteira entre os dois países. Para o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, uma autoridade curda do lado sírio da fronteira serviria de abrigo para guerrilheiros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão ( PKK).
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Rebeldes curdos controlam cinco cidades no Curdistão sírio. Dissidentes sírios acusam os curdos de colaborarem tacitamente com Assad, assassinando manifestantes contrários ao ditador. De acordo com Erdogan, o Exército turco está monitorando de perto a situação. Ele alertou o PKK e o Partido da União Democrática, que representa os curdos na Síria, contra qualquer tentativa de colaboração.
"Não seria possível para nós tolerarmos isso", declarou Erdogan antes de embarcar para Londres, onde assistirá à abertura dos Jogos Olímpicos. "Ninguém deve tentar nos provocar. Se for necessário tomar medidas contra o PKK, não hesitaremos."
O conflito entre rebeldes curdos e o governo central de Ancara deixou dezenas de milhares de mortos nos últimos 28 anos. Minorias curdas vivem também no Irã, no Iraque e em alguns países do Cáucaso.
Erdogan disse também que orientaria o chanceler Ahmet Davutoglu para discutir as preocupações turcas com o PKK com representantes do Curdistão iraquiano, que tem status de região semiautônoma.
"Temos confiança em vocês, por favor não participem de decisões erradas", pediu Erdogan aos iraquianos.
Nos últimos anos, a Turquia tem atacado posições do PKK o Iraque. As declarações de Erdogan indicam que o mesmo poderia ocorrer em território sírio.
Distanciamento.Antes aliado de Assad, Erdogan tem se tornado cada vez mais crítico do regime sírio. A Turquia recebeu cerca de 44 mil refugiados do conflito, segundo a ONU.
Erdogan disse acreditar que Assad estava próximo de deixar o poder e a Síria deveria se preparar para uma "nova era". O líder turco pediu também a criação de um governo de transição que elabore uma nova Constituição e eleições livres para a Síria.
O primeiro-ministro também não descarta a hipótese de montar uma zona tampão para civis do lado sírio da fronteira com a Turquia. Segundo ele, a medida poderá proteger civis que fogem da violência no país,
"Uma zona de segurança, uma zona tampão, ou campos de refugiados: há as três alternativas", disse. "As prioridades vão variar conforme a situação no terreno evolui."
Rússia
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que não podem haver conversas sobre corredores humanitários na Síria e acusou o Ocidente de alimentar a violência ao apoiar a oposição. As críticas são uma reposta ao plano da Liga Árabe de buscar uma nova resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) incluindo a permissão de entrada para equipes humanitárias em toda a Síria.
A Rússia, principal aliada e protetora do regime do presidente Assad, em parceria com a China, vetou três resoluções na ONU que imporiam sanções contra o país. Moscou insiste que o governo e a oposição devem negociar.
Irã
O encarregado pelas questões internacionais do Irã, o vice-presidente Ali Saeedlou, disse que o país está pronto para compartilhar suas "experiências e capacidades" com o regime de Assad. Em reportagem publicada na noite de quarta-feira pela agência de notícias do governo, Saeedlou descreveu a Síria e o Irã como dois poderosos países capazes de influenciar a estabilidade regional e global. "Teerã está pronto para dar sua experiência e capacidade para a amiga e irmã nação da Síria", disse ele após reunir-se com o vice-primeiro-ministro, Omar Ibrahim Ghalawanji.
O encarregado pelas questões internacionais do Irã, o vice-presidente Ali Saeedlou, disse que o país está pronto para compartilhar suas "experiências e capacidades" com o regime de Assad. Em reportagem publicada na noite de quarta-feira pela agência de notícias do governo, Saeedlou descreveu a Síria e o Irã como dois poderosos países capazes de influenciar a estabilidade regional e global. "Teerã está pronto para dar sua experiência e capacidade para a amiga e irmã nação da Síria", disse ele após reunir-se com o vice-primeiro-ministro, Omar Ibrahim Ghalawanji.
Com AP e Reuters
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