Remendo oficial – Quando Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, externou sua preocupação com a situação dos aeroportos brasileiros, tendo como prisma de análise a Copa de 2014, o então presidente Luiz Inácio da Silva, de forma inominada e transversa, chamou-o de “idiota”. À época a Copa ainda era um evento supostamente distante e por isso não se deu muita importância à declaração de Valcke, que mais tarde teve a sua preocupação confirmada.
Não faz muito tempo, o mesmo Jérôme Valcke disse que o Brasil precisa de um “chute no traseiro” para cumprir o cronograma das obras para a Copa do Mundo. A declaração constrangimento entre autoridades da República, como se o governo brasileiro estivesse cumprindo com o que prometeu em relação às obras de infraestrutura. Acontece que Valcke errou na forma, mas acertou no conteúdo.
Há algumas semanas, o ucho.info noticiou que hospedar-se durante a Copa seria uma epopeia em todas as cidades-sede. E citamos como exemplo a situação dos hotéis do Rio de Janeiro, que por causa da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, já não têm vagas para quem quiser acompanhar o evento. Na ocasião lembramos que o público da Rio+20 será equivalente a 62,5% da lotação do Maracanã e que, como já acontece em outras ocasiões, a saída será se hospedar em motéis da capital fluminense.
Se depender dos palacianos, as nossas previsões são de quem torce contra o Brasil, como reiteradas vezes nos acusou Lula, mas é preciso planejamento e responsabilidade ao tratar de eventos de magnitude. Recentemente, a jornalista Maria Gabriela entrevistou Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e diretor de seleções da CBF, que admitiu que os turistas encontrarão “puxadinhos” nos aeroportos e enfrentarão sérios problemas de hospedagem, exceto no Rio e em São Paulo.
Andrés Sanchez erra ao excluir o Rio e São Paulo do olho do furacão, pois em ambas as cidades os hotéis há muito operam no limite da capacidade durante boa parte do tempo. Na capital paulista a situação deve ser mais complexa, pois o estádio que servirá de palco da abertura da Copa, o Itaquerão, fica distante da região que abriga os principais hotéis. Diante desse preocupante cenário, os empresários da motelaria já se preparam receber turistas durante a Copa.
Para comprovar a nossa previsão, a taxa de ocupação de hotéis em São Paulo chegou a 73,56% em março, 9% maior que no mesmo mês de 2011. Os dados foram divulgados pelo Observatório do Turismo da Cidade de São Paulo, núcleo de estudos e pesquisas da São Paulo Turismo (SPTuris). O estudo mostra também que cresceu a ocupação dos hotéis paulistanos nos finais de semana, que em março chegou a 58,74%.
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