&nb sp; Daltro Jacques D’Ornellas
12 de março de 2012
Uma fração de militares inativos das Forças Armadas produziu o Manifesto “Alerta à Nação”, com o objetivo de golpear a verdade, cuja Comissão foi determinada por lei aprovada no Congresso Nacional, além de tentarem desmoralizar o governo da Presidente Dilma Rousseff, especialmente seu Ministro da Defesa Celso Amorim.
E por que esses golpistas pedem a cabeça de Celso Amorim? Porque Celso Amorim provou, na prática, ser um inconteste defensor da independência e soberania do Brasil nos foros internacionais e não um mero fantoche a serviço da política de guerra dos EUA! Esses indisciplinados estúpidos se tornaram coniventes com as pressões desrespeitosas e intervencionistas contra o nosso país por parte do ex-Embaixador dos EUA no Brasil Clifford Sobel que, em seus relatórios feitos a Washington em 2009, conforme divulgação do site WikiLeaks, criticou nossa política externa e anunciou a tentativa infame de cooptarem nossos jovens diplomatas para servirem aos seus interesses hegemônicos genocidas!
A linguagem raivosa e desrespeitosa desses fracionários golpistas revela quão importante foi a criação da Comissão da Verdade, embora o debate preliminar sobre sua necessidade e alcance tenha sido limitado.
Apesar da Comissão não ter sido instalada, a Verdade já está trabalhando, está identificando os renegados que não suportam que a luz da verdade penetre na consciência dos brasileiros.
A verdade é que todos os que ingressam no Exército prestam o Juramento do Soldado Brasileiro: “Incorporando-me ao Exército Brasileiro prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado. Dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria cuja honra, integridade e Instituições defenderei com o sacrifício da própria vida!”
A verdade é que nós, do Exército Brasileiro, por sermos fiéis a esse Juramento, fomos presos e demitidos da Corporação, e os que o traíram, subvertendo a Ordem Constitucional, abolindo o Estado Democrático de Direito e depondo o Presidente da República, acabaram por solapar a Soberania Nacional em criminoso conluio com o governo dos EUA.
A verdade é que o Golpe de 1º de abril de 1964 produziu um violento estupro sócio econômico no povo brasileiro, em decorrência da política submissa aos banqueiros de Wall Street. A nossa Dívida Externa, cujo estoque totalizava três bilhões de dólares em 1964 aumentou exponencialmente, constituindo o mais gigantesco ato de barbárie cometido pela Ditadura e seus patrões do Norte contra o povo brasileiro e que continuou sendo mantido pelos governos civis!
A verdade é que os crimes de assassinato sob tortura, praticados por esses bandidos usurpadores da lei, contra os legítimos soldados do Brasil, durante a guerra suja encoberta, precisam ser revelados para que o povo brasileiro conheça sua verdadeira História!
A própria Anistia Política de 1979 e a “abertura democrática” resultaram da necessidade do governo dos EUA de lavar a cara suja das ditaduras latinoamericanas que eles próprios promoveram. Tudo isso foi conseqüência dos gigantescos gastos com a Guerra do Vietnam, que os obrigou a elevarem a taxa de juros em 21,5% no final de 1980, para poderem rolar sua enorme dívida de guerra.
Os EUA ainda se viram compelidos a transplantarem suas indústrias para a China e foi justamente esse fato que determinou a execução de um “cavalo de pau” na sua política de “Direitos Humanos”.
Portanto, neste projeto hegemônico Estadunidense, as ditaduras latinoamericanas e outras deveriam ser abolidas, dando lugar às “democracias representativas”, mantido, obviamente, o controle econômico e financeiro determinado por Wall Street.
E não foi por outra razão que, em 2002, nas vésperas da eleição, o presidente FHC chamou os candidatos Lula, Serra, Cyro e Garotinho para que se comprometessem com a manutenção da política econômica subserviente aos EUA! E todos eles se comprometeram!
Alguns fatos da História do Brasil merecem ser revisitados.
Em meados de 1953, Getúlio Vargas nomeou João Goulart Ministro do Trabalho. A ação nacionalista e popular de Jango provocou o ódio de quase uma centena de oficiais entreguistas, isto é, serviçais do governo dos EUA! O episódio ficou conhecido como o “Manifesto dos Coronéis”, cuja divulgação ocorreu em fevereiro de 1954 e teve o apoio de empresários e do governo dos EUA, pois se tratava de um aumento do salário mínimo. Em decorrência dessa espúria pressão, Getúlio Vargas demite Jango e o Ministro da Guerra General Estillac Leal, também nacionalista. Seis meses depois, em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas se suicida, deixando a “Carta Testamento”, documento que denuncia a guerra suja encoberta dos EUA contra o Brasil!
Em 1955, o General Henrique Teixeira Lott, com o apoio dos subtenentes, sargentos e oficiais nacionalistas, desmonta a subversão da banda podre golpista do Exército e garante a posse de Juscelino Kubitschek na Presidência da República no ano seguinte.
Durante o governo JK (1956-1960), todos os golpistas que atentaram contra as liberdades democráticas em Aragarças e Jacareacanga, foram anistiados por ele.
Em agosto de 1961, quando Jânio Quadros renunciou à Presidência do Brasil, os três Ministros Militares, Denys, Heck e Grun Moss golpearam o País, tentando impedir a posse de João Goulart na Presidência da República. Nessa época, Jango estava retornando de visita à República Popular da China, cuja Revolução Socialista ainda era uma criança com 11 anos. Foi quando Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul, interpretando a lógica “Quando os soldados não são patriotas, os patriotas tem que ser soldados!” levanta o povo gaúcho, com o apoio da Brigada Militar. O Comandante do III Exército, General Machado Lopes, também assumiu a defesa da legalidade constitucional ameaçada pelos sediciosos apátridas, porque era um general patriota e também porque a maioria dos efetivos do III Exército estava a favor da posse de Jango.
Era muito difícil naquela época e continua sendo muito difícil ainda hoje, um comandante se posicionar contra a vontade de sua própria base militar, seu estofo físico, seus comandados. A vontade do povo reunido na Praça da Matriz em Porto Alegre era levar Jango, em caravana, até Brasília e empossá-lo na Presidência da República. Entretanto, a vontade popular não foi levada em conta e a frustração da massa foi total quando a conciliação articulada por Tancredo Neves junto aos golpistas institui o parlamentarismo no Brasil, o qual foi abolido, em janeiro de 1963, com 82% dos votos no Plebiscito.
Como a História ensina, há momentos em que plebiscito é um santo remédio!
Em dezembro de 1963, junto com dezenas de sargentos, nos reunimos com o ex-Presidente Juscelino Kubitschek para preveni-lo das articulações golpistas contra Jango e que deveriam atingi-lo, uma vez que JK era candidato nas eleições presidenciais que deveriam ocorrer em 1965. Depois de JK ouvir nossas explicações sobre a preparação acelerada golpista, nos respondeu: “Não, não é possível, não tem nada disso”. Tornamos a alertá-lo, mas não teve jeito, JK achou que o Golpe era uma fantasia nossa.
No início de março de 1964, fomos junto com outro companheiro do Exército falar com o General Assis Brasil (Chefe da Casa Militar de Jango e responsável pelo “Dispositivo Militar”). Nessa ocasião, fizemos pesadas críticas ao Dispositivo que, supostamente, seria poderoso. Explicamos ao General que havia oficiais reconhecidamente golpistas ocupando importantes comandos de tropas, enquanto os oficiais nacionalistas ocupavam gabinetes burocráticos. E, a cada denúncia que fazíamos, nossos companheiros eram presos e transferidos para unidades de fronteira.
No momento derradeiro do Golpe de 1º de abril de 1964 fomos, junto com dezenas de subtenentes e sargentos do Exército, exortar o General Oromar Osório, comandante da Divisão de Infantaria da Vila Militar, para que ele assumisse o comando da resistência ao golpe entreguista, porém o general Oromar negou-se a resistir, alegando que o Presidente João Goulart não queria que houvesse derramamento de sangue entre irmãos. Argumentamos com o general Oromar que não haveria derramamento de sangue, porque dispúnhamos de maior apoio dentro dos quartéis do Rio de Janeiro na defesa da legalidade democrática. Entretanto, o general Oromar Osório se manteve inerte no momento mais dramático para a população brasileira, esquecendo seu juramento de outrora!
Muitos desses fatos da História do Brasil que tivemos o privilégio de participar, devem nos ajudar a tomar as decisões baseadas na justiça e no respeito à dignidade humana, na defesa da paz e na condenação da guerra. Portanto, entendemos que o governo da Presidente Dilma Rousseff tem os instrumentos legais, institucionais e democráticos para solucionar tão anacrônico impasse!
Todavia, não podemos nos descuidar, face ao advento, em 2007, da Crise Econômica Capitalista Completa e Terminal, cujo epicentro ocorreu nos EUA, transbordou para a Europa e agora se expande para as demais regiões da Terra. Para nós, é gritante a evidência de já estar sendo engendrada, por pressão do Pentágono e aquiescência do presidente dos EUA, uma nova configuração geopolítica, cujo objetivo é transferir os efeitos da Crise para muito além dos limites suportáveis aos brasileiros e demais povos do mundo. E é aí que entram em cena seus serviçais de sempre! Suas bestas de guerra!
“Só vos peço uma coisa: se sobreviverdes a essa época, não vos esqueçais! Não vos esqueçais nem dos bons, nem dos maus. Juntai com paciência as testemunhas daqueles que tombaram por eles e por vós.
Um belo dia, hoje será o passado, e falarão numa grande época e nos heróis anônimos que criaram a História.
Gostaria que todo o mundo soubesse que não há heróis anônimos. Eles eram pessoas, e tinham nomes, tinham rostos, desejos e esperanças, e a dor do último de entre os últimos não era menor do que a dor do primeiro, cujo nome há de ficar. Queria que todos esses vos fossem tão próximos como pessoas que tivésseis conhecido como membros da vossa família, como vós mesmos.”
Testamento sob a Forca – Júlio Fuchik – Edit. Brasil Debate, 1980
“Este mundo de guerras, de sobressaltos e insegurança, do lucro como motor de desenvolvimento, dos grandes monopólios subordinando aos interesses de uma minoria todos os aspectos da vida social, este mundo dividido em explorados e exploradores, em que a fome elimina anualmente milhares de vezes mais vidas humanas do que a criminosa guerra do Vietnã, este mundo perdeu sua razão de ser, quando se consomem milhões de dólares para matar a outro homem, quando os orçamentos militares são constantemente aumentados em detrimento de necessidades vitais, quando a separação entre humildes e poderosos atinge as proporções de um verdadeiro cataclismo, quando as mais ponderadas manifestações de alerta são silenciadas a bala, quando o descontentamento se torna universal e o indivíduo desfalece nas tramas de forças materiais que ele não dirige e muitas vezes não compreende.”
LUIZ EURICO TEJERA LISBÔA
“Militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), desaparecido e morto em setembro de 1972.”
“Luíz Eurico viveu intensamente a sua época e absorveu os ideais de justiça e liberdade. Sua poesia assim se revela e aproxima-se com sensibilidade à resistência do povo vietnamita em Balada de Ham-li:
“Na pequenina aldeia
de Luang-Ding
um menino
de pele amarela
e olhos rasgados
está
silencioso
deitado no chão
seu nome
Ham-li
as mãos
as pequeninas mãos
de Ham-li
estão crespadas
retorcidas
por uma grande dor
os pequeninos braços
fortes de Ham-li
- menino camponês
estão descarnados
e já se decompõem.
Os pequeninos pés
andarilhos de Ham-li
- menino soldado –
encolhidos
assemelham-se a uma
terrível garra
A pequenina face
de pele macia
onde brilhavam
os negros olhos rasgados
o menino Ham-li
escondeu-a no ventre aberto
para que o mundo
não visse tanto horror.
Mas ao pequenino coração
do menino Ham-li
o Napalm
não poderia jamais atingir!
Entre os escombros
da pequenina aldeia
de Luang-Dinh
um menino
de pele amarela
e olhos rasgados
está
silencioso
deitado no chão.
O pequenino coração
do menino Ham-li
pulsa
inalterado
sobre todo o Vietnã.”
“DOSSIÊ DOS MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS A PARTIR DE 1964
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Instituto de Estudo da Violência do Estado – IEVE – Grupo Tortura Nunca Mais – RJ e PE
CEPE – Companhia Editora de Pernambuco”
Daltro Jacques D’Ornellas
(Capitão Reformado do Exército Brasileiro e vice-Relator da CPI da Dívida Externa e FMI da Câmara dos Deputados em 1983 e 1984)
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RESPOSTA AO CERCO GOLPISTA À VERDADE
Capitão Jacques,
Sou tenente coronel de infantaria, reformado. Requeri transferência para a reserva ao completar 30 anos de efetivo serviço, computados os anos de EPC, AMAN, serviço nacional relevante e licenças não gozadas. Saí por ter sido aprovado em concurso público de títulos e provas para professor de uma universidade federal e não vislumbrar a possibilidade de atingir o generalato por não ter tido oportunidade de cursar a Escola de Estado-Maior. No mundo acadêmico graduei-me em Administração e Ciências Contábeis e realizei cursos de pós graduação latu e strictu sensu nessas áreas de conhecimento. Ao atingir o tempo de serviço público necessário requeri aposentadoria voluntária pela Universidade Federal Fluminense e ingressei em uma universidade privada, mais por diletantismo, pois gosto do que faço. Ressalto, com orgulho, que senti, ao longo de quase trinta anos de magistério, que os militares são tidos, no conceito dos alunos, entre os melhores e mais respeitados professores. Por oportuno e para seu conhecimento estou anexando o discurso que proferi, homenageado por uma turma de formandos em Administração da Universidade Federal Fluminense, honra que me foi concedida embora já estivesse aposentado. Ao concluir a saudação aos formandos da Turma Tropa de Elite (nome sugestivo, que indica no imaginário de nossos jovens a existência do soldado herói, inimigo da corrupção, notando-se que a última cena do filme focalizou o Palácio do Planalto e a Praça dos Três Poderes) fui aplaudido efusivamente, como sinal, certamente, de aprovação da ANÁLISE DE CONJUNTURA que apresentei sobre a situação do Brasil nos (des)governos lulla. Creio que vc não lerá com satisfação meu discurso, pois as palavras que proferi refletem a realidade que você tenta distorcer.
Esse resumo curricular não foi feito para me afagar o ego, pois nesta idade isto não faz mais sentido, mas para lhe mostrar que, além de militar, a qualificação de que mais me orgulho, possuo, vênia concessa, como civil, vivência, experiência, equilíbrio emocional, nível mental e cultural que me qualificam para avaliar, com dupla visão, civil e militar, e com elevado grau de certeza e isenção de ânimos, os fatos que marcam o grave momento político que país atravessa e os que verdadeiramente ocorreram durante o período que você menciona e apresenta de forma totalmente distorcida. E o faço como testemunha ocular da história.
Vamos aos fatos:
1 – O Itamaraty sob a gestão de Celso Amorim
Nesse período o Brasil aliou-se às mais sangrentas ditaduras do Velho Mundo - Coreia do Norte, China, Irã, Síria, Turquia, Líbia e Egito - e a alguns arremedos de Democracia da América Latina, como Cuba, Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia, Argentina e Paraguai. Ao mesmo tempo em que a diplomacia tupiniquim de Celso Amorim comprazia-se em dar as costas para o mundo civilizado, professando um antiamericanismo anacrônico, terceiro mundista, o representante do Itamaraty na ONU assinava a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, que entrou em vigor em nosso país sem o necessário referendo do Congresso Nacional, escancarando as portas da Amazônia para a ocupação estrangeira ( países que têm grandes contingentes indígenas, como Austrália, Canadá e Estados Unidos recusaram-se a assinar esse Tratado por sentirem que se tratava de uma versão contemporânea do Cavalo de Troia ). Outros fatos extremamente graves, que marcaram o Itamaraty de Celso Amorim, dentre muitos outros que poderiam ser citados: 1 – O Itamaraty abraçou a tese espúria, defendida pelo malsinado Foro de São Paulo, criado pelas FARC, de que esta organização criminosa, composta de narco traficantes e terroristas, é uma força insurgente e não beligerante. 2 - A concessão de asilo político ao assassino Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália, é mais uma ação tresloucada do Itamaraty sob a gestão de Celso Amorim.
2 – A Comissão de Verdade
Desde que se implantou no Brasil a “ nova “ ( em que sentido ? ) República, que vige sob o signo da corrupção institucionalizada e do aparelhamento do Estado por militantes de má catadura e sem a necessária qualificação moral e profissional ( fatos de domínio público ), pesquisas de opinião feitas sobre a credibilidade das instituições concedem o primeiro lugar às FF AA e o último lugar aos políticos. Semana retrasada a FGV publicou mais uma pesquisa dessa natureza, com as FF AA em 1º. lugar com 72 % e os políticos em último lugar com 8 %. Não é possível explicar esse paradoxo: o povo brasileiro orgulha-se de suas FF AA e o governo quer demonizá-las.
Você não deve ter esquecido que o presidente Médici, considerado por você um ditador, assistia ao vivo, munido de seu famoso radinho de pilha, a partidas do Inter, seu time do coração, e quando era anunciada sua presença nos estádios, o público o aplaudia de pé, calorosamente. Por sua vez, Lulla, o falso bem amado, ídolo de barro criado pelos institutos de pesquisa chapa branca, recebeu retumbante vaia no Maracanã quando do anúncio de sua presença na abertura dos jogos Pan Americanos de 2009. E nunca mais se expôs a grandes públicos, acometido da síndrome da rejeição. Hoje, vitima de pertinaz enfermidade, num gesto que vc deverá considerar de grandeza, lulla abriu mão do SUS, apesar de ter (deveria estar em seu habitual estado etílico) proclamado ser um sistema de saúde que beira a perfeição, para tratar-se no caríssimo Hospital Sírio Libanês, no qual entra e sai sorrateiramente, por temer a reação popular.
Destarte, que moral têm os incautos que queriam implantar no Brasil, através da luta armada, uma ditadura comunista, para posarem, hoje, como heróis, renegando sua verdadeira história e mentindo deslavadamente sobre seu real propósito quando praticavam ações de terrorismo contra civis indefesos ?
3 – A dívida externa brasileira
O Brasil ocupava, no final do governo Jango, a 44ª. posição no ranking mundial das nações, medida pelo tamanho do PIB. No final do governo Figueiredo, em que pesem os choques do petróleo, havíamos atingido a 7ª. posição. A dívida externa, transmitida, a Sarney era de aproximadamente 50 bilhões de dólares ( nessa época o Japão propôs assumir o pagamento dessa dívida mediante a cessão da parte do Brasil em Itaipu ). Hoje, a dívida pública ultrapassa a cifra dos trilhões, sem que investimentos de vulto, como a ponte Rio Niterói e as Hidrelétricas de Itaipú e do sistema Furnas, tenham sido realizados. A explicação é simples: números divulgados pelo Tribuna de Contas da União dão conta de que se roubam hoje no Brasil cerca de 100 ( CEM ! ) bilhões de reais por ano. Ou seja, quase um trilhão de reais foram roubados dos cofres públicos durante o (des)governo lulla. Nesse sentido, transcrevo, a seguir, trecho do discurso (anexo) pronunciado durante a cerimônia de colação de grau dos alunos de Administração da UFF: No campo político o país está sem rumo definido a médio e longo prazo por falta de planejamento estratégico. As ações de governo têm sido meramente reativas, e, não, proativas como deveriam ser de conformidade com os paradigmas da Ciência da Administração. E, o que é pior: membros de uma sofisticada organização criminosa continuam desfilando, despudorada-mente, na passarela da impunidade, sob o olhar complacente, se não conivente, do próprio presidente da República e desfrutando de sua intima relação pessoal embora tenham sido denunciados ao Supremo Tribunal Federal, por formação de quadrilha, peculato, enriquecimento ilícito e crimes conexos, em expressivo libelo produzido pelo Procurador Geral da República e acolhido in totum por aquela excelsa corte com a instauração do competente processo. A corrupção, assim institucionalizada e atuando nos centros de poder da República, vem se disseminando com rapidez por todo o tecido social da Nação, como uma metástase maligna que já deu mostras de ter atingido a base da pirâmide organizacional do setor público.
4 – Mais uma clamorosa inverdade: “O Comandante do III Exército, General Machado Lopes, também assumiu a defesa da legalidade constitucional ameaçada pelos sediciosos apátridas, porque era um general patriota e também porque a maioria dos efetivos do III Exército estava a favor da posse de Jango “ ...
Na realidade, os aviões de caça da Base Aérea de Gravataí e as unidades de artilharia do 3º. Exército estavam prontos para bombardear o Palácio Piratini, onde se homiziava Brizola e sua quadrilha, quando o general Machado Lopes recebeu grave ameaça, através do general Assis Brasil, de que as vilas militares do Exército e da FAB estavam cercadas por brigadianos com ordem de fuzilar as famílias dos militares caso o 3º. Exército não aderisse a Jango ( para mim foi uma falsa ameaça pois duvido que a Brigada Militar do RGS estivesse disposta a cumprir essa ordem ). Sabendo que Brizola era um fanático, o general Machado Lopes admitiu que não teria outra saída, senão aderir. É bom registrar o fato jocoso de que Brizola fugiu do Brasil, em Uruguaiana, atravessando a fronteira Uruguai disfarçado de padre.
5 – Outra clamorosa inverdade: “ Muitos desses fatos da História do Brasil que tivemos o privilégio de participar, devem nos ajudar a tomar as decisões baseadas na justiça e no respeito à dignidade humana, na defesa da paz e na condenação da guerra. Portanto, entendemos que o governo da Presidente Dilma Rousseff tem os instrumentos legais, institucionais e democráticos para solucionar tão anacrônico impasse! “.
Respeito à dignidade humana, defesa da paz e condenação da guerra ?
Não foi isso que aconteceu. Na realidade, grupos armados ( COLINA, VAR PALMARES, MR 8 etc ) espalharam o terror no país na vã tentativa de impor-nos a ditadura do proletariado, repelida pelo povo brasileiro em decidido apoio à reação das FF AA e policiais sob seu comando. Os participantes da repressão a esses assassinos, ladrões de banco e do cofre do Ademar de Barros (o destino dos 2,8 milhões de dólares, que hoje equivaleriam a 20 milhões, nenhum dos participantes do roubo quer explicar, e você, pode ajudar a desvendar esse enigma? ) é que são os verdadeiros heróis, reconhecidos em pesquisas de opinião, recorrentes ( veja a que foi recentemente divulgada pela FGV) e, não, os felizes beneficiários da “bolsa ditadura”.
O mais anacrônico impasse é o baixo nível de desenvolvimento do Brasil, da nova (?) República para cá, o mais inexpressivo da América Latina, contrastando com as quatro décadas de crescimento acelerado do PIB brasileiro durante o regime militar. A causa desse medíocre desempenho de nossa economia, ninguém, em sã consciência, ignora: é, paradoxalmente, a falta de aplicação dos instrumentos legais, institucionais e democráticos de repressão ao crime organizado pela quadrilha que tomou conta do poder.
Finalmente, mas não menos importante, gostaria de saber por que você foi cassado. Não conheço sua história de vida.
Tenente Coronel Fernando Batalha
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