Um agravo regimental apresentado pela defesa da empresa Telexfree terá que ser julgado pelos desembargadores Samoel Evangelista, Waldirene Cordeiro e Regina Longuini.
O processo não consta na pauta de julgamento do Tribunal de Justiça para esta segunda-feira, mas pode ser incluído na pauta a pedido do relator, o desembargador Samoel Evangelista, que é o presidente da Segunda Câmara Criminal.
Na semana passada, Evangelista manteve a liminar da juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, no sentido de suspender as atividades Telexfree, a pedido das promotorias de Defesa do Consumidor e de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual. A juíza e a família estão sob proteção porque foram ameaçadas de morte por divulgadores da empresa.
Desde sábado, conforme foto e relato do oficial de justiça e investidor Shawke Thielly no Facebook, a Telexfree passou a contar com "total apoio do governador Tião Viana", que "abriu as portas do seu gabinete" para ouvir "pedido" de três milionários da empresa no Acre.
Se o governador é mesmo tão poderoso, influente e apoia a empresa, a "família Telexfree" já comemorar antecipadamente uma vitória no Judiciário. Waldirene Cordeiro é casada com o secretário de Fazenda Mâncio Cordeiro. Ela foi nomeada desembargadora pelo governador em novembro do ano passado.
A desembargadora Regina Longuini é casada com o desembargador Adair Longuini, que foi o mais firme e exaltado num esforço fracassado recentemente para que o processo da Operação G-7 permanecesse no Tribunal de Justiça.
Comentário do advogado Edinei Muniz:
- Como tudo no Acre começa e termina na política, aconteceu o inevitável: o processo da Telexfree está sendo politizado. Não tenho condições técnicas para afirmar se a referida empresa pratica ou não a tal pirâmide financeira. O que posso afirmar é que uma possível liberação da Telexfree agora lançará na opinião pública uma aparência de legalidade, que inclusive servirá de estimulo para inúmeras outras redes ilícitas. Será uma infestação que movimentará grandes somas da economia local. Aí fica a pergunta: se lá frente, estando certo o Ministério Público, a pirâmide ruir? Fatalmente a conta cairá no colo do Poder Judiciário.
Centenas de divulgadores da Telefree se deslocaram de todas as regiões do país para se juntar aos que têm realizado protestos nas ruas de Rio Branco contra o Ministério Público e a Justiça. Eles planejam bloquear as quatro pontes sobre o Rio Acre.Policiais estão de sobreaviso por determinação do comando da Polícia Militar.
No mais, o Ministério da Justiça abriu processo contra a empresa por suspeita de formação de pirâmide financeira.
A Telexfree também está sendo investigada por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A empresa, que vende pacotes de serviços de telefonia com a ajuda de uma rede de colaboradores, será tema de uma reportagem no Fantástico neste domingo.
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