Ricardo Berzoini está sendo cotado e é o sonho de consumo dos
petistas para assumir as Relações Institucionais da Dilma, no lugar de
Ideli Salvatti. Seria o responsável pela articulação política. Este
papel, hoje, está sendo realizado informalmente por Aloízio Mercadante.
Este trio, quando cuidou de "articulação política" promoveu o que ficou
conhecido como o Escândalo dos Aloprados. Querem lembrar como foi?
Em 15 de setembro de 2006, a Polícia Federal prendeu dois petistas que
tentavam negociar um falso dossiê para envolver os tucanos José Serra,
então candidato a presidente, e Geraldo Alckmin, que disputava o governo
de São Paulo, no caso dos sanguessugas. O escândalo, que o então
presidente Lula atribuiu a um 'bando de aloprados', atingiu em cheio o
adversário de Alckmin na corrida eleitoral de 2006, Aloizio Mercadante:
Hamilton Lacerda, seu secretário de Comunicações, foi filmado entrando
com uma mala no hotel onde a transação seria feita, ao preço de 1,7
milhão de reais. O coordenador-geral da campanha à reeleição de Lula e presidente do PT em
2006, era Ricardo Berzoini, que foi afastado do comitê
após o escândalo e licenciou-se da presidência do PT. A PF colheu 51
depoimentos, realizou 28 diligências,
ordenou 5 prisões temporárias, quebrou sigilos bancários e telefônicos,
mas não chegou a lugar nenhum. Em 2011, VEJA resolveu o mistério, com
base no depoimento de um dos aloprados, Expedito Veloso. Ele
confidenciou a colegas de partido que o mentor e um dos arrecadadores do
dinheiro para a montagem da farsa foi de fato Mercadante, hoje ministro
da Educação, em parceria "inclusive financeira" com Orestes Quércia,
também adversário de Alckmin em 2006. Veloso disse mais: que a atual
ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, não só sabia do
dossiê como foi incumbida de divulgá-lo.
PT rachado (2)
Na chegada à reunião do Diretório Nacional, ontem, em Brasília, o ex- presidente José Eduardo Dutra foi um dos poucos a
defender Vaccarezza, afirmando que é impossível fazer plebiscito agora.
Ele defendeu que seja aprovada a proposta da OAB sobre reforma política,
que proíbe financiamento por empresas, por exemplo. Ao contrário do
discurso do PT, Dutra disse que concorda com Vaccarezza de que não é
possível realizar um plebiscito este ano.
— Plebiscito é inviável e
comissão da Câmara existe desde 1995 (sem resultados). O mais viável, é
fazer uma mobilização para aprovar a proposta da OAB. Esta proposta tem
eleição em dois turnos, com votação primeiro na lista e depois no
candidato. Esta proposta dá tempo de aprovar até outubro, para valer em
2014 — disse Dutra.
Na saída, o líder do PT no Senado, Wellington
Dias (PI), foi quem anunciou a aprovação da carta de Guimarães como
posição do Diretório. Ele disse que o PT vai apoiar todas as propostas
em discussão, como a da OAB. — O PT reafirmou no Diretório a
posição de apoio ao plebiscito. E entendemos que a nota da bancada já
resolvia o assunto — disse Wellington Dias.
Além da nota de
Guimarães, 39 deputados divulgaram nota de apoio ao deputado Henrique
Fontana (PT-RS), a quem preferiam como representante do PT. Como não foi
escolhido por Henrique Alves para coordenar a comissão especial,
Fontana saiu do grupo e foi substituído por Berzoini.
Ontem, no twitter, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha
(RJ), saiu em defesa de Vaccarezza. — Se Fontana fosse o coordenador,
seria difícil alguém participar. O PMDB, por exemplo, não participaria —
disse Eduardo Cunha. Em
tom irônico, ele lembrou que Fontana foi relator da reforma política em
outra comissão, por dois anos, e não conseguiu aprovar texto algum. ( O Globo)
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