segunda-feira, 1 de julho de 2013

POSTE DE LULA É REJEITADO POR 40% DA POPULAÇÃO DA CAPITAL PAULISTA


Supercoxinha vira pele e osso: 40% rejeitam gestão Haddad em SP; só 18% a aprovam; Alckmin, Cabral e Paes também são afetados. Feitiçaria petista acaba se virando contra os feiticeiros

Num post das 18h47 de ontem, escrevi:
“Não tenho nenhuma informação de bastidor, zero, nada mesmo! Só opero que a lógica do processo. A aprovação de Dilma despencou. É provável que o mesmo tenha acontecido com o prefeito Fernando Haddad (PT) e com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Se houve pesquisa no Rio, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes também devem ter despencado.”
Bingo! Eu realmente não sabia de nada, além dos meus 51 anos. Agora se confirma. A Folha desta segunda traz pesquisa Datafolha demonstrando que não foi só a presidente Dilma que viu cair a sua popularidade, não. Também os prefeitos Fernando Haddad (PT-SP) e Eduardo Paes (PMDB-RJ) e os governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) tiveram prejuízos importantes. Nada, no entanto, se iguala a Haddad: a reprovação à sua gestão atingiu 40%. O Supercoxinha está que é pele e osso! Vou falar dos números, sim. Mas, em tempos em que a ordem é não ter memória e se entregar ao presente eterno, farei o contrário. Acho que este blog bateu o recorde em junho, com 5.416.520 visitas porque se nega a fazer de conta que a história não existe.
A história
Ainda que se faça um esforço danado para esconder a gênese dos fatos, jamais nos esqueçamos de que o tsunami que tomou conta do país começou em São Paulo. Alguns gatos-pingados resolveram, de modo truculento, apelando à violência, reivindicar a revogação do reajuste de 20 centavos na tarifa. Houve três enfrentamentos com a Polícia Militar — que cumpria a sua função. Os petistas começaram a achar divertido, embora o reajuste de ônibus tivesse sido decidido por um dos seus: Haddad. O prefeito, então, desapareceu. NÃO SOLTOU UM PIO CONTRA A VIOLÊNCIA. Tudo compreensível: afinal, o Passe Livre, que então liderava o protesto, foi seu aliado na campanha de 2012.
Atenção! A manifestação do dia 11 de junho, aquela em que um policial foi linchado, teve até coquetel molotov.  Às 21h38, eu noticiava aqui:
Setores importantes da imprensa, àquela altura, já flertavam abertamente com o movimento. E, claro!, o Ministério Público Estadual propôs que estado e prefeitura negociassem com os valentes. Atenção! Um movimento que depredava ônibus e recorria a bombas incendiárias foi chamado para um papinho. Como acho isso errado, mandei ver aqui às 5h23 do dia 12:
E, depois, às 5h25 do mesmo dia.
Esta imagem, que é do dia 11, não do dia 13, sumiu da história.
 
Às 6h09 daquele mesmo dia 12, sentindo já o cheiro de pólvora, dei um carraspana no prefeito. Com vândalos à solta na cidade, botando pra quebrar, ele, que estava sumido, concedeu uma entrevista ao Estadão afirmando que conversaria com Dilma para encontrar uma maneira de baixar as tarifas… Vale dizer: dava razão prática aos brucutus. Então eu o premiei com este post:
Jornalismo é precisão! Abaixo a distorção!
Vamos parar com a mentirada, não é? Os três protestos havidos antes do fatídico dia 13 já tinham sido notavelmente violentos — e não era violência policial. Ricardo Mendonça, na Folha de hoje, escreve que a PM, “num primeiro momento, agiu com violência durante passeatas (…)”. É falso. Vídeo e texto da própria Folha provam que é falso.
A pancadaria. E o oportunismo petista
Tudo estava pronto para a pancadaria do dia 13, quando teve início a demonização da PM. Gente que não disse uma vírgula contra a violência dos manifestantes ou que não escreveu uma linha sobre o policial linchado começou a acusar um suposto massacre de manifestantes. O que fizeram os petistas, Haddad inclusive? Resolveram entrar na onda, atacando a polícia. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, chegou a oferecer “ajuda” a Alckmin ainda no dia 13. Convocou-se, então, a grande passeata do dia 17. Os petralhas aderiram, esfregando as patinhas de satisfação: “Obaaa!!! Agora a gente pega o Alckmin”. A ordem era fazer de conta que os petistas não tinham nada a ver com a história. Seguem mais alguns títulos. Volto depois.

Os números
Em três semanas, a aprovação de Alckmin caiu 14 pontos — a da presidente Dilma caiu… 27! O governo do tucano é agora considerado bom ou ótimo por 38% dos entrevistados; o do Dilma, por apenas 30%. Mas quem quebrou a cara para valer foi mesmo Fernando Haddad. A aprovação à sua gestão caiu 16 pontos. Ela é agora vista como ótima ou boa por apenas 18% dos paulistanos. A reprovação subiu 19 pontos percentuais: em três semanas, os que acham sua gestão ruim ou péssima passaram de 21% para 40%. E pensar que ele vivia de namorico político com a turma do Passe Livre…
O governador do Rio, Sérgio Cabral, atingiu a sua mais baixa taxa de aprovação: só 25% dizem que seu governo é bom ou ótimo, contra 36% que sustentam ser ruim ou péssima. A gestão do prefeito Eduardo Paes é agora aprovada por 30%, mas reprovada por 33%.
A ironia
Creio que bem poucos governadores e prefeitos de capitais e grandes cidades escapariam da onda de desprestígio que tomou conta da política. Dilma, como vimos, lidera a derrocada. Sim, tudo começou com os protestos contra a elevação da passagem. Como se viu, novas causas foram surgindo no meio do caminho. O irônico nisso tudo é que os petistas estavam certos de que os episódios de violência e confronto cairiam no colo de Alckmin, o que lhes facilitaria a tarefa em 2014. Mais um título dessa narrativa, enorme:
Pois é… O governador de São Paulo sofreu, sim, um impacto negativo, mas os dados evidenciam que o desgaste dos próprios petistas e do PT é muito maior. Quando o partido resolveu aderir à manifestação do dia 17 de junho e mobilizou a sua Al Qaeda eletrônica na Internet, estava ajudando a nacionalizar a rede de protestos. Quando a cidade de São Paulo se transformou num território livre para as manifestações, a demanda estava criada em todo o país. Dilma, começava, então, a despencar, e Haddad ascendia na… rejeição!
Texto originalmente publicado às 5h15

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