LAMINE CHIKHI - Reuters
Pelo menos 30 reféns, entre eles ao menos sete estrangeiros, e 11 militantes islâmicos morreram quando tropas argelinas tentaram recuperar o controle de uma usina de gás invadida pelos militantes na véspera no sul do país, disseram fontes argelinas.
O governo do país, por sua vez, informou que vários reféns foram mortos, sem precisar um número exato de vítimas.
Em meio a relatos de mais baixas numa das piores crises internacionais envolvendo reféns nas últimas décadas, líderes ocidentais manifestaram irritação por não terem sido consultados de antemão sobre a operação militar argelina. Cerca de oito horas depois do início da ofensiva, a imprensa estatal argelina disse que a operação já estava encerrada.
Os governos dos EUA, Grã-Bretanha, Noruega, França, Romênia e Áustria disseram que há cidadãos seus entre os reféns.
A Argélia informou que seus soldados se viram obrigados a agir para tentar libertar o grupo por causa da atitude intransigente dos sequestradores.
"Quando o grupo terrorista insistiu em deixar a instalação, levando consigo os reféns para países vizinhos, foi emitida a ordem às unidades especiais para atacarem a posição onde os terroristas estavam entrincheirados", disse o ministro argelino das Comunicações, Mohamed Said, à agência estatal de notícias.
O impasse começou na madrugada de quarta-feira, quando militantes de um grupo que se intitula Batalhão de Sangue invadiu a usina de gás no Saara.
Eles disseram ter capturado 41 estrangeiros, e exigiram o fim de uma intervenção militar da França contra rebeldes ligados à Al Qaeda no vizinho Mali.
Autoridades ocidentais disseram ter sido informadas de que a operação militar argelina começou por volta das 12h (9h em Brasília). Said disse que ela resultou "na liberação de um grande número de reféns, e na destruição de um grande número de terroristas".
O caso gerou temores de que militantes jihadistas possam lançar mais ataques na Argélia, um vasto país desértico, com grandes reservas de gás e petróleo, que só recentemente começou a se recuperar de um prolongado conflito contra rebeldes islâmicos na década de 1990, que causou estimadas 20 mil mortes.
A APS, agência estatal de notícias da Argélia, disse que cerca de metade dos reféns estrangeiros já estava em liberdade, e que cerca de 600 trabalhadores argelinos no local, sob vigilância menos rigorosas, haviam conseguido fugir.
O número preciso e a nacionalidade dos reféns estrangeiros não puderam ser confirmados, pois alguns países relutam em ceder informações que possam ser úteis aos sequestradores.
(Reportagem adicional de Ali Abdelatti no Cairo, Gwladys Fouche em Oslo, Mohammed Abbas em Londres)
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