sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Justiça Eleitoral de SP rejeita as contas de campanha do espancador de mulheres Netinho de Paula



Calculadora quebrada – Se existe inferno astral na política, este está rondando a cidade de São Paulo. Depois de o prefeito eleito Fernando Haddad ter as contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral, com a ressalva, no despacho judicial, de que “as irregularidades são graves, impedindo a verificação da origem dos recursos arrecadados para quitação de todas as despesas assumidas pelo candidato”, agora é a vez do vereador e pagodeiro Netinho de Paula (PCdoB).
Conhecido na capital paulista por sua violência e por ter espancado sua ex-mulher, a decoradora Sandra Mendes de Figueiredo Crunfli, Netinho foi convidado para assumir a Secretaria de Igualdade Racial do município, mas caiu na malha fina da Justiça Eleitoral.
O juiz eleitoral Paulo Furtado de Oliveira Filho apontou duas irregularidades nas contas de Netinho de Paula, que agora corre o risco de enfrentar um processo de cassação na Justiça. Peritos do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE) identificaram que o pagodeiro realizou gastos para divulgar sua candidatura antes da abertura de uma conta oficial da campanha. Além disso, o vereador reeleito não conseguiu comprovar o pagamento de uma dívida de campanha de R$ 68 mil com a locadora Broadway Representações e Distribuições de Filmes.
Velho conhecido
Em 2010, o Instituto Casa da Gente, ONG fundada por Netinho de Paula, devia aos cofres da União mais de R$ 790 mil por inadimplência em convênios firmados com o governo federal, a partir de 2003.
Assessora do vereador Netinho de Paula na Câmara Municipal, Veruska Ticiana Franklin de Carvalho comandava, em 2004, a Federação das Associações Comunitárias de São Paulo (Facesp), entidade que recebeu R$ 1,6 milhão do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, para criar 125 núcleos esportivos nas cidades paulistas de Americana, Campinas, Mauá e Osasco.
O projeto tinha como objetivo beneficiar 12.500 crianças, jovens e adolescentes. Como não conseguiu descobrir o paradeiro do dinheiro, o ministério abriu procedimento para cobrar o ressarcimento de R$ 3,5 milhões (valor atualizado à época) por falta de execução do projeto.
  
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