segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Crise faz milionários e celebridades venderem ilhas pela metade do preço


Aiana Freitas
Do UOL, em São Paulo
A crise financeira que afetou em cheio os países desenvolvidos tem impactado também um mercado extremamente exclusivo, acessado apenas por milionários e celebridades: o das ilhas particulares. De 2008 para cá, o preço das ilhas caiu praticamente pela metade.
Executivos que atuam nesse mercado dizem que o colapso da economia fez com que muita gente tivesse de se desfazer de seus paraísos particulares, Com o aumento da oferta, os preços desabaram.
"Antes da crise, os preços subiram muito. Ilhas que custavam US$ 500 mil chegaram a ser vendidas por US$ 800 mil", diz o diretor da imobiliária alemã Vladi Private Islands, Pedro Arez. "Agora, elas estão sendo vendidas até pela metade do preço."

Ilhas à venda pelo mundo




Foto 7 de 19 - TIPAEMAY, POLINÉSIA FRANCESA - Essa ilha no meio do Oceano Pacífico é caracterizada pelos imensos coqueiros e pela areia branca. Tem cerca de 120 mil m² e está à venda na Vladi Private Islands por US$ 3,2 milhões www.vladi-private-islands.de/Vladi Private Islands
Além da Alemanha, a Vladi tem escritórios no Canadá, na Nova Zelândia e na China e negocia paraísos localizados em praticamente todos os oceanos do mundo. No portfólio da empresa está, por exemplo, a ilha da cantora Celine Dion, que tem como construção principal um castelo. É anunciada por US$ 30 milhões.
O diretor da imobiliária canadense Private Islands Online, Chris Krolow, confirma que os preços estavam inflados, sem motivo, antes de 2008. Agora, segundo ele, muitos proprietários que fizeram melhorias em suas ilhas (algumas construções são até à prova de furacão) anunciam preços relativamente altos, mas com margem para negociação.
Krolow diz que, quando sua empresa foi criada, em 1999, ele não sabia se de fato existiria um mercado para ilhas no mundo. "Mas, com o passar do tempo, muitas ilhas passaram a ser habitáveis e o mercado começou a crescer."

Imobiliária vende de 15 a 20 ilhas por ano

Com sede em Toronto e escritórios em Vancouver e nas Bahamas, a Private Islands Online planeja abrir uma unidade na Ásia no ano que vem. "Cerca de 80% dos compradores são americanos, mas o interesse dos asiáticos por ilhas tem aumentado", diz Krolow.
O aumento do interesse de pessoas de outras nacionalidades, porém, não faz com que esse mercado seja grande atualmente. "Por ano, vendemos de 15 a 20 ilhas", calcula Krolow.
Os obstáculos envolvidos na compra de uma ilha acabam afastando interessados, segundo ele. Cada país tem uma legislação específica sobre o assunto, mas o mais comum é que as ilhas pertençam ao Estado e os compradores tenham apenas o direito de uso. Alguns governos também restringem construções.

"Pechinchas" partem de US$ 50 mil

Ainda que essas ilhas não sejam uma possibilidade real para a maioria das pessoas, pode-se dizer até que tem sido possível encontrar "pechinchas" pelo mundo, como propriedades vendidas a US$ 50 mil. "Algumas ilhas custam o preço de um automóvel", diz Arez, da Vladi Private Islands.
As mais baratas, porém, não estão exatamente situadas em destinos de sonho. Uma das propriedades mais em conta à venda pela Vladi é uma ilha localizada em um lago canadense que tem apenas três meses de temperatura amena. Ilhas em paraísos tropicais, como o Caribe, costumam estar entre as mais caras.

Ilha para passeio, negócio ou investimento

Os objetivos dos donos de ilhas se dividem em basicamente três. Alguns compram para uso próprio, para levar família e amigos. Outros pensam em montar um negócio, como um resort ou um restaurante. E existem ainda as pessoas que olham para a ilha como um investimento, e compram apostando que conseguirão obter lucro numa venda futura.
"Existem até colecionadores de ilhas", diz Arez.
Para ele, as ilhas povoam o imaginário das pessoas e, por isso, esse é um mercado que tende a crescer. "Todos temos momentos em que sentimos que estamos trabalhando muito, ou estamos muito estressados, e pensamos como seria bom passar um tempo numa ilha."

Nenhum comentário:

Postar um comentário