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DE SÃO PAULO
Apenas dois anos atrás, quando Dilma Rousseff foi eleita presidente do
Brasil, a economia do país vivia um boom. Ficou paralisada e agora luta
para se recuperar. Apesar do crescente esforço de estímulo do governo, a
'criatura moribunda' cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre, metade
do previsto pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
A descrição acima é da revista britânica "The Economist" em reportagem sobre a perda de confiança na atual equipe econômica do governo. No texto, a publicação sugere a demissão de Mantega como uma alternativa para Dilma retomar a confiança dos investidores e alcançar um segundo mandato.
Fatores como a desaceleração nos preços das commodities e o endividamento das famílias são citados como as travas atuais da atividade econômica do país.
O termo "custo Brasil" também é usado para explicar porque o governo precisará contar com um esforço maior do lado da oferta -não do consumo-para garantir o crescimento nos próximos anos, com mais investimento e aumento de produtividade.
Apesar de iniciativas como redução dos juros e desoneração da folha de pagamentos, a taxa de investimento vem caindo nos últimos trimestres e representa hoje 18,7% do PIB, ante 30% no Peru e 27% no Chile, lembra a revista.
A avaliação da revista é que a intromissão do governo sobre a taxa de retorno em negócios como bancos e elétricas gerou desconfiança entre os investidores. "Até mais que o antecessor, Luz Inácio Lula da Silva, Rousseff parece crer que o Estado deve direcionar as decisões de investimento privado".
Diante do quadro apresentado no texto, a sugestão final é de que o Banco Central errará se decidir por mais um corte na taxa de juros e que o governo deve focar na redução de custos deixando livre o "espírito animal" do investimento privado.
A revista vai mais longe. Indica a Dilma que prove ser pragmática como diz ser demitindo o ministro Mantega, "cujas projeções superotimistas minaram a confiança dos investidores", e nomeie uma equipe econômica capaz de reconquistar a confiança.
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