“Vamos mostrar ao Ministério Público Federal o que nós julgamos ser o caminho das pedras para se chegar a identificação de R$ 450 milhões de dinheiro público que foi transferido da empresa Delta para uma série de empresas laranjas que nós não investigamos”, atestou o democrata logo após da reunião de hoje da CPMI quando estava prevista a leitura do relatório do deputado petista Odair Cunha. Após uma sessão tumultuada, com muitos questionamentos sobre os procedimentos adotados pelo comando da omissão, a apresentação do documento foi adiada para a manhã de quinta-feira (22).
“Existe um conjunto de empresas situadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e em outros estados que receberam esses recursos e que a CPI pela maioria governista não quis, talvez por ordem do Palácio do Planalto, que pudéssemos quebrar seus sigilos”, protestou o deputado. “Curiosamente o senhor relator apresenta no seu relatório uma proposta para o Ministério Público fazer aquilo que ele, por três meses, se negou a fazer aqui na CPMI. Eu tenho dito sempre que o deputado Odair Cunha merece respeito, mas ele está cumprindo uma missão política que lhe deve ter sido designada pelo Palácio do Planalto de proteger o DNIT, órgãos do governo federal, o governo do estado do Rio de Janeiro”, acrescentou.
O relatório independente ainda pedirá investigação dos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do Tocantins, Siqueira Campos e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. A intenção é apurar qualquer suspeita de envolvimento com o esquema de desvio de recursos públicos da Delta Construção. Além de Onyx Lorenzoni, irão à Procuradoria-Geral da República os deputados Miro Teixeira (PDT) e Rubens Bueno (PPS) e os senadores Pedro Taques (PDT), Randolfe Rodrigues (PSOL) e Pedro Simon (PMDB).
Podem continuar investigando Sérgio Cabral, só não podem acusar sem provas, como costumam fazer.
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