Entre 2011 e 2013 houve 379 acidentes em nove corredores de ônibus.
Prefeitura diz que batida com dois mortos não interfere em estudos.
36 comentários
A colisão que provocou a morte do motorista e de um passageiro de táxi no corredor de ônibus da Avenida Vereador José Diniz, nesta quarta-feira (12), pode ser determinante para a decisão de proibir a circulação de táxis em corredores de ônibus na capital paulista, segundo o Ministério Público e o sindicato que representa os taxistas. A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) informou, porém, que a ocorrência "não interfere nos estudos técnicos e debates com a sociedade civil sobre circulação de táxis em corredores exclusivos."
saiba mais
O acidente acontece no momento em que a Prefeitura de São Paulo está prestes a decidir sobre o veto aos táxis nos corredores de ônibus da cidade e aguarda apenas um estudo encomendado pelo Sindicato dos Taxistas para dar a palavra final. O MP exige o veto porque defende que os táxis reduzem a velocidade dos ônibus nas vias exclusivas.
O promotor de Justiça e Urbanismo Maurício Antonio Ribeiro Lopes acredita que a colisão desta quarta pode influenciar na decisão. "Pode, mas vamos aguardar as responsabilidades, embora a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] e a SPTrans [São Paulo Transporte] tenham advertido sobre os riscos do compartilhamento dos corredores", disse.
O promotor de Justiça e Urbanismo Maurício Antonio Ribeiro Lopes acredita que a colisão desta quarta pode influenciar na decisão. "Pode, mas vamos aguardar as responsabilidades, embora a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] e a SPTrans [São Paulo Transporte] tenham advertido sobre os riscos do compartilhamento dos corredores", disse.
O presidente do sindicato da categoria, Natalício Bezerra, defende que o acidente poderia ter ocorrido em qualquer outro lugar, já que ônibus "parecia estar em alta velocidade", mas admite que ele pode influenciar na proibição. "Pode ter repercussão negativa para os taxistas", disse.
A circulação de táxis nas vias exclusivas é permitida em São Paulo desde 2005, mas um estudo realizado pela Prefeitura justamente por determinação do Ministério Público concluiu que os táxis devem ser proibidos porque interferem no desempenho e na segurança dos corredores de ônibus.
O estudo mostrou que, entre junho de 2011 e setembro de 2013, o corredor da Vereador José Diniz registrou 10 acidentes, 2,6% dos 379 acidentes ocorridos em nove corredores avaliados. Não houve, neste período, registro de acidentes com táxis neste corredor da Zona Sul de São Paulo. Os automóveis comuns são responsáveis por 40% do total de acidentes. O restante foram colisões entre os ônibus e envolvendo motos.
Segundo o relatório, a invasão do espaço do ônibus é determinante para a ocorrência de acidentes. "Houve uma providência de segurança de trânsito para a diminuição
de acidentes causados pela invasão com a redução da velocidade máxima regulamentada dos trechos entre paradas para os ônibus de 60 km/h para 50 km/h. No entanto, essa medida não foi suficiente para sozinha diminuir a ocorrência de acidentes", diz o documento.
de acidentes causados pela invasão com a redução da velocidade máxima regulamentada dos trechos entre paradas para os ônibus de 60 km/h para 50 km/h. No entanto, essa medida não foi suficiente para sozinha diminuir a ocorrência de acidentes", diz o documento.
ACIDENTES EM 2013 | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Corredor de ônibus | autos | micro- ônibus | moto | ônibus | táxi | outros | total |
Pirituba/ Lapa/ Centro | 17 | 3 | 10 | 19 | 0 | 1 | 50 |
Inajar/ Rio Branco/ Centro | 12 | 1 | 7 | 10 | 0 | 0 | 30 |
Campo Limpo/ Rebouças/ Centro | 24 | 0 | 16 | 16 | 1 | 1 | 58 |
Santo Amaro/ Nove de Julho/ Centro | 9 | 3 | 4 | 1 | 1 | 0 | 18 |
Paes de Barros | 2 | 0 | 0 | 2 | 0 | 0 | 4 |
Jd Ângela/ Guarapiranga/ Santo Amaro | 5 | 1 | 4 | 6 | 0 | 1 | 17 |
Capelinha/ Ibirapuera/ Centro | 3 | 1 | 1 | 3 | 0 | 0 | 8 |
Parelheiros/ Rio Bonito/ Santo Amaro | 7 | 0 | 7 | 5 | 0 | 6 | 25 |
Itapecerica/ João Dias/ Centro | 11 | 0 | 7 | 6 | 0 | 1 | 25 |
total | 90 | 9 | 56 | 68 | 2 | 10 | 235 |
Velocidade
O motorista do ônibus que esmagou o táxi nesta quarta-feira disse, em depoimento à polícia, que trafegava abaixo da velocidade limite do corredor de ônibus no momento do acidente.
O motorista do ônibus que esmagou o táxi nesta quarta-feira disse, em depoimento à polícia, que trafegava abaixo da velocidade limite do corredor de ônibus no momento do acidente.
“Ele (motorista) afirmou que estava a 40 km/h na via, cujo limite é de 50 km/h”, disse a delegada Nayara Caetano Duque, plantonista do 27º Distrito Policial, no Campo Belo, na Zona Sul. Ela afirma que testemunhas ouvidas corroboram a versão do motorista. “O motorista alega que trafegava pelo corredor mantendo distância segura de outro ônibus quando um táxi na faixa central fez uma manobra brusca e logo no momento em que o semáforo fechou”, completou a delegada.
O acidente ocorreu na altura da Rua Laplace, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). As duas pessoas que morreram estavam no banco do motorista e do passageiro do carro que foi esmagado, um Corolla preto com placa vermelha, um táxi executivo da Cooper Luxo.
Segundo Nayara Duque, o tacógrafo já foi recuperado e encaminhado à perícia. O laudo sobre o acidente deve ficar pronto em 30 dias. O caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, mas não houve indiciados.
A polícia agora busca imagens de câmeras de segurança da região para esclarecer como o acidente aconteceu. Novas testemunhas devem ser ouvidas, incluindo os feridos. O motorista deixou a delegacia sem dar declarações à imprensa.
Acidente
O motorista do ônibus que esmagou o táxi disse que foi fechado pelo taxista, segundo o gerente da São Paulo Transporte (SPTrans) da Zona Sul de São Paulo, Ricardo Rocha. Segundo ele, o motorista do ônibus estava muito abalado, mas descartou hipótese inicial dos bombeiros de que ele teria tido um mal súbito.
O motorista do ônibus que esmagou o táxi disse que foi fechado pelo taxista, segundo o gerente da São Paulo Transporte (SPTrans) da Zona Sul de São Paulo, Ricardo Rocha. Segundo ele, o motorista do ônibus estava muito abalado, mas descartou hipótese inicial dos bombeiros de que ele teria tido um mal súbito.
“Ele estava trafegando no corredor quando repentinamente foi fechado pelo taxista e perdeu o controle. Ele tentou frear, mas não era possível. Pelo que ele me passou, ele trafegava abaixo da velocidade permitida que é de 50 km/h [no corredor]”, disse nesta manhã.
O major da Polícia Militar que está acompanhando o acidente, Sérgio Watanabe, afirmou que "faltou freio ao ônibus". “Ao que tudo indica, faltou freio ao ônibus. Não há marcas de frenagem no chão”, completou o major Watanabe.
Os dez feridos tiveram ferimentos leves. Eles foram encaminhados para o Pronto-Socorro Bandeirantes e para o Pronto-Socorro do Servidor Público.
Morreram no acidente o executivo francês Cyrile Fourni, de 50 anos, vice-presidente financeiro da Helibras, e o motorista de táxi Ronaldo Voltan, da empresa Cooper Luxo.
(Acesse o Radar G1 e saiba como está o trânsito em São Paulo agora, com câmeras nas principais vias e indicações de onde o fluxo de carros está lento, intenso ou livre.)
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Nenhum comentário:
Postar um comentário