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Relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança pede que o Vaticano afaste de seus cargos todos aqueles que abusaram sexualmente de crianças e os denuncie à justiça. Já o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que a Igreja afronta os casos de pedofilia com transparência.O comitê pede à Santa Sé para "afastar de imediato de suas funções todos os autores conhecidos e suspeitos de abusos sexuais de crianças, assim como denunciá-los às autoridades competentes para que os investiguem e sejam processados".
O relatório foi divulgado após uma audiência realizada no mês passado em Genebra, em que os membros da comissão, composta por 18 especialistas em direitos humanos de todo o mundo, que questionou o Vaticano sobre sua política contra a pedofilia.
Anja Niedringhaus/Associated Press |
Kirsten Sandberg (centro), diretora do Comitê da ONU sobre os Direitos das Criança, divulga relatório |
"O comitê da ONU sublinha a sua profunda preocupação com o abuso sexual de crianças por membros de igrejas católicas que operam sob a autoridade da Santa Sé, e lembrou que os crimes cometidos por religiosos preocupação dezenas de milhares de crianças ao redor do mundo" disse o relatório.
'EXTENSÃO DOS CRIMES'
"A Comissão está muito preocupada que o Vaticano não reconhece a extensão dos crimes cometidos, não tomou as medidas apropriadas para lidar com casos de pedofilia nem tomou medidas para proteger as crianças ou adotou políticas e práticas que levaram à continuação da abuso e impunidade dos agressores", acrescentou o relatório
O relatório critica especialmente a política de trocar padres pedófilos de paróquia, uma prática considerada como tentativa de encobrir os crimes e evitar que sejam julgado pelas autoridades civis.
De acordo com o relatório, "a prática tem permitido a muitos sacerdotes de permanecem em contato com as crianças e continuarem a abusar delas".
VATICANO
Em encontro da Conferência Episcopal Espanhola, Lombardi, disse que a Igreja afronta os casos de pedofilia com transparência e explicará nas próximas semanas o funcionamento de uma comissão criada para preveni-los após perguntado sobre o relatório da ONU.
A Santa Sé disse em comunicado que irá submeter a "minuciosos estudos e exames" as acusações recebidas da ONU, mas também vê as ações como uma "tentativa de interferir no ensinamento da Igreja Católica, sobre a dignidade das pessoas e no exercício da liberdade religiosa" no que diz respeito a pontos do relatório relacionados aos ensinamentos da Igreja sobre anticoncepcionais e aborto.
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