terça-feira, 24 de setembro de 2013

Randolfe diz ter levado soco de Bolsonaro no Rio; deputado nega




Parlamentares discutiram na entrada do prédio do antigo DOI-Codi.
Senador diz que Psol entrará com representação no Conselho de Ética.

Alba Valéria MendonçaDo G1 Rio
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Comissão da Verdade e Justiça visita as antigas instalações do Doi-Codi, em quartel do Exército na Tijuca. Na foto, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que acabou entrando com a comissão, discute com o senador Randolf Rodrigues (Psol-AP). (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discute com o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) na entrada da Comissão da Verdade do Senado no prédio do antigo DOI-Codi (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)
O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) diz ter sido agredido com um soco na barriga pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) nesta segunda (23) pouco antes da visita de integrantes da Comissão da Verdade do Senado e do Rio de Janeiro ao prédio do antigo DOI-Codi, atual 1° Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Bolsonaro nega a agressão.
  A confusão teve início quando Bolsnoraro, que não pertence a nenhuma comissão, quis se juntar ao grupo que fez a visita ao prédio e foi rechaçado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). Houve empurra-empurra e xingamentos. Na confusão, o senador Randolfe diz ter levado um soco de Bolsonaro.
"Ele claramente nos agrediu covardemente. Ele usou o mecanismo de entrada por baixo. É o procedimento dele, que todos conhecem. Mais uma vez a presença do Bolsonaro aqui era para tumultuar e impedir que a visita se concretizasse. Ele não acompanhou o roteiro da visita. Ele não cumpriu seu objetivo. O Bolsonaro é um Brasil que nós vamos virar a página", disse.
“Na entrada, eu e senador Capiberibe nos colocamos à frente e dissemos para o Bolsonaro que ele não podia entrar, e que não era bem-vindo. Ele disse: ‘Olha só quem quer me impedir de entrar no meu quartel!’. Falei: 'O senhor não integra esta comissão e não tem nada a ver com essa visita’. Ele me chamou de ‘moleque’, abaixou e deu um soco por baixo, no meu estômago. Depois do soco, eu empurrei ele, ele me empurrou e me chamou de ‘vagabundo’. Eu disse que o ‘cara de pau’ é ele, que não deveria estar lá”, disse Randolfe.
O senador afirmou que o Psol irá entrar com uma representação no Conselho de Ética contra o deputado. “Ele claramente atentou contra o decoro parlamentar, ao tentar impedir o trabalho de comissão parlamentar e agredir um parlamentar."
Depois da confusão, Bolsonaro acabou entrando no prédio. Ele contou que fez a visita ao local a uma distância dos membros da comissão. "Fiquei a uns dez metros de distância para não me misturar. Visitei o prédio todo e depois fui tomar um café na sala da Companhia de Motos. O Capiberibe colocou a mão no meu peito e não queria me deixar entrar. Houve uns empurrões, mas entrei mesmo assim. Para a infelicidade de vocês (jornalistas) não houve agressão, como vocês gostariam. O senador Randolfe gritou, me chamou de 'vagabundo' e outros elogios, por assim dizer, mas não houve agressão. A democracia que eles defendem é assim, não aceita o contraditório", disse Bolsonaro.
Ao G1, o deputado negou que tenha dado um soco no estômago de Randolfe. "Dei um empurrão nele por baixo, que estava me impedindo de entrar [no quartel]", disse. Segundo o parlamentar, que chegou antes da comitiva ao local, pela manhã, o comandante do quartel disse que todos os parlamentares poderiam fazer a visita.
O objetivo da visita desta segunda (23) é ser o ponto de partida para uma campanha que visa transformar o local num centro de memória, a exemplo do que foi feito no antigo Dops de São Paulo e em centros de tortura na Argentina, no Uruguai e no Chile
Pela manhã, manifestantes fizeram um protesto em frente ao quartel reivindicando a reabertura dos arquivos da época da ditadura militar e a punição para as pessoas que serviram ou trabalharam para o regime.
Colaboraram Felipe Néri e Renan Ramalho, do G1, em Brasília
Manifestantes fazem protesto em frente ao batalhão na Tijuca (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)Manifestantes protestam em frente ao batalhão na Tijuca (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)

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