cinco provas da ida do homem à Lua, teve gente dizendo que seria impossível pousar em nosso satélite natural com os precários computadores instalados a bordo das naves Apollo. Curiosamente, ninguém duvida que a sonda Voyager tenha conseguido sair do Sistema Solar, depois de visitar vários planetas, com um trio de computadores cujo poder computacional combinado era de meros 68 kbytes.
Para mandar sua vasta biblioteca de resultados — que obviamente não cabia na memória dos computadores de bordo –, a nave dispunha de um gravador de fita magnética. Uma vez registrados, a fita era rebobinada e “tocada” de volta para a Terra. E assim obtivemos as incríveis imagens de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno colhidas pela sonda.
Tem gente comparando ao iPhone. Pelamordedeus. O primeiro iPhone, hoje já muito ultrapassado, tinha memória RAM de 128 megabytes. 1 MB é 1.000 vezes mais que 1 KB. Isso significa que, no seu bolso, um aparelho de seis anos atrás, tem cerca de 2.000 vezes mais poder computacional que as sondas Voyager.
Então, qual é o segredo do sucesso? Como essas máquinas podem estar até hoje nos assombrando, 36 anos depois de seu lançamento? Bem, para começar, programação esperta e focada. O sistema da Voyager era distribuído entre três computadores. Um controlava os instrumentos, outro o voo e um terceiro comandava os outros dois. As instruções eram simples, e as opções, limitadas.
Não estamos falando de um computador multifuncional, capaz de executar qualquer tarefa, de editar vídeos a executar games. Ele tinha um propósito bem definido.
O maior segredo da Voyager, contudo, não eram seus computadores. Eram os controladores em solo, usando uma máquina vastamente mais poderosa que o mais recente iPhone 5S: o cérebro humano.
É verdade que, a uma imensa distância da Terra, as sondas precisavam ser automatizadas e autônomas, dotadas de inteligência artificial capaz de reagir ao ambiente sem “consulta” ao controle da missão. Contudo, essas variáveis e o plano de voo eram todos definidos em terra, para depois serem “carregados” nos computadores da nave.
A mesma coisa valeu para as naves Apollo pousando na Lua: quando Armstrong e Aldrin desciam para a alunissagem, em 20 de julho de 1969, o computador de bordo deu tilt. Excesso de dados dos instrumentos sobrecarregaram a memória. Sem problemas. Olhando pela janela, Armstrong seguiu pilotando o módulo lunar enquanto o computador era resetado. O pouso foi realizado quando só restavam 25 segundos para o esgotamento do combustível, e o astronauta precisou desviar de um morro antes de descer.
Os grandes feitos da era espacial ajudaram a desenvolver os computadores, de forma que hoje podemos celebrar nossos smartphones e comemorar seus primos precários das décadas de 60 e 70. Mas nunca se pode perder de vista que a máquina de pensar mais poderosa existente, tanto lá quanto cá, ainda é a mente humana.
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Quando eu apresentei Para mandar sua vasta biblioteca de resultados — que obviamente não cabia na memória dos computadores de bordo –, a nave dispunha de um gravador de fita magnética. Uma vez registrados, a fita era rebobinada e “tocada” de volta para a Terra. E assim obtivemos as incríveis imagens de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno colhidas pela sonda.
Tem gente comparando ao iPhone. Pelamordedeus. O primeiro iPhone, hoje já muito ultrapassado, tinha memória RAM de 128 megabytes. 1 MB é 1.000 vezes mais que 1 KB. Isso significa que, no seu bolso, um aparelho de seis anos atrás, tem cerca de 2.000 vezes mais poder computacional que as sondas Voyager.
Então, qual é o segredo do sucesso? Como essas máquinas podem estar até hoje nos assombrando, 36 anos depois de seu lançamento? Bem, para começar, programação esperta e focada. O sistema da Voyager era distribuído entre três computadores. Um controlava os instrumentos, outro o voo e um terceiro comandava os outros dois. As instruções eram simples, e as opções, limitadas.
Não estamos falando de um computador multifuncional, capaz de executar qualquer tarefa, de editar vídeos a executar games. Ele tinha um propósito bem definido.
O maior segredo da Voyager, contudo, não eram seus computadores. Eram os controladores em solo, usando uma máquina vastamente mais poderosa que o mais recente iPhone 5S: o cérebro humano.
É verdade que, a uma imensa distância da Terra, as sondas precisavam ser automatizadas e autônomas, dotadas de inteligência artificial capaz de reagir ao ambiente sem “consulta” ao controle da missão. Contudo, essas variáveis e o plano de voo eram todos definidos em terra, para depois serem “carregados” nos computadores da nave.
A mesma coisa valeu para as naves Apollo pousando na Lua: quando Armstrong e Aldrin desciam para a alunissagem, em 20 de julho de 1969, o computador de bordo deu tilt. Excesso de dados dos instrumentos sobrecarregaram a memória. Sem problemas. Olhando pela janela, Armstrong seguiu pilotando o módulo lunar enquanto o computador era resetado. O pouso foi realizado quando só restavam 25 segundos para o esgotamento do combustível, e o astronauta precisou desviar de um morro antes de descer.
Os grandes feitos da era espacial ajudaram a desenvolver os computadores, de forma que hoje podemos celebrar nossos smartphones e comemorar seus primos precários das décadas de 60 e 70. Mas nunca se pode perder de vista que a máquina de pensar mais poderosa existente, tanto lá quanto cá, ainda é a mente humana.
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