Presidente russo advertiu contra ação militar no país em guerra civil.
Potências analisam plano para que regime sírio entregue arsenal químico.
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que os rebeldes sírios, e não o Exército do presidente Bashar al-Assad, usaram armas químicas para provocar uma intervenção militar dos Estados Unidos, em artigo publicado no site do "New York Times".
"Existem todos os motivos para acreditar que (as armas químicas) não foram utilizadas pelo Exército sírio, mas sim pelas forças de oposição para provocar uma intervenção de seus poderosos aliados estrangeiros, que se teriam colocado do mesmo lado que os fundamentalistas", argumentou Putin, referindo-se ao recente ataque de armas químicas na periferia de Damasco.
Os Estados Unidos e seus aliados acusam o regime de Assad de usar armas químicas no ataque de 21 de agosto contra um subúrbio de Damasco, que segundo Washington matou mais de 1.429 civis.
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Putin alertou ainda que qualquer ataque militar dos EUA na Síria que ignore as Nações Unidas vai minar a organização, correndo o risco de deflagrar uma onda de terror.
"Ninguém deseja que as Nações Unidas tenham o mesmo destino que a Liga das Nações, que colapsaram por sua falta de influência real. Isto será possível se os países mais influentes ignorarem as Nações Unidas e adotarem uma iniciativa militar sem a autorização do Conselho de Segurança."
Uma ação militar dos EUA "resultaria em mais vítimas inocentes e em uma escalada, potencialmente espalhando o conflito muito além das fronteiras da Síria", escreve Putin em artigo de opinião no "New York Times".
"Um ataque aumentaria a violência e desataria uma nova onda de terrorismo, minando os esforços multilaterais para resolver o problema nuclear iraniano e o conflito entre israelenses e palestinos, além de desestabilizar o Oriente Médio e o norte da África. Tem o potencial de desequilibrar todo o sistema e a ordem legal internacional."
Putin diz ainda que os EUA devem adotar o plano de Moscou, que colocaria as armas químicas sírias sob controle internacional.
Os EUA deram tempo à diplomacia e estão analisando, ainda que com "ceticismo", o projeto russo.
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