17 de dezembro de 2012, em Noticiário Internacional, Política Externa, por Guilherme Poggio
As lideranças dos Estados Unidos precisam lidar com o fato de que eles não podem construir e manter o número de navios que eles querem. Desde o fim da Guerra Fria em 1991, a frota americana está encolhendo e vai continuar a fazê-lo no futuro próximo. Muitos dos navios mais antigos estão chegando ao fim de suas vidas úteis (geralmente entre 30 e 50 anos) e os substitutos prováveis são muito mais caros.
Por exemplo, de 2001 a 2008, a Marinha dos EUA perdeu 34 navios (11 por cento de sua força) caindo para 282 navios de guerra. Isso ocorreu apesar de um aumento de 51 por cento no orçamento da Marinha (ajustando o valor pela inflação). Nos últimos quatro anos, mesmo com o aumento contínuo do orçamento, a força naval aumentou apenas dois navios (agora para 284). Com a redução esperada do orçamento da Marinha para os próximos anos, o tamanho da frota vai cair para 230 navios em dez anos e menos de 200 em 20.
O problema é o elevado custo dos novos navios. Novos porta-aviões (como a classe Ford) custam mais do que US$ 10 bilhões cada. Os modernos contratorpedeiros DDG-1000 custam perto de US$ 4 bilhões a unidade, e por serem tão caros, a Marinha voltou a construir os antigos DDG-51 os por “apenas” US$ 2,5 bilhões cada. A classe LCS, do porte de uma fragata, (3.000 toneladas) deveria custar US $ 200 milhões por navio, mas acabou chegando a meio bilhão de dólares cada.
Submarinos nucleares estão sofrendo problemas semelhantes. A Marinha tem vários problemas neste caso, incluindo estaleiros ineficientes que resistiram a todas as tentativas de reforma. Além disso, há problemas dentro da marinha que impedem a criação de projetos eficientes de novos navios e uma supervisão eficaz da construção. Há também uma incapacidade de se chegar a um acordo sobre quais são os projetos necessários e quantos devem ser construídos, resultando em navios para todos, mas que ninguém pode pagar.
A Marinha está recebendo apenas cerca de US$ 12 bilhões por ano para a construção de novos navios e manutenção de uma força de 240 unidades, cada um com duração prevista de 40 anos. Isto quer dizer que deveriam ser construídos pelo menos seis novos navios por ano. A Marinha prefere uma força de 320 navios, mas teria que construir oito por ano (e ter bilhões a mais a cada ano para operá-los). As perspectivas são fracas, até mesmo para obter o dinheiro para construir seis navios por ano. Possuir menos porta-aviões pode ajudar, e é exatamente o que está acontecendo simplesmente porque falta dinheiro.
Tudo isso está forçando a Marinha de confiar mais em bombas inteligentes e em UAV, uma combinação mais barata do que aviões tripulados e ainda sim capaz de cobrir vastas áreas de oceano. Eletrônica e softwares tornam-se mais importantes porque eles são mais baratos e mais portáteis. Submarinos, especialmente os diesel-elétricos, e minas navais permanecem problemas importantes para a marinha dos EUA. Ambas as armas foram fatores importantes na última guerra naval em grande escala que a Marinha lutou (contra o Japão no Pacífico entre 1941-45) e pode ser assim de novo em um futuro conflito no Pacífico com a China.
Enquanto isso, o principal problema que as lideranças da Marinha estão enfrentando é a liderança naval.
FONTE: End Tmies (tradução e adaptação, Poder Naval)
FOTO: USN
Read more: http://www.naval.com.br/blog/#ixzz2FRUJg3uW
Nenhum comentário:
Postar um comentário