Ministro do STF suspende processo contra Sombra, que nada tem a ver com a morte de Celso Daniel

Decisão acertada – Na terça-feira (4), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, atendendo pedido da defesa, suspendeu o processo criminal contra Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra e acusado de envolvimento no assassinato do então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT). O júri, que definiria sobre o futuro de Sombra, estava previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2013, mas com a decisão ficará suspenso.
Em seu despacho, Marco Aurélio Mello concordou com os argumentos dos advogados do acusado, impedidos de participar dos interrogatórios dos outros acusados de envolvimento no assassinato de Celso Daniel. A decisão, em caráter liminar, terá validade até que o STF julgue o mérito do pedido de habeas corpus ou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) analise requerimento semelhante.
Para o ministro, os advogados de Sérgio Gomes da Silva tinham o direito de participar dos interrogatórios. “O interrogatório dos acusados insere-se na instrumentalidade própria à elucidação dos fatos, valendo notar a possibilidade de haver discordância nas defesas”, afirmou o ministro. Segundo ele, o artigo 188 do Código de Processo Penal estabelece que os defensores podem questionar fato não bem esclarecido no interrogatório, formulando as perguntas correspondentes e pertinentes.
Independente dos detalhes jurídicos que embasaram a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, a inclusão de Sérgio Gomes da Silva no rol de suspeitos é temerária, pois é sabido que Celso Daniel, cotado para ser ministro de Lula, foi morto de forma covarde e cruel apenas por ter discordado da destinação do dinheiro da propina arrecadada em Santo André, importante cidade do ABC paulista.
Gomes da Silva, que ficou preso por ser considerado suspeito, estava com Celso Daniel na noite do crime, quando ambos foram vítimas de um suposto assalto, que terminou com os criminosos levando apenas o ex-prefeito de Santo André.
Quando o STF e a Procuradoria-Geral da República cruzarem os dados do caso Celso Daniel com os do escândalo do Mensalão do PT, logo perceberão que Sérgio Gomes da Silva tornou-se uma trincheira onde os verdadeiros culpados pela morte do ex-prefeito se escondem há dez anos.
Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.
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