segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Preso no Recife, assassino de Maristela Just se escondeu em vários estados do País



Publicado em 29.10.2012, às 15h47


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O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, a secretária da Mulher, Cristina Buarque, e o delegado Cláudio Castro em coletiva nesta tarde
Foto: Luiza Freitas/NE10

Do NE10Com informações de Luiza Freitas/NE10
ATUALIZADA ÀS 17H45
Mais de dois anos depois de ser condenado a 79 anos de prisão, o acusado pela morte de Maristela Just, José Ramos Lopes Neto foi preso no final da manhã desta segunda-feira (29), na Zona Norte do Recife. De acordo com a polícia, antes ele passou por vários estados do País, como Piauí, Maranhão e Mato Grosso, e chegou a se esconder também no Paraguai. A volta, segundo ele, foi por saudade da família que formou depois do assassinato, cometido em 1989.
José Ramos foi preso no apartamento da atual esposa, no bairro do Espinheiro, com quem tem um casal de filhos, uma adolescente e um jovem. De acordo com a polícia, ele já estava no local desde o final de setembro. Como sabia que estava sendo procurado pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), não saía do apartamento para não ser reconhecido. 

"Tocamos a campanhia e a esposa dele abriu a porta. Ela nos pediu calma, mas nós já sabíamos que ele estava lá. Procuramos pelos cômodos e encontramos ele deitado no quarto do casal", conta Cláudio Castro, delegado que condusiu as investigações. Ele disse ainda que informações recebidas pelo Disque-Denúncia foram fundamentais para confirmar o paradeiro do fugitivo.

Ainda segundo o delegado, José Ramos não resistiu à prisão, se mantendo tranquilo. Ele chegou a comentar com alguns policiais que estava relendo seu mandado de prisão no último domingo (28). À polícia, a atual esposa chegou a comentar que pediu a José Ramos para que não retornasse ao Recife, pois tinha medo de que ele fosse preso.

Depois de condenado, em 1º de junho de 2010, sem aparecer no julgamento, teve um mandado de prisão preventiva expedido contra ele. Desde então, estava foragido. Segundo as investigações, José Ramos ficou mais no Mato Grosso, onde trabalhava no setor agrícola em propriedade da família. O FBI e a Interpol chegaram a ser acionados para buscar o assassino.

Maristela Just foi assassinada com três tiros em 4 de abril de 1989, quando tinha 25 anos. O filho do casal, Zaldo Neto, na época com 2 anos, foi atingido por um tiro na cabeça, e a filha, Nathália, com 4, no ombro. O caçula ficou com o lado esquerdo do corpo paralisado. Nathália tornou-se publicitária e fez um blog para contar a história da mãe. O ex-cunhado de José Ramos, Ulisses Just, também foi ferido ao tentar ajudar os parentes já baleados.

VIOLÊNCIA - Em coletiva realizada nesta tarde, a secretária da Mulher de Pernambuco, Cristina Buarque, afirmou que esse é um caso emblemático para a política de defesa da mulher e a prisão de José Ramos, um marco na política contra a violência de gênero. A secretária disse que recebeu uma ligação do governador Eduardo Campos comemorando a ação da polícia.

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