Uma fábrica de armas foi bombardeada perto de Cartum, capital do Sudão, na madrugada da última quarta-feira (24). As autoridades locais suspeitam de Israel, mas o governo israelense, por sua vez, negou qualquer envolvimento no incidente. A mídia mundial tem sugerido que Israel teria realizado a operação com o objetivo de simular um ataque a alvos militares no Irã. Mas Jerusalém ainda não recebeu a aprovação de Washington para a guerra.
Especialistas e jornalistas conjecturam a ideia de um possível ensaiopara um ataque ao Irã depois de uma comparação geográfica básica. A distância entre a base da Força Aérea no sul de Israel e Cartum, no Sudão, é aproximadamente igual à distância entre as instalações secretas iranianas em Natanz e Fordo – 1800 km. Ao se considerar a possibilidade do bombardeio israelense em Cartum, um ponto a ser levado em conta é que a fábrica atingida estava produzindo mísseis de curto e médio alcance. Acredita-se que os principais compradores dessa produção são os grupos terroristas Hamas e Hezbollah, que regularmente lançam ataques contra Israel.
O ministro da Informação sudanês, Ahmed Osman Bilal, disse na televisão nacional que o ataque foi realizado por quatro aeronaves militares, moradores na região do bombardeio também confirmam a informação. A fábrica de Yarmuk produz “armas tradicionais” e o “ataque destruiu parte do complexo, matando duas pessoas e ferindo gravemente uma terceira”. Entre os escombros foram encontradas provas de que Israel é o autor do ataque, acrescentou o ministro.
“Escutei um barulho de avião, mas não vi qualquer luz, depois houve duas explosões e o incêndio na fábrica”, disse um morador local chamado Faize à agência de notícias AFP. Outro residente viu “um avião se aproximar do leste antes de escutar duas explosões seguidas”. Logo havia fogo e a casa de um vizinho foi atingida por estilhaços”.
Abdul Rahman al Jider Rahman, governador do Estado de Cartum, confirmou a explosão seguida de incêndio na fábrica, o que ocorreu por volta da meia-noite. O Small Arms Survey, um centro de investigação independente com sede na Suíça, revelou em setembro passado que a fábrica de Yarmuk armazena armas e munições de fabricação chinesa que são enviadas à região ocidental de Darfur, palco de um longo conflito armado.
Segundo o porta-voz do Exército sudanês, Sawarmi Khaled Saad, um incêndio destruiu o depósito de munição do complexo e se propagou para uma zona de bosques. As autoridades israelenses não confirmaram ou desmentiram o ataque.
Não é a primeira vez que a Força Aérea israelense destroi alvos no Sudão. Em outubro desse ano, um avião não-tripulado da já havia bombardeado comboios que transportavam armas. Em dezembro de 2011, houve dois ataques a colunas palestinas. Em 2009, pilotos israelenses destruíram um comboio inteiro com armas, composto por 23 veículos.
FONTEVoz da Rússia e AFP via Terra Notícias (Edição e adaptação pelo Poder Naval. Título original: “Teria Israel atacado o Sudão como treino para uma operação no Irã?”)