terça-feira, 30 de outubro de 2012

Após vitórias do PSB no país, Eduardo Campos fala em 'paz'



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BRUNO BASTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM RECIFE
Após sair como um dos principais vencedores da eleição municipal deste ano, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, procurou ontem dar sinais de distensão ao PT e ao Planalto.
Em entrevista na sede provisória do governo, em Olinda, o socialista falou em "desmontar o palanque" e em "paz política", reafirmando a condição de aliado da presidente Dilma Rousseff.
Não deixou de citar a "força política" da sigla que lidera --que, disse, deve ser usada para "aquilo que interessa ao país, a paz política".
Leo Caldas/Folhapress
Eduardo Campos durante entrevista em seu gabinete
Eduardo Campos durante entrevista em seu gabinete
No caso do PSB, o exercício da "paz política" implica em apoio a gestões de PT e PSDB pelo país. Como a de Fernando Haddad (PT), vencedor na capital paulista, e a do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que ajudou a eleger Jonas Donizette (PSB) em Campinas.
O PSB de Campos sai das urnas como a sigla que mais cresceu ante 2008 --ganhou 40% mais prefeituras. Venceu ainda o PT em cidades importantes, como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.
Apesar do tom cordial em relação ao PT, Campos criticou, ao tentar escapar do debate sobre 2014, candidatos que tomaram posse "de véspera". "A discussão sobre 2014 deve ficar para o tempo certo. Assistimos nestas eleições muita gente que tomou possa na véspera e foi desmentida nas urnas", afirmou.
Em Recife, terra natal do governador, PT e PSB romperam aliança e Campos conseguiu eleger o apadrinhado Geraldo Júlio (PSB), que nunca havia disputado uma eleição. O petista Humberto Costa chegou a liderar pesquisas, mas terminou em terceiro.
Campos, que interrompeu a entrevista por alguns minutos para, segundo ele, atender a ligação da presidente Dilma Rousseff, afirmou que irá se reunir no final de novembro com os cerca de 440 prefeitos eleitos pela sigla.
De acordo com o governador, os seminários vão servir para repassar experiências de gestão e fortalecer a campanha que lidera pela revisão do pacto federativo --ele sustenta que Estados e municípios não têm como custear serviços como saúde e educação.
ECONOMIA
Cauteloso nos comentários sobre economia, Campos fez a única crítica ao governo federal ao comentar o apagão que atingiu o Nordeste e parte do Norte do Brasil na semana passada. Afirmou que a demora superior a três horas para religar o sistema elétrico não foi "natural".
Sem citar nomes, o governador disse que o problema deveria ser investigado por especialistas e os responsáveis deveriam "se explicar".
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