segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Petros e Eletrobras injetam R$ 7,5 bilhões na Petrobras



Nos últimos meses, petroleira fechou acordos com o fundo de pensão de seus funcionários e com a estatal elétrica que lhe permitiram engordar o caixa

a presidente da Petrobras, Graça Foster
Petrobras, presidida por Graça Foster, ganha mais tempo para vender ativos (Petrobras/Divulgação/Contigo)
Os 5,8 bilhões de reais do Petros já impactaram o balanço deste terceiro trimestre; o valor da dívida acertada pela Eletrobras, de 1,7 bilhão de reais, entrará no resultado do quarto
A Petrobras conseguiu turbinar seu caixa em 7,5 bilhões de reais nos últimos meses graças ao fechamento de acordos financeiros, disse nesta segunda-feira o diretor de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Almir Barbassa.
A maior parte dos recursos veio de uma reestruturação financeira realizada junto ao fundo de pensão dos funcionários da estatal, o Petros. Somente este acordo permitiu à petrolífera receber 5,8 bilhões de reais. Além disso, a Petrobras recebeu da Eletrobras o pagamento de uma dívida de 1,7 bilhão de reais.
Segundo Barbassa, esses recursos já estão no caixa da companhia e aliviam a necessidade de acelerar desinvestimentos (venda de ativos) e a captação de dinheiro via emissão de dívida. “No terceiro trimestre tivemos a liberação dos recursos que estavam em garantia junto ao nosso fundo de pensão no valor de 5,8 bilhões de reais, e esse recurso já migrou para o nosso caixa", disse o diretor da estatal em conferência para comentar os resultados. 
Petróleo futuro – A operação fechada com o Petros consiste na troca de garantias de uma dívida antiga da Petrobras. A estatal tomou recursos do fundo de pensão e depositou garantias na forma de títulos da dívida pública. Por determinação legal, esses papéis não podem ser vendidos, mas sim mantidos em carteira. A empresa conseguiu, no entanto, convencer o Petros a aceitar estoques de petróleo que ainda nem produziu, mas que já estão provados, no lugar desses papéis. Desta maneira, conseguiu liberá-los para fazer caixa. Essa transação já foi contabilizada no balanço da companhia no terceiro trimestre.
Esta não é a primeira vez que a estatal usa petróleo futuro para se recapitalizar. Em setembro de 2010, a estatal aceitou receber barris das reservas do pré-sal, em poder da União, em seu processo de capitalização. Na prática, o governo federal pagou com petróleo as ações que adquiriu no aumento de capital, tornando-se assim uma acionista ainda mais poderoso na estrutura de capital da empresa.
Setor elétrico – O pagamento da dívida de Eletrobras, feito em outubro, não entrou nos resultados do período de julho a setembro. “Outro elemento é a questão da dívida do setor elétrico com a Petrobras. Essa liberação está em negociação e resultou no equacionamento de 1,7 bilhão de reais, que só teve impacto em outubro porque foi consolidado nessa época", explicou Barbassa.
Essa dívida é referente à venda de óleo combustível pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para geração de energia elétrica em usinas da Eletrobras na região Norte, no chamado sistema isolado (não interligado à rede nacional de transmissão).
(com Reuters)

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