Captura de Flores Hala, um dos últimos líderes do grupo terrorista, fortalece as credenciais centristas do atual presidente Ollanta Humala
Quando Ollanta Humala foi eleito presidente do Perú no ano passado, muitos observadores temiam que ele reorientaria o país mais para a esquerda, em direção ao seu estridente passado. Em 12 de fevereiro, entretanto, Humala fortaleceu ainda mais suas recém-adquiridas credenciais como um centrista, quando uma força conjunta da polícia e do Exército prendeu Flores Hala, o líder dos remanescentes membros do grupo terrorista Sendero Luminoso, que aterrorizou o país nos anos 80. Governos peruanos sucessivos, principalmente o do autocrata Alberto Fujimori nos anos 90, já haviam reduzido o grupo maoista a uma mera sombra de si mesmo. Seu fundador e primeiro líder, Abimael Guzmán, foi pego em Lima em 1992, e seu sucessor, Óscar Ramíres, foi preso sete anos depois. A ala política do grupo, o Movimento por Anistia e Direitos Fundamentais (Movadef), buscou por muito tempo se registrar como um partido legal, mas desistiu há dois anos.
Entretanto, os membros remanescentes do grupo ainda eram uma ameaça à segurança pública. Flores, de 50 anos de idade, que atende por “Camarada Artemio”, havia comandado a facção do Sendero Luminoso no Vale do Huallaga, ao norte do país, por décadas. Em 2005 seus guerrilheiros emboscaram uma patrulha policial e mataram oito oficiais. Embora ele tenha anunciado um cessar-fogo unilateral em uma entrevista em dezembro e dito que queria negociar, Humala rejeitou a proposta.
Em 9 de fevereiro, forças de segurança com o conhecimento do paradeiro de Flores lançaram um ataque ao seu campo improvisado nas selvas do norte do Peru. Um membro da equipe conseguiu atirar em Flores. Eles o alcançaram novamente três dias depois e ficaram surpresos ao encontrá-lo vivo, esgotado e sangrando. Flores se entregou sem resistência, dizendo simplesmente “eu perdi”. Seu interrogatório começa em poucos dias, e ele provavelmente será sentenciado à prisão perpétua após o julgamento. A maior parte dos seus comandantes militares e políticos já foram presos ou mortos, e ele não tem nenhum sucessor conhecido.
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