terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Jaques Wagner em 1991-1992: “Solidarizo-me com os nossos conterrâneos da PM”. Jaques Wagner em fevereiro de 2012 – BALAS DE BORRACHA E CADEIA para os “conterrâneos da PM”. Ou: O Haiti é logo ali



Este post, meus caros, tem de ser usado como instrumento de educação política da população. Se você ainda não é um abduzido; se ainda consegue resistir ao charme fatal dos petistas, use-o como evidência de um jeito de fazer política. E que jeito é este? Ele pode ser sintetizado assim: OS CRIMES QUE SERVEM AO PETISMO SÃO VIRTUDES; AS VIRTUDES QUE SERVEM A SEUS ADVERSÁRIOS SÃO CRIMES. Vamos ver?
Ontem, em entrevista ao Jornal Nacional, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou que foi pego de surpresa pela greve da polícia. Bem, milhões de telespectadores ouviram uma mentira, comprovada pelos fatos. Publiquei aqui um post com a imagem do cartaz convocando a assembléia de policias para o dia 31 de janeiro. Ele circulava desde o dia 24. Wagner preferiu se mandar para Cuba em companhia de Dilma Rousseff, deixando o caos atrás de si. Enquanto sujava as suas mãos no sangue de 100 mil cubanos mortos pela tirania, os bandidos começavam a fazer jorrar o sangue dos baianos, já que boa parte dos policiais tinha saído das ruas. Dramatizo? Não! Cem assassinatos na Grande Salvador em miseráveis seis dias — o dobro de uma média já escandalosa! Vamos ver de novo o cartaz? Retomo depois.
bahia-assembleia-convocacao1
RetomandoEu já apanhei muito por me posicionar contra greve de policiais.
Onde quer que tenha havido uma, escrevi: “Sou contra”.
Gente que usa armas para impor a sua vontade pratica terrorismo.
Mas Lula? Ah, Lula era a favor!
Jaques Wagner? Ah, Jaques Wagner era a favor. E não era pouco. Vejam esta outra imagem.
jaques-wagner-apoia-greve1
Trata-se de uma reprodução do Diário do Congresso Nacional de setembro de 1992. Ali vocês lêem o fragmento de um discurso do então deputado do PT Jaques Wagner. Atenção! Houve uma greve de PMs da Bahia no governo de ACM, em 1991, e outra no governo de Cesar Borges, em 2001. Quando ocorreu a primeira, eu era redator-chefe do Diário do Grande ABC. Critiquei duramente o movimento, com o meu mantra de sempre: “Gente armada não faz greve!”. Em 2001, era diretor de Redação do site e da revista Primeira Leitura. Escrevi vários artigos contra os métodos a que recorreram os grevistas. E continuo contra em 2012. Mas e Wagner? AH, ELE APOIOU A GREVE EM 1991 E EM 2001! Nesse segundo caso, afirma o ainda líder do movimento, os petistas chegaram a dar apoio material aos organizadores da paralisação.
Volto à imagem do Diário do Congresso. ACM não perdoou os que tentaram articular a greve. Decidiu puni-los, o que se estendeu até o ano seguinte, 1992. E Wagner fez, então, aquele magnífico pronunciamento, optando pelo proselitismo à beira do caos. Mais do que isso: o deputado sindicalista Wagner incentivava de forma aberta a indisciplina. Destaco alguns trechos:“Em primeiro lugar solidarizo-me com nossos conterrâneos da Polícia Militar do Estado da Bahia, que há aproximadamente dez dias vêm se movimentando juntamente com seus familiares, particularmente as esposas, numa justa reivindicação por melhorias salariais. Infelizmente, a impermeabilidade do Governador do Estado fez com que o Comando da Polícia Militar punisse cerca de 110 militares.”Como bom petista, apoiava tudo o que servisse para minar a credibilidade de um governo adversário.
(…)
“Acho um absurdo o atual vencimento dos agentes da Polícia Militar da Bahia, bem como o dos oficiais. Entendo que aqueles que têm por tarefa a manutenção da ordem pública precisam ter uma remuneração condizente com o risco de vida a que se expõem todos os dias.”Notem o apelo sutil à indisciplina justamente dos oficiais. Mas o melhor vem agora.
“Por isso, registro minha solidariedade aos 110 oficiais e policiais militares já punidos e reitero veementemente meu apelo ao Comando da Polícia Militar para que, em vez de simplesmente seguir as ordens do Governador do Estado da Bahia, sempre impermeável às reivindicações do funcionalismo do nosso Estado, tente sensibilizar o Executivo do nosso Estado no sentido de que sejam atendidas as reivindicações das esposas dos militares que, na verdade, estão indo às ruas porque não têm como comprar alimentos para a família”.Não lhes escapou, obviamente, que o companheiro Wagner estava convidando o comando da PM a se rebelar contra o governador.
O que dizer?Está tudo aí! Felizmente, não há ninguém, hoje, na oposição tão irresponsável quanto eram Wagner e Lula. Mas também são poucos os responsáveis. Só o DEM se atreveu a fazer a coisa certa. O partido, obviamente, não endossa os métodos empregados pelos policiais em greve, mas chamou o governador às suas responsabilidades, o que os tucanos, por exemplo, até agora não fizeram. Diante de uma descalabro da magnitude que vemos, o partido está calado. Nem mesmo teve a ousadia mínima, não que eu tenha lido ao menos, de indagar por que o governador deixou o estado quando estava para ser decretada a greve — ERA CERTA COMO A LUZ DO DIA —, ausentando-se de suas responsabilidades e largando a Bahia à deriva.
São Paulo, 2008. Ou: Estes são eles!Na greve de 2008, em São Paulo, CUT e Força Sindical se uniram no apoio a uma minoria de extremistas da Polícia Civil, que resolveram desafiar a lei e marchar, armados para, calculem!, o Palácio dos Bandeirantes! Chegaram a atirar contra homens da Polícia Militar, ferindo um oficial.
Será que a CUT rejeitou os métodos?
Será que a CUT pediu responsabilidade?
Não! O texto de solidariedade da central aos grevistas está 
aqui. Afinal, estávamos num ano eleitoral, e se dava como certo que o então governador José Serra seria o candidato do PSDB à Presidência em 2010. ERA PRECISO PRODUZIR CADÁVERES EM SÃO PAULO. Não conseguiram. Abaixo, a imagem da página da CUT.
cut-apoia-greve-pc-de-sp
Não estou falando, não, de um PT longínquo, que ficou perdido lá atrás, num distante 1991 ou 1992, antes da conversão à realidade. Estou falando de um PT recente, de 2008, que ainda está aí, que ainda está aqui. Que mobiliza seus bate-paus nas universidades, nos sindicatos, nos movimentos sociais, na imprensa, em todo canto…
Estou falando do partido que deu apoio aos violentos da USP.
Estou falando do partido que atacou, em nota oficial, a correta ação da PM na cracolândia.
Estou falando do partido que demonizou a polícia e o governo do Estado na reintegração de posse do Pinheirinho.
Estou falando do partido que ainda mantém em sua página no Senado a acusação indecente, mentirosa, de estupro no Pinheirinho.
Estou falando do partido que usa até a marcha de meia-dúzia de maconheiros para satanizar a polícia.
Cabe-nos, sim, repudiar de modo veemente, sem qualquer flerte com a desordem, os métodos empregados pelos grevistas baianos. São inaceitáveis. Mas é também inaceitável que se desconsidere a atuação irresponsável do governador Jaques Wagner, que deixou a Bahia a arder e foi fazer turismo ideológico em Cuba, estendendo a viagem ao Haiti.
Ao Haiti?
Como diriam  Caetano Veloso e Gilberto Gil, que não são conterrâneos de Wagner, o Haiti é aqui. O Haiti é logo ali, na Bahia… de Wagner!
Por Reinaldo Azevedo

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