Ministros do STF decidem manter em Brasília apenas investigação sobre o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas
Laryssa Borges, de Brasília
Lava-Jato: investigação sobre o petista André Vargas fica no STF
(Sérgio Lima/Folhapress )
Os magistrados determinaram que as ações penais e apurações contra o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e outros seis réus sejam analisadas pela Justiça Federal no Paraná. Com isso, poderão ser retomadas as investigações contra a quadrilha que movimentou nos últimos anos cerca de 10 bilhões de reais em um esquema de lavagem de dinheiro. Caberá ao juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, analisar se mantém ou não as prisões dos detidos na Lava-Jato.
Apenas o trecho das investigações que cita o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados André Vargas (ex-PT) continuará na mais alta Corte do país porque o parlamentar tem foto privilegiado.
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Há cerca de um mês, o ministro Teori Zavascki, do STF, havia determinado, em decisão liminar, a liberdade do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e suspendido todos os inquéritos relacionados à operação policial e às ações penais abertas na Justiça Federal do Paraná contra os investigados, entre eles o doleiro Alberto Youssef, pivô do megaesquema de lavagem de dinheiro. No mesmo dia, porém, Zavascki recuou de sua decisão e manteve as prisões de Alberto Youssef e de outros investigados na operação policial, autorizando a liberdade apenas de Paulo Roberto Costa. Nesta terça-feira, Zavascki apresentou uma questão de ordem ao STF para decidir sobre o prosseguimento ou não das investigações e sobre quais investigados deveriam ter os casos julgados no tribunal.
A Operação Lava-Jato foi enviada ao Supremo adepois da PF descobrir ligações das quadrilhas com o deputado federal André Vargas com o doleiro Youssef. Em conversas telefônicas monitoradas pelos policiais, Vargas, então no PT, combina com o doleiro uma estratégia para que ambos possam “enriquecer juntos”. O deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) também é citado nas apurações sobre o esquema de lavagem de dinheiro e por diversas vezes aparece em conversas telefônicas pressionando para receber repasses em dinheiro de Youssef.
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