Coronel Leaks
André Vargas, em restaurante dos Jardins, com o bombeiro petista
Florisvaldo Souza. O deputado petista ameaça botar a boca no trombone e
afirma que não vai cair sozinho: " eu não sou o Zé Dirceu II".
Ameaçado por delação, o PT já garantiu a André Vargas o apoio total e
irrestrito no seu julgamento pelo Conselho de Ética. Até o deputado
sócio do doleiro Yousseff não ter ameaçado o partido, a postura era
outra. Como primeira parte do planejamento, está a tentativa de
desqualificar o relator do caso, afirmando que ele já fez um
pré-julgamento. Júlio Delgado, deputado do PSB de Eduardo Campos e
mineiro como Aécio Neves, condenou José Dirceu e não é homem para
aceitar pressões.O futuro de Vargas é a perda do mandato.
Segundo o jornal O Globo, integrantes do PT estão
incomodados com os pronunciamentos públicos feitos pelo deputado Júlio Delgado
(PSB-MG), escolhido relator do caso André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética.
Nos últimos dias, Delgado deixou claro que seu voto será pela abertura do
processo no conselho devido às suspeitas de que ele tenha feito tráfico de
influência e usado o mandato para ajudar o doleiro Alberto Youssef, preso há
três semanas como suspeito de ter lavado R$ 10 bilhões. Aliados de Vargas dizem
que as declarações de Delgado revelam que haverá um “linchamento” e, por isso,
confirmam que Vargas deve antecipar o fim de sua licença e voltar à Câmara no
dia 22. Inicialmente, ele ficaria dois meses longe da Casa para sair dos
holofotes por 60 dias.
— O relator do processo anunciou
o resultado de seu relatório sem nem ouvir o André. Por isso, ele tem que
voltar para se defender. O Conselho não pode ter um processo de linchamento. O
relator disse até que era bom para as eleições presidenciais — afirmou o deputado
Cândido Vaccarezza (PT-SP), amigo de Vargas.
Delgado, no entanto, nega estar
violando o direito à defesa, mas reafirma sua disposição a ser rígido. — Não fui eu que fui ao plenário
dizer inverdades. O que eu disse é que este caso tem mais questões públicas e
notórias para encaminhar a admissibilidade do que tinha no caso do José Dirceu
(do qual Delgado também foi relator). Mas os fatos alusivos ao nosso voto só
ocorrerão depois do amplo direito de defesa e da oitiva de testemunhas. Talvez
eles (do PT) estejam temerários em relação à minha postura, que eles conhecem.
Aí, podem continuar temerosos — rebateu.
Após se licenciar temporariamente
da Câmara, André Vargas passará este fim de semana em São Paulo preparando a
defesa que apresentará ao Conselho de Ética e ao seu partido. Seu encontro com
a comissão de três dirigentes do PT designados pela Executiva do partido para
ouvi-lo sobre seu envolvimento com Youssef, que ocorreria ontem, foi adiado
para segunda-feira.
— Queremos ouvir dele o que
realmente ocorreu. Nós não temos nenhuma informação. O que nós sabemos até
agora é apenas o que foi publicado pela imprensa, e há informações
desencontradas. Vamos ouvi-lo, preparar um relatório e apresentar na próxima
reunião da Executiva — explicou Alberto Cantalice, um dos integrantes da
comissão.
Dos três integrantes do grupo,
dois — Alberto Cantalice e Florisvaldo Souza — integram a tendência petista
Construindo um Novo Brasil, a maior da legenda e a mesma de Vargas. O terceiro
dirigente do grupo, Carlos Árabe, faz parte da Mensagem ao Partido, considerada
mais crítica aos desvios de conduta de petistas.
A propósito: a revista Isto É publica extensa reportagem afirmando
que já há provas para encarcerar André Vargas. Acima, o diagrama da
quadrilha montada pelo deputado. Clique aqui para ler.
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