Investigações sobre o acidente estão concentradas na possibilidade de uma brusca mudança de direção
18 de abril de 2014 | 11h 21
O Estado de S. Paulo
JINDO, COREIA DO SUL - A Justiça sul-coreana emitiu nesta sexta-feira, 18, uma ordem de prisão contra o capitão e dois integrantes da tripulação do navio que naufragou na quarta-feira 16 na costa do país. Lee Joon-seok e a maioria dos 28 integrantes da tripulação abandonaram a embarcação antes do naufrágio e enquanto centenas de passageiros ainda estavam a bordo.
Yonhap/AP
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Um promotor afirmou que no momento do acidente, o navio era dirigido por um oficial subalterno e não pelo capitão, que estaria na popa da embarcação. Joon-seok pediu desculpas aos parentes dos passageiros e disse estar "envergonhado", mas não deu explicações sobre o acidente.
O operador do Sewol, Chonghaejin Marine Co., afirmou que o capitão tem muitos anos de experiência e fazia o trajeto Incheon-Jeju havia oito anos.
Das 475 pessoas que estavam no navio, sendo 325 alunos do ensino médio de uma escola em Ansa, 179 foram resgatadas vivas. Pelo menos 29 pessoas morreram, entre elas o vice-diretor da escola, que tinha sido resgatado vivo, mas foi encontrado morto nesta sexta.
Kang Min-gyu, de 52 anos, não era visto desde quinta-feira e cometeu suicídio, disse a polícia. Ele parece ter se enforcado em uma árvore do lado de fora de um ginásio na cidade portuária de Jindo, onde parentes dos desaparecidos se reúnem. A polícia informou que começou a procurá-lo depois que um colega professor avisou sobre seu sumiço.
As causas do acidente não foram esclarecidas. Passageiros contaram que por volta das 9 horas de quarta-feira (21 horas de terça-feira em Brasília) foi possível ouvir um forte estrondo no navio, que foi tombando pouco a pouco até afundar quase totalmente cerca de duas horas depois. O capitão disse que não bateu em nenhuma pedra.
Mas as investigações estão concentradas na possibilidade de o capitão ter alterado a rota marcada pelo governo e feito uma mudança de direção brusca, em vez de girar de forma gradual. Especialistas dizem que isso poderia ter causado o deslocamento de parte da carga, desequilibrando o navio e provocando o naufrágio.
A cada dia a possibilidade de resgatar pessoas vivas diminui e o naufrágio do Sewol pode se tornar uma das piores tragédias da Coreia do Sul, tanto pelo número de mortos como pela idade das vítimas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, vai visitar Seul nos dias 25 e 26 de abril e se solidarizou com os parentes das vítimas. "Nos dói o coração ver nossos amigos coreanos passando por uma perda tão terrível, especialmente a perda de tantos jovens estudantes."/ AP, EFE e REUTERS
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