Ou: PT cria o problema, orgulha-se dele e joga batata quente no colo alheio
Há três
anos já, o Acre tem recebido uma boa leva de imigrantes haitianos. Eles
chegam primeiro ao Peru e à Bolívia e depois se instalam em território
brasileiro. Nesse tempo, o governo federal — e imigração é um problema
federal — não moveu uma palha nem para impedir a entrada ilegal nem para
alojá-los ou lhes arrumar emprego. Mas estimula o fluxo ao regularizar a
situação e anunciar ao mundo que eles são bem-vindos.
Mais do
que isso: os petistas passaram a alardear que a chegada desses haitianos
é uma evidência da pujança do Brasil. O assunto até foi tema da redação
do Enem em 2012. A tese era a seguinte: antes, o Brasil era pobre e
expulsava mão de obra; agora, na gestão petista, é rico e atrai mão de
obra. O governo brasileiro, de resto, é um crítico de países que criam
dificuldades para a entrada ilegal de imigrantes.
Resultado:
há uma explosão de haitianos no Acre, especialmente na cidade de
Brasileia. Vivem em condições miseráveis, em acampamentos imundos. O
governo Dilma não faz nada. Tião Viana, governador do Acre, seu aliado
partidário, teve uma ideia: “Ah, vamos mandá-los para São Paulo”. E foi o
que fez. Fechou um dos abrigos de Brasileia e despachou os imigrantes
sem nem mesmo um comunicado prévio ao governo do outro Estado, que se
indignou com essa postura.
Nilson
Mourão, secretário de Justiça e Direitos Humanos,do Acre, resolveu dar
uma de cínico, afirmando que não entende a postura do governo paulista.
Referindo-se aos haitianos, afirmou à Folha:
“Eles não ficam aqui. É apenas uma porta de entrada. A maioria segue
viagem rumo ao sul do país. Nós chegamos no limite. A cidade de
Brasiléia, de 10 mil habitantes, está com 20% da sua população formada
por imigrantes”. Segundo Mourão, o Estado de São Paulo, “o mais rico da
federação”, tem total condições de abrigar os 400 haitianos que acabaram
de chegar.
Não me
digam! Ora vejam! O governo do PT decide aplicar uma política de portas
abertas a toda e qualquer imigração ilegal. Basta ir chegando. Não só
pratica isso como alardeia seu malfeito. Não contente, ainda se orgulha
dele e o transforma em teoria e até em tema de redação do Enem. E depois
joga a batata quente na colo alheio.
A
secretária de Justiça do Estado de São Paulo, Eloisa Arruda, classificou
a atitude do governo do Acre de “irresponsável” e se disse indignada. Agora
pense um pouquinho, leitor: imagine se é o governo de São Paulo a agir
dessa maneira. Imagine se Geraldo Alckmin tivesse resolvido lotar alguns
ônibus com nigerianos, por exemplo, e os enviado a estados
administrados pelo PT. A essa altura, as milícias petistas nas redes
sociais o estariam tachando de racista, de higienista e de fascista.
Quando, no
entanto, um governo petista envia imigrantes que ele próprio recebeu a
outro estado como se fosse uma leva de gado, aí não! Aí se trata de
política humanista, certo? Tenham paciência! E o que fez, até agora, o
Ministério da Justiça, de José Eduardo Cardozo, a quem compete cuidar do
assunto?
Nada! Se
Dilma quisesse que a pasta funcionasse, não teria escolhido Cardozo para
cuidar dela. Só gente ocupada tem tempo de fazer o que deve.
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