Presidente da Petrobras tenta impedir ação da PF na Operação Lava Jato II
O Estadão revela que, na Operação
Lava Jato II, que ontem incluiu até mesmo busca e apreensão na sede da
Petrobras, a primeira reação da presidente da Petrobrás, Maria das Graças
Foster, ao receber os policiais, por volta de 9h, na sede da empresa, foi se
recusar a repassar dados sobre um contrato milionário assinado na sua gestão
com a empresa Ecoglobal Ambiental Comércio e Serviços. Avisada de que a
resistência daria à PF o direito de vasculhar a empresa em busca dos
documentos, uma vez que estava autorizada judicialmente por um mandado de busca
e apreensão, a executiva recuou e liberou a papelada.
A negociação levou a permanência
de um delegado e de três agentes na sede da Petrobrás por quase seis horas. De
acordo com um segurança da sede da Petrobrás, os agentes policiais entraram a
pé pela recepção da garagem do prédio, se identificaram e informaram sobre a
Ordem Judicial, expedida pela Seção Judiciária do Paraná. Funcionários do setor
jurídico da estatal desceram para receber os policiais ainda no estacionamento.
Segundo o segurança, os agentes disseram que iriam cumprir
"intimações" na estatal.
No final da noite, o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa da presidente da Petrobrás e
repetiu o que as duas notas já haviam afirmado de que os documentos foram
entregues pela empresa "espontaneamente". A nota divulgada pela
Polícia Federal recebeu o aval de Cardozo antes de ser publicada.
Segundo fontes, o ministro compartilhou
seu conteúdo com o colega da Casa Civil, Aloizio Mercadante, um dos mais
próximos da presidente Dilma Rousseff. O texto apresenta duas explicações em
referência aos mandados cumpridos nesta sexta. A Polícia Federal informa que
"a Justiça Federal no Paraná expediu mandados de intimação prévia para que
a Petrobrás apresentasse documentos. Como houve colaboração, não foi necessário
o cumprimento de mandados de busca e apreensão para o êxito na obtenção desses
papéis."
Menciona, também, que a
"presidência da Petrobrás colaborou com os policiais federais apresentando
os documentos, que foram apreendidos e contribuirão para a continuidade das
investigações". A PF não explicou porque os agentes ficaram várias horas
na sede da estatal, embora a justificativa seja que apenas foram coletados
documentos, cuja entrega já havia sido acertada com a empresa.
A nota da Petrobrás informa que a
estatal recebeu uma ordem judicial para entrega de documentação sobre um
contrato investigado pela Polícia Federal. Segundo o comunicado, a presidente
acionou "imediatamente" a gerência jurídica da empresa para dar
encaminhamento às solicitações dos agentes. O comunicado informa ainda que a
empresa cumpriu as determinações expedidas pela Seção Judicial do Estado do
Paraná.
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