MARINA DIAS
de ASSUNÇÃO
de ASSUNÇÃO
Foto de Maina Dias
As ruas de Assunção estavam praticamente desertas na tarde deste sábado, 30 de junho. Debaixo de um sol quente e alaranjado, de bonito reflexo às margens do Rio Paraguai, uma tímida manifestação a favor do ex-presidente Fernando Lugo atravessava a Rua Palma, principal via de comércio no centro da capital paraguaia.
Era uma pequena caminhonete equipada com alto-falantes e um tambor que abria caminho para não mais do que vinte ciclistas que compunham a “Pedalada pela Democracia”. Apitos e gritos de ordem tentavam conquistar os poucos pedestres nas calçadas contra o novo presidente, Federico Franco. Mas nada além disso.
"As pessoas estão se sentindo golpeadas, sem força. E, realmente, não há quase nenhuma mobilização nas ruas. A forma como Lugo aceitou pacificamente a destituição pelo Congresso desencantou os paraguaios", declarou a Terra Magazine Miguel López Perito, ex-secretário-geral da Presidência e um dos homens fortes do governo de Fernando Lugo.
As escassas bicicletas tinham como destino final a TV Pública, na Rua Alberdi, onde Lugo já concedeu coletivas após o impeachment. E é ali, naquele quarteirão, que os manifestantes encontram os poucos suspiros pró-Lugo na capital, com faixas e pichações contra Franco, acusado de "golpista" pela maioria delas.
Era uma pequena caminhonete equipada com alto-falantes e um tambor que abria caminho para não mais do que vinte ciclistas que compunham a “Pedalada pela Democracia”. Apitos e gritos de ordem tentavam conquistar os poucos pedestres nas calçadas contra o novo presidente, Federico Franco. Mas nada além disso.
"As pessoas estão se sentindo golpeadas, sem força. E, realmente, não há quase nenhuma mobilização nas ruas. A forma como Lugo aceitou pacificamente a destituição pelo Congresso desencantou os paraguaios", declarou a Terra Magazine Miguel López Perito, ex-secretário-geral da Presidência e um dos homens fortes do governo de Fernando Lugo.
As escassas bicicletas tinham como destino final a TV Pública, na Rua Alberdi, onde Lugo já concedeu coletivas após o impeachment. E é ali, naquele quarteirão, que os manifestantes encontram os poucos suspiros pró-Lugo na capital, com faixas e pichações contra Franco, acusado de "golpista" pela maioria delas.
"Não será fácil para a ala progressista do Paraguai se recuperar. Isso vai levar tempo”, desabafa López Perito. Para ele, as perspectivas políticas do país são "incertas", mas uma coisa, diz ele, é fato: seu grupo não voltará ao poder tão cedo.
A jovem funcionária do Ministério da Educação Mayeli Villalba também não consegue fazer prognósticos e não arrisca dizer se Lugo voltará à cena em breve. No entanto, é uma das organizadoras da "Frente de Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado contra o Golpe", um movimento que surgiu com a posse de Franco com o objetivo de "assegurar que as políticas sociais do governo Lugo sejam cumpridas pelo novo presidente".
"Somos 100 pessoas, funcionários contratados – e não nomeados – de vários ministérios e também da Itaipu, e buscamos a participação cívica e social e a reparação do estado de direito no Paraguai. O que houve aqui foi um golpe e todos os novos ministros, recém-nomeados por Franco, são golpistas, não são boas pessoas", diz a ativista.
Aliados de Lugo e interlocutores do ex-presidente desejavam que discursos como o de Mayeli ganhassem força pelo país. Mas não é isso que está acontecendo e, segundo a maior parte deles, além das cicatrizes deixadas pela ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), a culpa do povo estar tão pouco combativo é do próprio Fernando Lugo.
A jovem funcionária do Ministério da Educação Mayeli Villalba também não consegue fazer prognósticos e não arrisca dizer se Lugo voltará à cena em breve. No entanto, é uma das organizadoras da "Frente de Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado contra o Golpe", um movimento que surgiu com a posse de Franco com o objetivo de "assegurar que as políticas sociais do governo Lugo sejam cumpridas pelo novo presidente".
"Somos 100 pessoas, funcionários contratados – e não nomeados – de vários ministérios e também da Itaipu, e buscamos a participação cívica e social e a reparação do estado de direito no Paraguai. O que houve aqui foi um golpe e todos os novos ministros, recém-nomeados por Franco, são golpistas, não são boas pessoas", diz a ativista.
Aliados de Lugo e interlocutores do ex-presidente desejavam que discursos como o de Mayeli ganhassem força pelo país. Mas não é isso que está acontecendo e, segundo a maior parte deles, além das cicatrizes deixadas pela ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), a culpa do povo estar tão pouco combativo é do próprio Fernando Lugo.
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