terça-feira, 3 de julho de 2012

Um dia, um gato



A contribuição dos militantes da luta armada para a democracia foi a mesma que as cheias do Nilo prestam à venda de ingressos para os shows da Broadway.

Quando sequestraram o embaixador Elbrick, em 1969, os autores do atentado exigiram a divulgação, em toda a grande mídia, de um longo manifesto. Imaginem o constrangimento imposto aos detentores do poder: locutor oficial proclamando à nação um libelo contra o regime deles. O texto foi exibido. O país parou para ouvir, ver e ler. Redigira-o o jornalista Franklin Martins, um dos sequestradores. Oportunidade dourada para os insurretos afirmarem seus compromissos com a democracia e cobrá-los do governo, não é mesmo? Qual o quê! O texto (íntegra em "Charles Burke Elbrick" na Wikipedia) foi uma catilinária comunista que falava do que os revoltosos entendiam: ideologia, violência, "justiçamentos", sequestros, assaltos.

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