Chanceler de Hugo Chávez incitou Exército a defender Lugo de impeachment
Ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, incitou os militares paraguaios a colocar as tropas nas ruas (Jorge Adorno/Reuters)
A Justiça do Paraguai anunciou na segunda-feira o início de uma investigação sobre a intromissão do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, no Exército paraguaio durante o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo. Durante os dois dias de processo que culminaram com a destituição de Lugo, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela incitou os militares a colocar as tropas nas ruas para defender o ex-presidente.
O procurador-geral do estado, Javier Díaz, designou os promotores Stella Marys Cano e Raquel Brítez para realizar a investigação sobre a ação de Maduro. A ministra da Defesa do Paraguai, Maria Liz García de Arnold, já havia acusado Nicolás Maduro de convocar os comandantes militares a agir para defender o então presidente Lugo, destituído em 22 de junho.
"O chanceler Maduro incitou os chefes militares a reagir a uma situação que afetava o presidente. Pediu que agissem naquele momento, de acordo com os acontecimentos, em reunião que ocorreu uma hora antes da decisão do Senado que destituiu Lugo", afirmou a ministra.
Pressão - Segundo o deputado José López, porta-voz da comissão da Câmara dos Deputados que ouviu o testemunho de um dos comandantes paraguaios, "está confirmado plenamente que o chanceler venezuelano e o embaixador equatoriano foram ao gabinete militar da presidência da República no dia do impeachment".
"Fernando Lugo foi destituído por mau desempenho de suas funções em razão de ter exercido o cargo de maneira imprópria, negligente e irresponsável, trazendo o caos e a instabilidade política a toda a República", afirmou o Congresso paraguaio. O estopim da crise foi a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado no início de junho, durante a desocupação de uma fazenda. O ditador da Venezuela, Hugo Chávez, e seu aliado do Equador, Rafael Correa, consideraram o impeachment um 'golpe de estado'.
(Com agência France-Presse)
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