Mulher de 53 anos jogou os animais do décimo andar de um prédio no Guarujá
11 de janeiro de 2012 | 12h 07
estadão.com.br
De férias no Guarujá, uma turista gaúcha de 53 anos teve um surto psicótico e, no final da madrugada desta quarta-feira, 11, atirou seus dois cachorros de estimação pela janela do décimo andar do apartamento onde estava hospedada, na praia de Pitangueiras. Os cães, um basset de 16 anos e um pinscher de 6, morreram na hora.
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Google Street View/Reprodução
Fachada do prédio no Guarujá de onde mulher atirou cães pela janela
Segundo os vizinhos, desde as 21h de terça-feira a mulher apresentava sinais de desequilíbrio. Eles notaram barulhos no apartamento da turista e chamaram a polícia quando perceberam que ela arremessava coisas pela janela.
Antes de jogar os animais, ela já havia atirado um colchão e eletrodomésticos, entre outros objetos, segundo o jornal A Tribuna, de Santos. Um homem foi atingido. Ele foi medicado, teve alta e não quis registrar ocorrência.
Soldados do Corpo de Bombeiros arrombaram a porta do apartamento para conseguir contê-la. A mulher, portadora de distúrbio bipolar, segundo parentes informaram aos investigadores, teve que ser sedada e permanecia no pronto-socorro até começo da tarde desta quarta-feira. A família da gaúcha está a caminho do Guarujá para prestar assistência.
Transtorno bipolar. Segundo Daniel de Barros, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e blogueiro do Estadão.com.br, o transtorno afetivo bipolar é um diagnóstico psiquiátrico cuja principal característica é a alternância entre períodos sem sintomas seguidos de fases depressivas e fases eufóricas.
"Não se trata apenas de momentos de tristeza e momentos de alegria, mas de um tempo relativamente longo de alterações do humor intensas, como exagerada tristeza ou alegria fora do controle", explica o psiquiatra. "Quando as fases se tornam muito extremas, a pessoa pode perder o contato com a realidade, quando então se diz que ela está psicótica. Nesses casos pode haver a presença de alucinações - como ouvir vozes, ver vultos etc - e delírios, que são ideias totalmente fora da realidade mas das quais os pacientes têm certeza absoluta. Por vezes, em razão desses delírios, o comportamento fica desorganizado e algumas atitudes incompreensíveis podem ocorrer."
Vida normal. O psiquiatra ressalta que, caso o comportamento da turista tenha sido motivado realmente pela doença, a pessoa não pode ser considerada responsável por seus atos. "Mais do que tudo, é importante destacar que o transtorno bipolar tem tratamento, e que a pessoa pode ter uma vida normal se fizer acompanhamento regular. E embora eventos lamentáveis como esse possam ocorrer, a imensa maioria dos pacientes nunca comete crimes ou atos violentos."
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