sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Guerra na Selva



Quem são eles

Um oficial de uma unidade de fronteira realizou um reconhecimento, em conjunto com uma patrulha da nação amiga vizinha, em parte de sua área limítrofe.
Após o encontro e feitas as coordenações, iniciaram-se os seis dias previstos de deslocamento. O oficial brasileiro, GUERREIRO DE SELVA, deslocava-se à frente, orientando a equipe de navegação. Ao contrário das cartas brancas e sem referências de posse da patrulha estrangeira, as cartas brasileiras estavam preparadas e o homem-bússola, um “cabo velho” da fronteira, orientava-se pelo sol, para admiração dos estrangeiros.
Ao final da tarde pararam para o pernoite e os brasileiros convidaram os estrangeiros para um jantar conjunto. Era só o primeiro dia, mas ficava claro que os convidados estavam admirados.
Era época de estiagem e não havia chovido antes e nem durante a missão, secando os igarapés. Os COMBATENTES DE SELVA do Brasil não passavam sede com os cipós d´água abastecendo a patrulha, técnica que não era conhecida dos estrangeiros.
Além disso, a patrulha brasileira dividiu as cargas igualmente entre seus membros e completava a alimentação com a obtenção de alimentos de origem vegetal e animal. Assim, o cardápio dos “COMBATENTES DE SELVA” era variado e mais nutritivo.
Em contrapartida, os estrangeiros carregavam o peso de forma irregular e não queriam consumir a água obtida nos cipós devido ao asco que sobrepujava a sede. Também se alimentavam só de rações, pois seus organismos não estavam adaptados aos frutos e as caças obtidas. Estavam definhando!
Na proporção que os COMBATENTES DE SELVA BRASILEIROS chegavam ao objetivo, cada vez mais entusiasmados e fortes em um ambiente em que se sentiam literalmente em casa, os ilustres convidados, segundo seu próprio comandante, estavam abatidos e esperando pelo retorno.
Chegaram ao marco de destino na tarde do dia determinado. Foi estabelecido o contato com o Brasil e informado sobre o cumprimento da missão e que os brasileiros estavam muito bem, mas que a patrulha amiga estava bem abatida.
Como resposta, foi acertado um lançamento de dois fardos, pela Força Aérea Brasileira. Quando faltava pouco tempo para o lançamento, o oficial e o sargento brasileiros, ambos “GUERRA NA SELVA”, sentiram trepidar a “ONÇA NO CHAPÉU”…
Balizamento pronto e comunicações estabelecidas, os fardos foram lançados no alvo! Eram dois volumes, cada um com 50 litros de água, que foram recolhidos sob ávidos olhares da nação amiga.
Quando o oficial da patrulha estrangeira foi informado que um dos fardos seria dele, com os olhos cheios de água, abraçou os brasileiros como se abraçam os irmãos.
Os estrangeiros já não disfarçavam mais a admiração pela Patrulha conduzida pelos “GUERRA NA SELVA”! Os soldados da nação amiga, que vieram correndo para buscar a água, gritavam claramente em sua língua, repetidas vezes: “QUEM SÃO ELES?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário