3.426 servidores e magistrados movimentaram quantia entre 2000 e 2010; São Paulo foi Estado com maior volume de operações em espécie: R$ 53,8 milhões
12 de janeiro de 2012 | 18h 01
Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo
Veja também:
Compra de R$ 8,69 milhões do CNJ levanta suspeita entre magistrados
Ministro vê inconstitucionalidade na atuação de conselho financeiro
'Estou vendo a serpente nascer, não posso calar', diz Eliana Calmon
Compra de R$ 8,69 milhões do CNJ levanta suspeita entre magistrados
Ministro vê inconstitucionalidade na atuação de conselho financeiro
'Estou vendo a serpente nascer, não posso calar', diz Eliana Calmon
(Atualizada às 19h27 para acréscimo de informações)
BRASÍLIA - Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram que 3.426 servidores e magistrados movimentaram, de forma suspeita, em torno de R$ 855,7 milhões de 2000 a 2010. Em dinheiro vivo, foram R$ 274,9 milhões movimentados de forma atípica entre 2003 e 2010. São Paulo foi o estado que apresentou maior volume de operações em espécie - R$ 53,8 milhões -, seguido do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
As maiores operações em dinheiro vivo em que os investigados eram titulares das contas foram identificadas entre pessoas ligadas ao Tribunal da Justiça de São Paulo, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e no Tribunal de Justiça da Bahia. Em 2008, somente três pessoas ligadas ao Tribunal da Justiça de São Paulo e ao TJ da Bahia foram responsáveis por movimentações suspeitas no valor de R$ 116,5 milhões, o equivalente a 73% do apurado naquele ano.
Do total de comunicações atípicas, 205 delas no valor de R$ 594,1 milhões foram citados em relatórios de inteligência elaborados pelo Coaf em outras investigações, antes mesmo da provocação feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E desse total, o maior volume foi movimentado por pessoas ligadas ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região no Rio de Janeiro - R$ 319,2 milhões.
Uma depuração de todos esses dados mostrou que se concentra na Justiça de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia a maior quantidade de operações que entraram no radar do órgão de combate à lavagem de dinheiro. Foi esse conjunto de dados que levou a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, a iniciar pelo TJ de São Paulo uma inspeção na folha de pagamentos e nas declarações de bens e rendas de servidores e magistrados. A inspeção seria estendida em seguida para os tribunais do Rio de Janeiro e da Bahia e depois para mais 19 tribunais de todo o país.
O relatório do Coaf integra a defesa apresentada por Eliana Calmon ontem na tentativa de derrubar a liminar deferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que suspendeu as inspeções em todo o país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário