quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A GUERRILHA DO ARAGUAIA - A HISTÓRIA QUE NÃO FOI CONTADA



     A história que não foi contada  


                  

                          


5º capítulo









A grande farsa dos "heróis revolucionários e 


defensores da democracia"






A Guerrilha do Araguaia



Lourinaldo Teles Bezerra



O profissionalismo com que foi executado o treinamento para a campanha no Araguaia, assemelha-se às missões de infiltração executadas por tropas de inteligência inglesas e americanas na Segunda Guerra Mundial, guardadas as proporções e o caráter das operações naquele teatro de guerra.


Se houvesse interesse por parte de algum produtor cinematográfico para colocar na tela dos cinemas esse primor de adestramento, garanto que o sucesso seria total. Mas, eles preferem reproduzir a caricatura de certos "heróis" que primaram por assassinar inocentes, como é o caso de Carlos Lamarca, ou endeusar uma personagem patética e falsa como Luiz Inácio Lula da Silva com o filme "O Filho do Brasil", que se tornou o maior fracasso de bilheteria da história do cinema brasileiro. 
Um filme, tendo como assunto a guerrilha do Araguaia, desde que não sofresse a influência malévola dos interessados em denegrir as Forças Armadas, seria um sucesso tão grande quanto "Força de Elite I e II", ou maior. 


Mas, retornemos à trilha do Araguaia.

Os agentes que atuariam na região alvo, foram devidamente instruídos quanto às características da área de operações. "Os habitantes e suas peculiaridades; quanto aos guerrilheiros e suas características, modo de atuação, necessidades etc."

Para que fossem memorizadas as fisionomias dos guerrilheiros, que possivelmente estariam na área, álbuns de fotografias foram exaustivamente manuseados e visualizados.

A "história" de cada voluntário foi montada individualmente. Cada indivíduo montou seu "histórico" pessoal com todos os dados a ele inerentes, tais como filiação, origem, nome de seus irmãos, parentes próximos, profissão, e "causos" referentes à sua vida de modo a parecer típico daquela região ou de outra de onde por ventura tenha vindo.


O texto a seguir e em resumo, foi extraído do livro "Guerrilha do Araguaia - Revanchismo" escrito pelo Cel Aluísio Madruga, no capítulo que trata da preparação das forças que atuariam na região da guerrilha.


Nota: alguns detalhes, tais como os organogramas constantes do livro em análise, não foram publicados. Recomendo fortemente que adquiram esse grande livro, para que tomem conhecimento com mais profundidade da incrível organização que precedeu a campanha contra a guerrilha.


Relata o Cel Madruga:

"Após a análise e as retificações necessárias, foi feita uma massificação das mesmas. Várias vezes por dia eram feitas sabatinas sobre o assunto.

Quanto às profissões levantadas, estas foram compatíveis com as atividades comuns à região. Assim, alguns seriam posseiros, outros bodegueiros nas corrutelas ou compradores de cereais já que era comum na região a compra principalmente de arroz e feijão. Os compradores percorriam as clareiras adquirindo esses produtos dos posseiros e os transportando em lombo de burros, visando vendê-los em outros locais.

Este grupo foi ainda treinado em suas "profissões". Foi então conseguida a chácara de um membro da operação e nela os "posseiros" passaram a trabalhar, de modo a ficarem com as mãos cheias de calos, queimados do sol, aclimatados com o machado, enxada, foice e facão, além de lidar com galinhas, porcos, vacas leiteiras etc.

Junto com eles passaram a conviver alguns instrutores que os orientavam. Para os "bodegueiros", foram compradas ou alugadas pequenas "biroscas" na cidade de Ceilândia, cidade satélite de Brasília, sendo que no contrato de compra o antigo dono obrigava-se a orientar o novo proprietário na arte daquele tipo de comércio.

Para a montagem das histórias de cobertura dos dirigentes, foi decidido que órgãos federais que lá atuavam seriam utilizados. Assim, por intermédio do Ministério da Agricultura, foram nomeados agentes para atuarem oficialmente junto ao INCRA.

O mesmo ocorreu com a SUCAM, sendo que os mata-mosquitos foram oficialmente treinados em Formosa/GO.

A preocupação com os mínimos detalhes foi grande. Os homens estavam se preparando para adentrarem a área. Porém quais as vestimentas e os demais objetos de uso pessoal que seriam conduzidos? Roupas para os posseiros foram compradas, sem terem uniformidade com o padrão. Calças e camisas velhas e surradas, com alguns remendos também foram providenciadas.

E em que e como conduzir o material de uso pessoal? Este foi conduzido em caixas de papelão envelhecidas e até furadas, ou em sacos encardidos e puídos. Nada de uniformidade.

Como o uso de "chinelos de dedo" era comum em algumas corrutelas, aqueles que para lá se dirigiam, tiveram que usá-los antecipadamente, até ficarem nos mesmos as marcas dos dedos.

Cada um, na hora de iniciar o deslocamento para a área, levou certa importância em dinheiro, e um revólver velho ou espingarda.

Tanto a arma quanto a maior parte do dinheiro deveriam ser escondidos (enterrados) em local que ficasse a alguns quilômetros aquém daqueles em que
atravessariam o Rio Araguaia para a área de operações. Posteriormente, quando estivesse normal, retornariam ao ponto para recuperar a arma e o dinheiro.

Ninguém levaria identidade, o que era normal na selva. Não foi descurado, também, o preparo de uma equipe de retaguarda para apoiar as famílias dos integrantes da Operação. Pagamentos, problemas de doenças, dar notícias às famílias e outros. Enfim, essa equipe de retaguarda foi montada com a finalidade de dar tranquilidade a todos. E isso ocorreu."


A descrição das ações preparativas e do treinamento específico para o início das operações na área de combate, foi aqui esplanada com precisão pelo Cel Aluísio Madruga, com a autoridade de quem participou das ações finais que desmantelaram por completo com a guerrilha montada pelo PC do B. 


Seus chefes, comandados por um velho conhecido do Exército por ter sido um dos cabeças na Intentona Comunista de 35, Mauricio Grabois, tinham a real convicção de que poderiam enfrentar as forças de segurança devido à uma ação de assalto a um posto da Polícia Militar do Pará de onde levaram todo o armamento e alguns uniformes e deixaram amarrados todos os componentes do efetivo policial do posto. Essa ação da guerrilha será devidamente tratada no 6º capítulo onde os combates na selva serão abordados em sua inteireza.


O Cel Madruga descreve agora a Operação Sucuri:






A "Operação Sucuri"








"Na Operação Sucuri ficou estabelecido que a mesma teria um Comandante e um Coordenador-Geral que permaneceriam sediados em Brasília, sendo designados ainda um adjunto do Coordenador-Geral e dois Subcoordenadores:






- Coordenador-Geral  


Recebeu a missão de acompanhar a evolução da operação e fazer a ligação dos Subcoordenadores com o Comandante da Operação.


Ficou sediado em Brasília de onde, periodicamente, deslocava-se para a região conflitada. Um adjunto do Coordenador ficou sediado em Araguaína/GO.




- Subcoordenadores


Coordenavam seus subordinados dentro dos objetivos a serem alcançados pela Operação e, periodicamente, transmitiam os informes colhidos para o Coordenador-Geral quando possível, ou para seu adjunto que se incumbia de de transmiti-los. Um subcoordenador ficou sediado em Marabá e outro em Xambioá. 


A rede a ser estabelecida foi dividida em duas sub-redes independentes (Xambioá e Transamazônica), cada uma orientada pelo respectivo Subcoordenador, mantendo-se portanto estanques as equipes de trabalho, tipo celular a mais recomendada para este tipo de operação.


A "rede de informação Xambioá" ficou assim constituída:


- O Subcoordenador da área ocupou o escritório do INCRA de São Geraldo, com seus auxiliares. Todos com EC de funcionários do Órgão;


- 2 (dois) botecos foram instalados, sendo um em Araguanã/GO e outro em Santa Cruz/PA às margens do Rio Araguaia;


- 4 (quatro) glebas de terra foram adquiridas para a instalação de "posseiros" nas localidades conhecidas como Couro Dantas, Gameleira, Pau Preto/Mutum e Abpobora.


- 2 (duas) equipes da Campanha de Erradicação da Malária (CEM) foram criadas sendo que:


- a equipe "A" - operou ma região Santa Cruz/Gameleira;


- a equipe "B" - operou na área Caiano/Pau Preto.




Por outro lado, a "rede de informação Transamazônica" ficou constituída da seguinte maneira:




- O Subcoordenador, sob a EC de engenheiro da SUCAM manteve-se no eixo Araguaína - Estreito e seu auxiliar instalou um subdistrito da SUCAM/CEM na localidade de Bacaba.


- A rede instalou 3 "botecos" nas localidades de Palestina, Brejo Grande e São Domingos respectivamente.


- 4 (quatro) "posseiros" foram implantados nos lugarejos conhecidos como Consolação e Metade.


- Um elemento móvel, ex-militante da organização terrorista Var - Palmares que em troca de sua liberdade passou a colaborar com as forças legais, levado para a área, agia como "gateiro" (elemento que anda pela selva caçando animais, principalmente, os de pele como a onça para fins de comércio) em toda a região da guerrilha, com prioridade para as localidades de Brejo Grande e Couro Dantas.


- 3 (três) equipes da CEM foram formadas, sendo que a equipe "A" atuou na região de São Domingos - Metade; a equipe "B" atuou no eixo Brejo Grande - Consolação e a equipe "C" atuou na área compreendida entre a Transamazônica e os rios Araguaia - Tocantins;


- Um informante volante recrutado na área, agia em toda a extensão da região de operações.


Posteriormente, paralela à rede de informações acima citada, foi montada uma rede de mateiros, que atuavam de forma bastante compartimentada.


Como foi dito anteriormente para que suspeitas não fossem levantadas pelos moradores da área por ocasião da entrada das diferentes equipes na região, foram tomadas todas as providências possíveis para que os homens estivessem bem caracterizados e mesmo sentindo-se como se realmente fossem do local.


Todos vestiam roupas compatíveis com a profissão que fora adotada.


Somente portavam identidade, e assim mesmo com nomes falsos, o Coordenador-Geral, seu Adjunto, os Subcoordenadores e seus auxiliares diretos.


Os elementos do INCRA e da SUCAM portavam a documentação dos diferentes órgãos.


A ocupação dos diversos pontos sem chamar a atenção era fator decisivo, razão pela qual a área foi ocupada gradativamente, a fim de evitar-se, tanto quanto possível um fluxo intenso e simultâneo  dos diversos elementos empregados.


O deslocamento das equipes foi realizado pelos próprios meios e nenhum contato desnecessário entre os elementos destacados foi mantido, a não ser os constantes do fluxo de informações.


As bodegas funcionariam como pontos de controle e coleta de dados na área, sendo por este motivo, as primeiras a serem instaladas. Os donos de "bodegas", preferencialmente, compraram bodegas já instaladas, a fim de evitar que a abertura simultânea das mesmas levantasse suspeitas, acarretando prejuízos para a Operação.


Em seguida, de acordo com a ordem estabelecida,os demais componentes da Operação ocuparam seus postos.


Todos os integrantes da Operação tinham em mente que atuariam contra um grupo clandestino, que possuía sua sua própria rede de informantes e que, dada a nossa missão de inteligência e consequente dispersão, a clandestinidade e a EC, seriam importantes e essenciais.


Consequentemente, nossa Rede de Informações foi montada de modo que os informes, em fluxo contínuo, fluíssem para determinados pontos e destes para os Subcoordenadores, que os processavam e os remetiam ao Adjunto do Coordenador-Geral. A este caberia dar continuidade ao fluxo, remetendo os informes ou informações ao Coordenador-Geral e informando aos Subcoordenadores sobre os assuntos de uma área que tinham interesse na outra.


As ordens, orientações e informações importantes seguiam em sentido inverso.


Fora da Rede de Informação, no início, todos os contatos foram evitados, sendo que, com o passar do tempo, alguns posseiros e botequeiros transformaram-se, também, em compradores de cereais e de outros produtos regionais, o que veio a facilitar os deslocamentos dos mesmos e contatos dentro da rede."


Dessa maneira, e com a organização característica de uma força armada da qualidade do nosso Exército, os voluntários puderam se estabelecer em seus postos de atuação e deram início à Operação Sucuri cônscios de seus afazeres dentro da missão que lhes foram confiada.


A partir do instante em que começaram a atuar no seu território pré determinado, cada homem estava por sua conta e risco e souberam, com maestria, desempenhar suas funções dando subsídio para que os combatentes pudessem iniciar sua tarefa de desalojar e exterminar os bandidos que pretendiam implantar um foco guerrilheiro permanente no coração geográfico do Brasil, como já o faziam as FARC na vizinha Colômbia.


Continua o Cel Madruga:


"Depois de os componentes da Operação terem ocupado seus locais e se ambientado, os informes começaram a fluir, permitindo aos Subcoordenadores, após os analisarem e os integrarem com outros dados já conhecidos, fazerem gradativamente, o mapeamento das zonas de homizios dos guerrilheiros, a identificação da rede de apoio, intinerários, locais que frequentavam e outros.


Assim, com pequenos ajustes, a operação manteve-se por cerca de seis meses.


A partir de então, esta passou a levantar alguma suspeita. Como a autoridade competente concluiu que as informações obtidas já permitiam uma atuação de combate, foi desencadeada a operação de contra-guerrilha com o emprego de tropa descaracterizada.


Então, em uma determinada noite, a tropa sigilosamente abordou a área conflagrada em diferentes locais e equipes orientadas pelos integrantes da Operação Sucuri, após transporem o rio Araguaia, em poucas horas, retiraram da região a totalidade dos componentes da rede de apoio dos guerrilheiros. Concomitantemente , outras equipes também orientadas por integrantes da mesma Operação embrenharam-se na selva em busca do contato com os guerrilheiros. Logo em seguida, tendo as equipes de combate se familiarizado com a região, os componentes da Sucuri não mais as acompanharam.


Há que destacar que a retirada dos componentes da rede de apoio da região, aí incluídos esposa e filhos, teve os seguintes objetivos: negar aos guerrilheiros informações, alimentos (principalmente o sal e óleo) e o querosene, além além de tentar até mesmo proteger estas pessoas, já que muitas, sob suspeita de estarem apoiando as forças legais estavam sendo ameaçadas. Aqui é importante deixar claro que estas pessoas residiam em palhoças de chão batido  e quase sempre sem portas e janelas. De uma maneira geral não possuíam certidão de nascimento nem de casamento, sendo lógico que com seus filhos não era diferente. 


Todo este contingente que deve ter chegado, aproximadamente, a umas 300 (trezentas) pessoas foram conduzidas para um local anteriormente definido,onde permaneceram agrupadas por famílias em barracas, enquanto que algumas senhoras do grupo ficaram responsáveis por prepararem a alimentação que era coletiva. Receberam certidão de nascimento, de casamento e de nascimento de seus filhos. Muitas também tiveram suas terras tituladas.


O emprego da tropa descaracterizada atendeu a várias razões, sendo as mais importantes não permitir aos guerrilheiros a imediata identificação dos chefes que se tornariam alvos mais compensadores e, também, por existirem componentes de órgãos distintos, sendo que o efetivo da mesma não ultrapassou a casa dos 250 homens, incluídos todos os componentes do Paoio Administrativo, ocorrendo durante esta última fase 3 substituições, perfazendo portanto um total de 750 militares empregados.


Estes fatos pegaram os guerrilheiros de surpresa, tendo em vista que de um momento para outro lhes foram negadas as informações necessárias e parte da alimentação, com destaque para o sal. Agora as forças legais atuavam de maneira diferente o que os levou a se deslocarem mais ainda para o Oeste e sempre que possível fustigar ou emboscar as equipes das forças legais.


Nas fases anteriores todas as oportunidades lhes foram dadas. Aqueles que receberam que voz de prisão e sentindo que estavam em desvantagem se entregaram foram presos e bem tratados. O mesmo ocorreu com os que por questões pessoais, fora da situação de combate, também se entregaram. E nem por isto receberam tratamento não condizente com os previstos neste tipo de guerra irregular. Presos aqueles que tinham prisão preventiva decretada ou já  eram condenados foram encaminhados para a Justiça, enquanto que os demais foram simplesmente soltos.


Quanto aos que ainda permaneciam na na selva, tinham conhecimento destes fatos, porque panfletos com fotos dos guerrilheiros presos sendo bem tratados  e com bilhetes de próprio punho, concitando seus companheiros a se entregarem foram colocados em vários pontos da área de guerrilha.


E nesta nova e última fase de combate à guerrilha, as mesmas oportunidades lhes foram oferecidas. Porém, enganados inicialmente por parte do Comitê central do PC do B que lhes informavam da da importância de resistirem nas posições em busca em busca  dos objetivos do Partido, e depois abandonados, os "guerrilheiros" se negavam a ser presos. Assim é que no primeiro contato entre guerrilheiros e uma das equipes das forças legais, ao receber voz de prisão um guerrilheiro se rendeu e quando o chefe da equipe se aproximou do mesmo, este se aproveitando da falta de visibilidade da selva, sacou dois revólveres que mantinha escondidos, atingindo ao mesmo tempo dois oficiais, sendo um na boca e o outro no braço. E desde então , vez por outra as forças legais eram atacadas por meio de emboscadas, ou quando surpreendia os guerrilheiros e lhes dava voz de prisão estes reagiam contra-atacando. Já existia o exemplo do cabo que o grupo do "Osvaldão" matou e que, além de não enterrar, anunciou que os militares mortos não mereciam nenhum tipo de consideração ou benevolência e, também, o exemplo do oficial que levou o tiro na boca, dentre outros. Nas tentativas seguintes de realizações de prisões , invariavelmente, a reação era sempre a mesma, ou seja, respondiam à bala. Então o que fazer? Depor as armas, fugir? Ou reagir à altura?


E neste dilema restava às equipes sempre a última opção que era a de partir para o combate aberto, até porque foi para isto que seus integrantes foram preparados. E se a baixa era do inimigo, para aqueles aqueles que não conheceram a região naquela época e também não participaram daqueles combates é extremamente fácil dizer, hoje, o que fariam no exato momento do evento e após o mesmo. No entanto aqueles que lá estavam cumprindo com o seu dever perante a Nação, durante os combates, fizeram o que podiam fazer de melhor que foi salvar as suas próprias vidas, concluindo que não tinham porque se arriscar mais uma vez , correndo o risco de caírem numa emboscada, por terem que conduzir em algumas ocasiões, por mais de 50 ou 70 km, através da selva, o corpo de alguém que momentos antes tentara matá-lo. Esta conclusão foi consequência da própria situação do,local dos combates: selva fechada, cheia de perigos e emboscadas!...


Por outro lado, todos aqueles "mateiros" que tiveram suas terras tituladas na ocasião passaram a ser considerados inimigos da guerrilha e, portanto, perseguidos por ela. Alguns, pressionados para abandonarem as terras que tinham acabado de receber procuraram as forças legais no sentido de receberem apoio. Informados de que não existia a possibilidade de receberem esse tipo de proteção foram orientados para se organizarem e se protegerem o que passaram a fazer ao criarem os Grupos de Auto-Defesa (GAD). Assim,  em algumas oportunidades, ao se sentirem perseguidos por componentes da guerrilha se juntaram e fizeram justiça pelas as próprias mãos, com o objetivo de se firmarem como líderes em uma região violenta. Tentavam também, a seu modo, provar para as forças legais que iriam defender os bens recebidos até as últimas consequências."  




Deve estar claro que ninguém, dentro do Exército, tinha como missão exterminar brasileiros que tiveram suas mentes trabalhadas por profissionais do marxismo e que permaneciam enganados dentro de uma ideologia que se baseava no fanatismo para desencadear sua ofensiva, cujo objetivo era a derrubada do Regime Militar e consequente tomada do poder para a implantação do comunismo marxista/maoista/albanês.


Podemos constatar também que, dentro de uma estratégia preestabelecida, as forças legais retiraram do inimigo o seu suporte logístico e de informações, ocasionando um prejuízo importante para o enfraquecimento de suas atividades na região conflagrada.


O apoio dado aos retirantes da área de conflito, proporcionou-lhes inúmeros benefícios que os ajudaram no futuro de suas famílias. Pessoas que ainda não tinham documentos pessoais os receberam gratuitamente para si e para os seus familiares. Além disso, muitos receberam a titularidade de suas propriedades e com isso se viram livres dos grileiros que infestavam a região.


Vimos, também, a incapacidade dos guerrilheiros, em sua maioria, em aceitar a rendição incondicional reagindo sorrateiramente e ferindo ou matando aqueles que lhes davam a oportunidade de se reintegrarem à sociedade através do benefício - caso não fossem procurados ou condenados pela Justiça - do perdão oficial, como muitos foram beneficiados.


Com essas reações planejadas, provocaram a contra-partida dos legalistas numa atitude de auto-defesa para a preservação de suas próprias vidas e as de seus comandados.


Para quem nunca fez parte de uma fileira militar é difícil entender a mentalidade da caserna. O sentimento de solidadriedade e de irmandade entre brasileiros fardados fizeram muitos militares sofrer ao verem garotos com menos de 30 anos sendo dizimados através de suas armas, por eles não entenderem que estavam errados e ludibriados por elementos que não lhes tinham o menor respeito como seres humanos que eram. Para esses "líderes", os jovens, muitos secundaristas, não passavam de peças numa aventura bélica que pretendiam ganhar enfrentando mar bravio numa canoa furada.


Jacob Gorender, em seu "Combate nas Trevas", se refere assim à Guerrilha do Araguaia, mesmo cometendo suas digressões por ser um marxista:


(Os grifos em azul são meus.)

" Para a esquerda armada, a guerrilha urbana devia ser preparatória da guerrilha rural. Nenhuma das organizações empenhadas  na guerrilha urbana chegou à guerrilha rural. Algumas dezenas de pequenas bases foram esboçadas em regiões agrícolas com famílias camponesas e, eventualmente, combatentes treinados. A compra de sítios e fazendas pelas organizações clandestinas incentivou as transações de terras naqueles anos. Com pequeníssima fração, está claro. Quando não sofreram o desmantelamento por intervenção do inimigo , essas bases da projetada guerrilha rural se desativaram por si mesmas.

Unicamente o PC do B conseguiu preparar e efetuar verdadeiras operações de guerrilha rural. Se considerarmos a fase de preparação de seis anos, cabe cabe concluir que se tratou de notável façanha. A própria guerrilha esteve ativa cerca de dois anos, o que representou façanha ainda mais notável. (!!???)

Alguns fatores favoreceram esse resultado. Antes de tudo, o PC do B se afastou por completo da luta armada nas cidades. Resolveu seus problemas logísticos sem precisar recorrer a ações expropriatórias (assaltos, sequestros, roubos de carros e invasões de propriedades) e ficou poupado dos efeitos desgastantes , que elas provocaram nas outras organizações. 

Nas cidades - consideradas cenários de segunda ordem - o PC do B se dedicou ao proselitismo discreto e a propaganda sem estardalhaço, o que não atraiu a atenção dos órgãos da repressão policial. Em consequência, sofreu poucas prisões  de militantes até 1972 (uma delas, no final de 1969, a de Diógenes de Arrda, dignificado pelo comportamento diante dos torturadores da OBAN. 

O PC do B pôde, em suma, concentrar recursos humanos e materiais na estruturação da sua base guerrilheira , no que revelou extraordinária capacidade organizativa. A partir de 1967, fixou-se à margem esquerda do rio Araguaia, sul do Pará, um grupo de militantes com treinamento na China: Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão), João Carlos Haas Sobrinho, André Grabois, José Humberto Bronca e Paulo Mende Rodrigues. Paulatinamente, sobretudo a partir de 1970, chegaram outros militantes e o total atingiu 69, dispersos ao longo de um arco estendido de Xambioá até Marabá.
A introdução destas dezenas de militantes, sua adaptação e treinamento de combate no próprio local - tudo isto exigiu sagacidade e soluções criativas. Os relatos de José Genoíno Neto - sobrevivente , porque aprisionado no rimeiro dia do ataque inimigo - permitiram a reconstituição da fase anterior às campanhas guerrilheiras. 

O prolongado período de preparação seria inviável sem a escolha deliberada da área de atuação e do tipo de trabalho com a população. A área se caracterizava pelo povoamento recente, baixo nível de conflitos sociais e insignificância econômica. O aparelho repressivo do do Estado - uns minguados elementos da Polícia Militar - tinha ali presença ínfima e era rotineira a chegada de gente nova numa região de fronteira agrícola.a sua parte, os futuros guerrilheiros se inseriram na população e seguiram rigorosamente a norma de evitar toda e qualquer atuação política. Assumiram atividades de lavradores e pequenos negociantes e se restringiram a uma prática assistencial: ensino nas escolas,mutirões, pequenos serviços de  enfermagem, participação nas festividades e, vez por outra, nas pendâncias costumeiras com grileiros.


Ao começar o ano de 1972, três destacamentos de guerrilheiros estavam treinados e arregimentados para a luta. Subordinavam-se à Comissão Militar - composta por Maurício Grabois, Ângelo Arroyo e Haas Sobrinho - e davam conta de uma área de cerca de 7.000 km2, coberta de floresta tropical. Sob o aspecto numérico,previa-se até o final do anoa incorporação de mais uns poucos elementos, o que o que completaria o efetivo julgado ideal para o desencadeamento da guerra popular.Do ponto de vista da direçao do PC do B, não importava o fato de que, naquele momento, a guerrilha já se achasse em extinção. Afinal, o decisivo era mesmo o campo, não a cidade. Demais disso, João Amazonas e seus companheiros tinham certo que o Governo Médici era cada vez mais "instável" (grifo meu), "desprovido de base social" (grifo meu)  e politicamente desmascarado diante das massas. Como não partir para a guerra popular, seguindo os ensinamentos do camarada Mao Tse-tung?


Assim, o começo da luta por iniciativa do Exército, a 12 de abril de 1972, antecipou de pouco tempo o que estava planejado pela Comissão Militar no Araguaia. Como a experiência demonstra acerca desse tipo de preparação clandestina. cedo ou tarde a base teria sua existência exposta por elementos desertoresou obrigados a se retirar devido à inadaptação, necessidade de tratamento de saúde ou algum outro motivo.Atribui-se a delação a uma militante de nome Regina, que viajou do Araguaia a São Paulo a fim de receber assistência médica. Quando um desertor, preso em Fortaleza , forneceu aos órgãos policiais, estes já tinham conhecimento da trama no sul do Pará.




Demonstrando boa vigilância, a base guerrilheira, até então encoberta, recebeu em posição de combate o ataque das tropas inimigas. Estas é que não estavam treinadas e equipadas para a luta na selva. O Exército ainda não aprendera a lição do Vale do Ribeira. Utilizou unidades de conscritos, sem sem preparação especializada de contraguerrilha na floresta. Fracassaram na tentativa de tentar penetrá-la, ao passo que os guerrilheiros se moviam nela com facilidade, infligiam baixas ao adversário e conservavam o grosso do seu contingente.


Sob o comando do Gen Antônio Bnadeira (um dos nomes da lista de torturadores), a frustrada investida do Exército se encerrou em julho.A região ficou submetida à ocupação militar/policial e u regime de "brutalidade aterrorizante" (grifo meu) se abateu sobre a população. Os agentes do Governo a não só descobrir colaboradores dos guerrilheros como deixar bem marcada a punição para quem lhes manifestasse simpatia.Uma segunda campanha do Exército, com efetivo estimado em cinco mil soldados, não alcançou melhor resultado em setembro-outubro de 1972. A tropa saiu da região e os guerrilheiros puderam deixar o abrigo da selva e incursionar pelos povoados.


Só então, quando nada restava para continuar encoberto, é que o grupamento guerrilheiro se lançou a um trabalho político junto à população local. Com este objetivo, proclamou-se a criação da União pela Liberdade e pelos Direitos do Povo (ULDP), cujo programa de 27 pontos resumiu reivindicações dos trabalhadores e camadas médias da região. Se o programa revelou visão concreta e argúcia tática, o efeito prático resultou insignificante. O trabalho político já começava vinculado à mais alta forma de luta revolucionária - a luta armada direta contra o Estado, representado pelo Exército. Convidava-se a população a apoiar esta luta e mesmo tomar parte nela, sem sem ter passado pela mediação de formas de luta inferiores e adquirido, no processo, a necessidade de pegar em armas.


O trabalho político quase nada alcançou do ponto de vista do recrutamento de novos combatentes saídos da própria massa, enquanto já era impossível receber reforços enviados de fora pelo PC do B. Conforme o Relatório de Ângelo Arroyo -que conseguiu escapar da área conflagrada no começo de 1974 - o grupamento guerrilheiro diminuiu para 56 combatentes, quando se defrontou com a terceira campanha do Exército.


A Comissão Militar juntou os três destacamentos, movida pela idéia de que a concentração do efetivo permitiria ações de maior envergadura. As duas vitórias de 1972 firmaram o comando na decisão de permanecer na esma área de floresta, onde supunha que os guerrilheiros conservariam condições de defesa inexpugnável.Pode-se imaginar se não teria sido preferível a alternativa da movimentação através de outras áreas, apesar da desvantagem do seu desconhecimento concreto. Da minha parte, penso que o resultado não seria diferente. Qualquer que fosse a decisão militar, padeceria do mesmo defeito essencial da carência de apoio político nas massas em nome das quais os combatentes do Araguaia se batiam com tanto destemor.


Com efeito, os guerrilheiros não conseguiram a adesão da população existente na área escolhida para sua atuação. Por maior que tenha sido o esforço nesse sentido,  em nada resultou as tentativas de massificar a luta em prol de seus ideais marxistas.


Confiaram demasiadamente em sua estratégia equivocada, permanecendo num terreno já completamente dominado pelas forças legais e insistindo no erro, possivelmente depois das duas tentativas pouco técnicas feitas pelo Exército, e que deram a falsa impressão de que as forças legais seriam incapazes de os enfrentar em seu território.


Percebe-se, nesse relato de Jacob Gorender, que os ativistas maoístas do PC do B não estavam preparados para uma longa e penosa luta, pois estavam completamente isolados pelos seus tutores que, do conforto de seus apartamentos em São Paulo, nunca souberam com exatidão o que se passava com os seus camaradas na selva do Araguaia.


João Amazonas e Elsa Monerat, ao ouvirem os primeiros disparos de armas de fogo entre as forças legais e os bandidos, empreenderam fuga do local indo se refugiar na segurança de seus esconderijos na capital paulista, enquanto seus pupilos eram exterminados em combates com o Exército Brasileiro.


As defeccões e baixas havidas nas fileiras guerrilheiras não poderiam ser repostas, visto que o Exército já sufocava, com seus paraquedistas e outros guerreiros altamente treinados em guerra de selva, as rotas de fuga que por ventura os guerrilheiros pudessem ter. O fato é que esses nada previram nesse sentido e foram neutralizados todos aqueles que teimaram em continuar com a luta inglória a que se propuseram.


Jacob Gorender continua com suas considerações a respeito das atitudes errôneas dos guerrilheiros, mas pontualmente distorcendo a verdade:


Duas derrotas deixaram evidente que a tática do Exército precisava mudar. Os generais afinal aprenderam a lição. Enquanto infiltravam agentes de inteligência na zona conflagrada, treinaram no Sul, em absoluto segredo, profissionais especializados em contraguerrilha na selva. A Brigada Pára-quedista, comandada pelo Gen Hugo Abreu, forneceu a maioria desses profissionais. Ao mesmo tempo, criou-se a Ação Cìvico-Social (ACISO), departamento incumbido de atividades assistenciais, tendo em vista combinar o terror repressivo generalizado ao efeitos suasórios dos serviços de médicos e dentistas junto a uma população inteiramente desassistida.


Faço aqui um parêntese para destacar a falsa alegação do escritor marxista, onde ele se refere à suposta atuação das forças de segurança: 


"tendo em vista combinar o terror repressivo generalizado ao efeitos suasórios..." 


Ora, isso se mostra completamente antagônico ao seu relato anterior onde disse que: 


"Se o programa revelou visão concreta e argúcia tática, o efeito prático resultou insignificante. (...) O trabalho político quase nada alcançou do ponto de vista do recrutamento de novos combatentes saídos da própria massa..."  


Essas contradições pontuam todos os relatos dos "historiadores" esquerdistas. Com que objetivo o Exército precisava aterrorizar o povo já sofrido da região do Araguaia, se esse mesmo povo rejeitava a guerrilha e seus componentes? Em que resultaria uma pressão desnecessária como essa? Seria contraproducente do ponto de vista da conquista da opinião pública para a repressão aos comunistas em conflito. Isso não passa de desculpas para a derrota acachapante e humilhante sofrida pelos guerrilheiros do PC do B.


Numa campanha bélica, qualquer exército no mundo procura, em primeiro lugar, tentar conquistar a simpatia da população atingida pelo conflito a fim de lhe proporcionar meios mais fáceis de desempenhar as atividades militares. Pensar que as forças legais não atuaram dessa maneira, é não conhecer a filosofia dos militares brasileiros que conheci quando servi ao Exército em 1968. Se faz necessário salientar que a luta era entre irmãos e não contra invasores estrangeiros. Qual seria o resultado prático de se hostilizar a população contra o Exército? Essas alegações carecem de lógica.




Continuando com Jacob Gorender:


A terceira campanha começou em outubro de 1973, de propósito na estação chuvosa, o que aumento as dificuldades para os guerrilheiros.* Ao invés de conscritos bisonhos, agora vinham pára-quedistas em pequenos grupos, protegidos e coordenados, portando fuzis FAL e metralhadoras leves. Já o armamento dos guerrilheiros era bem inferior e não melhorou no curso da luta.Poucas metralhadoras, armas individuais de longo alcance de tipo antiquado e em número insuficiente, munição cada vez mais escassa.


Cercados, colocados na defensiva, sem qualquer possibilidade de reposição de baixas (ao contrário do inimigo), os guerrilheiros iam sendo dizimados. Nos últimos dias de dezembro de 1973, os pára-quedistas penetraram no reduto da Comissão militar. Maurício Grabois e Haas Sobrinho morreram em combate. Já haviam tombado Dinalva Teixeira (Dina), José Francisco Chaves, operário comunista desde 1935, André Grabois, fiho de Maurício. Reduzido a menos da metade, o grupamento guerrilheiro estava condenado à extinção. Em abril de 1974, o tiro de um "jagunço" derrubou o gigante negro Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão amigo da gente do Araguaia, o mais temido dos lutadores, já sem forças sequer para se defender.(?)




Nesse trecho, em que ele narra a derrocada dos insurgentes do Araguaia, já não se vê tantas glórias nas atitudes dos "heróis" maoístas. Eles tiveram chance de se entregar sem nenhum risco de vida, desde que não resistissem à prisão, como os que atiraram em oficiais que foram ao seu encontro após se declararem rendidos. Porém, não o fizeram e escolheram a luta e por isso tombaram crivados de balas por sua obstinada loucura.


Osvaldão, no episódio relatado anteriormente sobre o cabo Rosa, não titubeou antes de atirar no militar que estava dentro d'água tomando um banho e completamente desarmado. Por que o guia (e não um jagunço) teria compaixão do "mais temido dos lutadores"?


Maurício Grabois, sequer mandou alguém recolher os restos mortais de seus camaradas, inclusive o de André Grabois, seu filho, que ele levou para a selva para morrer por seus "ideais" marxistas. Hoje, porém, os revanchistas e caçadores de cadáveres cobram das FFAA a localização dos corpos de seus saudosos guerrilheiros como se fosse obrigação dos homens do EB carregar cadáveres em decomposição através de um mar verde quase intransponível e sob o risco de emboscadas por parte dos bandidos.


Numa guerra regular, existe o corpo médico que atua na retaguarda e proporciona o socorro aos feridos removendo-os do campo de batalha para hospitais de campanha ou mesmo para aqueles situados em cidades próximas em condições de oferecer ajuda aos necessitados.


Numa guerra de guerrilha, ou guerra irregular, esses meios inexistem por sua característica própria. Num terreno difícil como o de selva, o socorro médico teria de ser feito pelos próprios combatentes, correndo o imenso risco de um contra-ataque por parte dos guerrilheiros através de emboscadas ou mesmo armadilhas preparadas contra seus perseguidores.


Veremos, nos relatos dos combates no capítulo a seguir, como foi difícil e arriscado, o socorro ao Maj Lício Maciel, quando este foi alvejado traiçoeiramente por uma guerrilheira que se supunha já fora de combate.


Querer que as forças legais recuperassem corpos de guerrilheiros abandonados por seus pares é exigir demais de quem os combatia com imensos sacrifícios. Exigir que os participantes desses combates apontem hoje e com precisão os locais onde tombaram, há mais de 40 anos, os guerrilheiros, é querer zombar da inteligência de qualquer gênio.


Por isso, quando vejo, nos meios de comunicação, comunistas raivosos e outros idiotas querendo que o Exército encontre os restos mortais de marginais que tombaram no Araguaia, penso comigo mesmo: eles são uns gozadores.






Lourinaldo Teles Bezerra, é membro civil do GRUPO GUARARPES.


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A seguir, no 6º e último capítulo, serão relatados os episódios mais importantes dos combates entre as forças legais e os guerrilheiros, como também será publicado o diário de Maurício Grabois, escrito em plena selva durante a campanha por este empreendida, visando a compreensão de todos sobre a Guerrilha do Araguaia, vista de dois ângulos.


É necessário que se conte a história, tendo os depoimentos de ambos os lados, sem partidarismo exacerbado, para que se possa fazer uma análise responsável entre as duas forças em choque.  




O Editor.

















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