02/12/2011 - 08h00
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JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Os fazendeiros acusados de intimidar uma comitiva da Presidência que inspecionou no domingo um acampamento de índios guarani-caiovás em Iguatemi (MS) disseram que a versão da Secretaria de Articulação Social é falsa.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi e secretário de Obras da cidade, Márcio Margatto, 40, os fazendeiros é que foram "intimidados de maneira agressiva" pela comitiva.
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Na ocasião, um grupo de quatro fazendeiros, índios e o secretário da Presidência Paulo Maldos bateram boca em uma estrada.
Segundo Margatto, cuja família tem uma fazenda na região, ele foi até lá para saber o porquê da aglomeração naquele ponto da cidade.
O secretário da Presidência viajava pelo Estado para visitar áreas de conflito e não teria avisado nenhuma autoridade de Iguatemi.
Ao encontrarem na estrada a comitiva federal, os fazendeiros fotografaram e filmaram os índios e o secretário da Presidência.
Segundo Margatto, o registro foi feito não para ameaçar os índios, mas para registrar a movimentação, que podia sinalizar uma invasão.
As fotos foram apagadas por agentes da Força Nacional, sob a justificativa de que índios estavam sob proteção. A filmagem foi preservada.
DISCUSSÃO
Uma versão, com cerca de três minutos, foi enviada por Margatto para a Folha. Nela é possível ver o ruralista e Maldos discutindo.
Nas imagens, Margatto diz querer saber os nomes dos membros da comitiva. O secretário Maldos responde que eles não têm "poder de investigação" e se identifica como membro da Presidência.
"Faz décadas que se agride esse povo. Quem morre aqui é só índio", diz o secretário, levantando a voz.
No vídeo, Margatto diz que foi "Roseli, do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]", quem o aconselhou a pedir os nomes dos membros da comitiva federal.
À Folha, o ruralista afirmou que Roseli "é uma pessoa ligada ao CNJ em Mato Grosso do Sul". Consultado, o CNJ disse não saber de quem se trata.
VERSÕES
Segundo o ruralista, as imagens provam que a intimidação partiu da comitiva.
O secretário da Presidência disse à Folha que procurou o diálogo e mantém a versão de que sofreu intimidação dos ruralistas.
O secretário da Presidência disse à Folha que procurou o diálogo e mantém a versão de que sofreu intimidação dos ruralistas.
Apesar de a comitiva estar acompanhada de agentes da Força Nacional, ele disse que não achou necessário dar voz de prisão.
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