22/12/2011 - 20h01
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LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO
MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO
MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A mulher apontada pelos moradores da favela do Moinho, no centro de São Paulo, como responsável pelo incêndio que destruiu pelo menos um terço de seus barracos teve ser escoltada para fora da comunidade.
Ela foi arrastada por cerca de 200 pessoas pelas vielas da favela, sob os gritos de "Lincha, lincha, lincha". Moradores dizem que ela botou fogo no barraco em que vivia, e as chamas se alastraram pela favela.
A associação de moradores local impediu o espancamento com um cordão de isolamento e a moça saiu de lá com a Guarda Civil.
Mary Persia/Folhapress | ||
Incêndio atinge favela do Moinho, em Campos Elíseos, na região central de São Paulo |
Questionado sobre o motivo do incêndio, o secretário Edison Ortega (Segurança Urbana) disse ser "possível que as características do dia de hoje [tempo seco] tenham feito com que um pequeno fogo se alastrasse rapidamente pela comunidade".
Ao menos uma pessoa, ainda não identificada, morreu no incêndio. O corpo foi encontrado em um prédio invadido ao lado da favela e que também foi tomado pelo fogo.
O prédio corre o risco de cair. "O prédio está totalmente comprometido. As guarnições não podem entrar. Precisamos esperar chegar a uma temperatura ideal. Ele apresenta rachaduras e queda de reboco, com risco iminente de desabar", afirmou o capitão dos bombeiros Marcelo Carnevale.
A previsão é de que os bombeiros consigam entrar no edifício na manhã desta sexta-feira e então poderão verificar se existem mais vítimas.
Três ministros do governo federal que acompanhavam a presidente Dilma Rousseff em visita à São Paulo estiveram no local do incêndio: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).
FOGO
O fogo começou por volta das 10h e já foi controlado, mas os bombeiros ainda realizam trabalho de rescaldo e inspecionam os barracos.
Foram usados 40 veículos no combate às chamas, com cerca de 200 mil litros de água.
Ao todo, 120 homens foram mobilizados. Helicópteros da Polícia Militar resgataram 11 pessoas ilhadas pelas chamas e as levaram até a quadra de uma escola próxima. Segundo os bombeiros, três pessoas ficaram feridas e foram levadas para hospitais.
Um bombeiro também ficou ferido quando uma TV caiu em cima de sua cabeça, ao inspecionar um barraco que não era atingida pelo fogo. Ele foi levado para o pronto-socorro.
A Defesa Civil municipal afirma que metade da favela foi consumida pelo fogo, mas o Corpo de Bombeiros diz que um terço dos barracos queimaram. Segundo o comandante Luiz Humberto Navarro, a área atingida pelo fogo foi de 6.000 m².
Os barracos ficam próximos ao viaduto Engenheiro Orlando Murgel, que liga as avenidas Rudge e Rio Branco. Uma grande quantidade de fumaça se espalhou pela região e pôde ser vista de longe.
As chamas chegaram próximas da linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e provocaram a interrupção da circulação nas linhas 7-rubi e 8-diamante.
De acordo com dados do Censo, a favela possuía no ano passado cerca de 530 barracos, onde viviam 1.656 pessoas. Já o coordenador da Defesa Civil municipal, Jair Paca de Lima, diz que no local moravam 2.500 pessoas.
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