Situação é pior que a registrada em 2010 e mais grave em Santos e outras cidades do sul; na costa norte, 12% dos locais têm problemas
30 de dezembro de 2011 | 3h 02
ADRIANA FERRAZ - O Estado de S.Paulo
As praias paulistas estão mais sujas neste fim de ano. Boletim divulgado ontem pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostra que 48 locais do litoral estão impróprios para banho. No mesmo período do ano passado, eram 31. O número atual representa 30% do total de endereços avaliados pelo órgão. Santos, São Vicente e Praia Grande são os municípios que apresentam as piores condições para o banhista neste réveillon, com bandeira vermelha em todas as praias.
As condições de balneabilidade de Mongaguá, também na Baixada Santista, são igualmente ruins. Apenas um ponto de sua orla está liberado pela Cetesb, que faz o acompanhamento de seis locais da faixa de areia da cidade. A situação de Itanhaém e Peruíbe é ligeiramente melhor, assim como a do Guarujá, onde somente um endereço da Praia da Enseada tem o sinal de alerta - no Perequê, o movimento de barcos afasta veranistas.
Na contramão, turistas que escolheram passar o feriado nas cidades do litoral norte vão encontrar quase todas as praias limpas e próprias para o banho. De acordo com a Cetesb, apenas 10 dos 83 pontos de medição têm bandeiras vermelhas neste réveillon. O índice é de 12%, menos da metade da média paulista. Ilhabela é proporcionalmente o município com a melhor condição da região: só uma das 13 praias não tem condições de banho, ou 7% do total.
Já Ilha Comprida e Iguape, ambas no litoral sul, estão completamente liberadas, assim como Bertioga, na Baixada Santista. Nas três cidades, todas as praias são consideradas próprias pelo órgão ambiental do Estado. As análises são feitas semanalmente, durante todo o ano. O índice utilizado, de balneabilidade, revela qual é a condição da praia em possibilitar o banho e atividades esportivas em suas águas de forma saudável.
Da última semana para cá, 30 novos pontos de medição entraram para a lista imprópria do litoral. Segundo Débora Orgler de Moura, gerente interina do Setor de Águas Superficiais da Cetesb, há duas explicações principais para a mudança. "Uma é a forte chuva, que tem atingido principalmente as cidades da Baixada Santista nesses dias. A outra é o aumento da população, que gera mais consumo e eleva o volume de esgoto", afirma.
Verão. Para Débora, a solução passa pelo aumento das ligações domésticas à rede coletora da Sabesp. Mas, a curto prazo, a expectativa é de piora. Segundo a gerente, o total de praias impróprias deve aumentar no verão. "O quadro atual, de 30% de pontos de medição impróprios, não é ideal, mas também não é incomum." Neste ano, o mês de outubro foi considerado o mais crítico, quando os boletins da Cetesb apontaram até 60% de praias em condições impróprias.
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