22/12/2011 - 15h35
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DO RIO
A Polícia Militar do Rio afastou do comando do 7º Batalhão de São Gonçalo (região metropolitana) o tenente-coronel Djalma Beltrami, preso na segunda sob suspeita de corrupção e tráfico de drogas e solto dois dias depois por decisão da Justiça. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, ele foi transferido para a Diretoria Geral de Pessoal para "preservar sua imagem".
Ao conceder o habeas corpus que garantiu a liberdade de Beltrami, o desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça do Rio, criticou o fato de a prisão ter sido realizada, segundo ele, apenas com base em uma interceptação telefônica em que um traficante fala sobre dar propina ao "01".
Para o desembargador, o juiz que decretou a prisão "se deixou levar pela maldade da autoridade policial que entendeu que 01 só podia ser o comandante do 7º Batalhão".
O delegado que fez o pedido de prisão não comentou o fato. Já a Associação dos Delegados de Polícia do Rio disse ontem que o desembargador tomou a decisão sem ter acesso ao inquérito. Beltrami nega as acusações de que tenha recebido propina.
Ele assumiu o comando do 7º Batalhão após a saída do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto. Oliveira nega participação no crime.
CRISE
O corregedor geral unificado das polícias do Rio, Giuseppe Vitagliano, negou nesta quinta-feira que a prisão do comandante do 7º Batalhão tenha instaurado uma crise entre as polícias Civil e Militar do Estado. Para ele, o episódio não deixou as polícias "conflagradas".
"Eu estou acompanhando o relacionamento entre a Polícia Civil e a Polícia Militar e não há [crise]. Pode existir algum mal entendido entre alguém que não representa, evidentemente, as instituições. Isso eu posso afirmar, porque estou acompanhando o episódio", disse Vitagliano.
O corregedor geral da PM, Valdir Soares Filho, afirmou que o caso do coronel Beltrami é "um fato isolado".
"A maior prova de que não há cizânia, não há cisão na relação da Polícia Militar e da Polícia Civil é que nós estamos aqui hoje trabalhando juntos", disse Soares Filho na coletiva de imprensa sobre a operação Lobão, que busca cumprir 30 mandados de prisão de milicianos nesta quinta. "A diretriz da integração continua sendo um firme propósito das instituições."
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