Substância produzida a partir do ácido graxo presente em peixes consegue destruir células-tronco da doença
Os linfócitos T são células de defesa que protegem o nosso organismo de invasores como bactérias e vírus. Quando ocorre uma leucemia, estas células se multiplicam desordenadamente e se tornam cancerosas (Latinstock)
Um composto produzido a partir do óleo de peixe pode levar à cura da leucemia. De acordo com um estudo publicado no periódico Blood, a substância chamada D12-PGJ3 é eficiente em atacar e destruir as células-tronco da leucemia mielóide crônica (LMC) em camundongos testados em laboratório.
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Célula-tronco
Célula capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras células, como as do cérebro ou músculo.
Célula capaz de se transformar (se diferenciar) em outra célula ou tecido especializado do corpo. Pode se replicar muitas vezes, diferente de outras células, como as do cérebro ou músculo.
A leucemia é um câncer que atinge as células brancas (sistema imunológico) do sangue. O subtipo da doença pesquisado, a leucemia mielóide crônica, é considerada maligna e não é curável com o uso de drogas. O único tratamento capaz de levar à cura da doença é o transplante de medula óssea.
De acordo com Sandeep Prabhu, um dos autores do estudo, pesquisas anteriores já haviam demonstrado que os ácidos graxos são benéficos para a saúde do sistema cardiovascular e para o desenvolvimento do cérebro, particularmente em crianças. “Demonstramos agora que alguns compostos desse ácido têm a habilidade de destruir seletivamente as células-tronco da leucemia em camundongos”, diz Prabhu. Segundo ele, os animais ficaram completamente curados e sem recaída da doença.
Alvo certeiro – Os compostos do ácido graxo em questão matam as células-tronco cancerígenas tanto no baço quanto na medula óssea. Ele atua ativado o gene p53, responsável por programar a morte da própria célula. “O gene p53 é um supressor de tumor que regula as respostas aos danos no DNA e mantem a estabilidade genômica”, diz Prabhu.
A terapia atual para o LMC prolonga a vida do paciente ao manter o número de células do câncer baixa, mas as drogas falham em completar a cura porque elas não têm como alvo as células-tronco da leucemia. Segundo Roberto Paulson, coautor do estudo, o paciente acaba ficando refém da medicação para o resto da vida. “Se ele interrompe, a doença tem uma recaída, porque as células-tronco da leucemia são resistentes a essa droga.”
Pesquisa - Durante os experimentos, os pesquisadores injetaram em cada camundongo cerca de 600 nanogramas de D12-PGJ3 todos os dias, durante uma semana. Os testes mostraram que os camundongos foram completamente curados da doença. A contagem sanguínea estava normal, e o baço voltou ao tamanho normal. Nenhum dos animais teve recaída da doença.
Os pesquisadores estudaram o D12-PGJ3 porque ele mata as células-tronco da leucemia, mas tem poucos efeitos colaterais. Eles estão tentando determinar agora se o composto pode ser usado em estágios terminais da leucemia. Atualmente, não existem drogas disponíveis para tratar a doença quando ela progride para esse estágio.
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