quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Boeing é encurralada por sindicato


Representantes supostamente neutros do governo federal podem ameaçar uma empresa com danos graves se ela não fizer concessões a sindicatos




Depois de várias greves caras e prejudiciais em uma parte do país em que os sindicatos são fortes, uma empresa abre uma nova unidade em uma região em que eles são fracos. O sindicato reclama com uma agência do governo, que acusa a empresa de “retaliação” ilegal contra o sindicato. A agência governamental, em seguida, tenta forçar a empresa a realocar sua nova unidade de volta para a região mais fortemente sindicalizada. Estamos na França, ou na Venezuela?
Não; isso aconteceu nos Estados Unidos.
A empresa em questão é a Boeing, uma fabricante de aviões. As greves aconteceram no estado de Washington. A nova unidade que a agência National Labour Relations Board (NLRB) viu como motivo para acusar a empresa de “retaliação” fica na Carolina do Sul, onde leis de “direito ao trabalho” significam que nenhum trabalhador pode ser forçado a se unir a um sindicato, ao contrário de outros estados em que isso acontece. O caso já foi várias vezes citado como evidência de que o presidente Barack Obama é hostil aos negócios.
Então, os empresários devem ter comemorado quando, em 9 de dezembro, a NLRB decidiu abandonar seu caso contra a Boeing. Mas poucos o fizeram. Porque a decisão da NLRB reflete uma vitória não apenas do senso comum, mas também da tática do braço-de-ferro adotada por sindicatos.
Parece que a NLRB, um legado do New Deal do presidente Franklin Roosevelt, escolheu desistir do caso apenas quando isso lhe foi pedido por representantes da Associação Internacional de Mecânicos, o principal sindicato da Boeing. O sindicato disse à agência do governo que tinha acabado de fechar um acordo lucrativo com a Boeing que cobria seus trabalhadores no estado de Washington. Com o acordo feito, o sindicato não precisava mais da ajuda do governo apontando uma pistola à cabeça da Boeing.
A Boeing declarou vitória, mas não enganou ninguém. Porque isso estabelece um precedente: os representantes supostamente neutros do governo federal vão ameaçar uma empresa com danos graves se ela não fizer concessões a sindicatos.

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