segunda-feira, 21 de maio de 2012

Parcerias perigosas e parcerias inconvenientes


Gelio Fregapani



      As parcerias assimétricas são sempre perigosas. O mais forte costuma utilizar-se do parceiro, e o abandonar quando em dificuldade. A História o comprova. Em nosso continente podemos constatar a parceria da Colômbia com os EUA e a da Venezuela com a Rússia, parcerias utilizadas pelas superpotências apenas para seus objetivos. Jogo perigoso.
      O nosso Brasil, durante o gov. Lula ensaiou certa parceria com a França, parceria não tão assimétrica, que poderia até dar certo. O que os franceses realmente queriam: matérias primas, principalmente urânio. Necessitavam. Estavam dispostos a dar algo em troca, mas naturalmente não mereciam confiança total. Acredita-se que na guerra das Malvinas tenham cedido aos ingleses os códigos dos mísseis exorcet que haviam vendido aos argentinos, permitindo em alguns casos a sua neutralização.
      Possivelmente só o nosso Brasil, quando o mais forte, procura fazer parcerias altruísticas, e tem pagado um preço alto demais. Assim foi com o Paraguai, que agora nos chantageia com Itaipú, Não aprendemos a lição Agora planejamos construir novas hidrelétricas em rios fronteiriços. Procuramos sarna para coçar. Tratemos de construí-las em nosso território. Fronteiras não são “pontes”, como as considerava Lula em sua política suicida. São cercas e boas cercas fazem bons vizinhos

Acontece na nossa terra
      Uma lição do Economista Adriano Benayon - Não existe país que se tenha desenvolvido, havendo entregado seu mercado a empresas comandadas por capitais estrangeiros. – Está em nossas mãos dar preferência a produtos de empresas de capital nacional, ao menos quando em igualdade de condições.
      Trabalho escravo – Elementos mal intencionados confundem propositalmente o trabalho em más condições com escravidão. Fingem ignorar que em toda frente pioneira as condições são precárias, mas frequentemente melhores do que o trabalhador teria sem o trabalho. É mais uma manobra para evitar a expansão da nossa agricultura e a conseqüente concorrência.  Aliás, é bom lembrar que nenhum trabalho tem condições mais precárias do que o do soldado em treinamento (sem falar na guerra), e nem por isto é considerado um trabalho escravo.
     Operação Àgata – Pegou mal o nosso Exército exercer o papel de polícia Rodoviária, e a nossa Força Aérea, a serviço da Funai destruir as pistas de garimpo em Roraima, afastando da fronteira os únicos brasileiros que se animam a povoá-la e fundar novas cidades. A insatisfação popular foi de tal monta que nem os mais necessitados compareceram na oferta de auxílio (Aciso) oferecida pelo Exército naquele Estado. Há poucos anos o mesmo Exército era adorado pela população.
      Confiança – Talvez a Presidente Dilma só possa mesmo confiar nas Forças Armadas. Mandou refazer o planejamento da segurança dos grandes eventos deixando a base das ações nas mãos dos militares, mas estes não são autômatos sem alma. Será bom que tente também conquistar a confiança da tropa. Ainda está em tempo

A esperança decrescente
      A Presidente Dilma recebeu uma bomba de efeito retardado. Não é que o Lula tenha sido de todo ruim; seu assistencialismo, (bolsas, subsídios etc.) mantiveram a nossa agricultura, indústria e comércio funcionando, enquanto a economia mundial desmoronava. Entretanto não é possível manter esse assistencialismo por muito tempo a não ser que o Estado disponha de uma renda extra como a Arábia com o petróleo.  Pior ainda, com a corrupção generalizada e com a incompetência dos companheiros de sindicatos, elevados aos mais altos postos, a alta administração federal rumava para o caos. Mudar o rumo, reconheçamos, era uma tarefa difícil
     Mesmo herdando o Governo em dissolução – com o Legislativo desmoralizado, o Judiciário voltando-se contra a moralidade e mesmo contra a unidade Nacional e o Executivo loteando os Ministérios entre ladrões para garantir o apoio, é forçoso reconhecer que a Presidente em poucos meses se transformou numa esperança, e com o tempo foi conquistando a confiança. Além dos ensaios de faxina, tomou corajosas e oportunas medidas em defesa da industrialização -taxando os importados; reduzindo os juros (taxa Selic) e outras saudáveis medidas, a última das quais, o quase despercebido projeto Carinhoso, atenuará o maior perigo que corremos: o encolhimento e envelhecimento da população. Conseguiu corrigir muitos dos perigosos rumos do governo anterior. Seus erros, tipo doações à C uba e Palestina de recursos carentes no próprio Pais ficaram eclipsados pelo bom momento econômico, ao qual ela contribuiu com mentalidade progressista, e principalmente impedindo ao Ibama de paralisar as obras de infra-estrutura. Mais do que esperança, criou confiança Será uma lástima se puser tudo a perder por medidas que reabrem feridas e reacendem a chama do ódio.
      O Pais estava se aproximando da união entusiasmada, com uma euforia somente vista nas épocas de Jucelino e Médici, quando havia auto estima, orgulho e principalmente união e confiança no governo. Lamentavelmente a infeliz divisão racial provocada pelas cotas criou certa ruptura, mas a culpa disto não pode ser atribuída à presidência, e sim ao STF, mas a operacionalização da Comissão da “Verdade acabou com a confiança dos militares no governo, gerando um potencial de destruir a disciplina das Legiões, um dos dois pilares que sustentam qualquer governo, ( eles são a disciplina militar e o apoio popular). É possível que a Comissão venha a agir com isenção, mas a esperança é pequena. É verdade que não foram escolhidos os mais radicais inimigos das Forças Armad as – Greenhalg, Genro, Nimário, Vanucchi  etc, mas nem por isto a maioria dos membros da comissão deixa de ser de partidários e haverá sempre a suposição que estarão tentando comer pelas beiradas.  Com razão, os militares nacionalistas julgam nefasta a Comissão. A pressão da OEA para punições visa basicamente desmantelar nossas Forças Armadas e só o Governo não percebe isto, cego pelo viés ideológico que se supunha ultrapassado.
       Lógico, neutralizando os militares fica mais fácil manter o Brasil como uma colônia de exploração para proveito dos esquemas globalitários.
     O outro pilar de sustentação do Governo, o apoio popular, depende principalmente da situação da economia, e a nossa, atualmente, depende da produção agrícola. Portanto Senhora Presidente, pense antes de vetar o Código Florestal. Lembre-se da Princesa Isabel; ao fazer uma lei, socialmente justa, mas que arruinou a economia, não só perdeu seu trono como jogou o País em cinquenta anos de estagnação.
      Antes ainda do final do mês saberemos a decisão governamental sobre o Código; um veto total imediatamente afastará o mundo rural do governo, e seu efeito (o preço dos alimentos), poderá, em poucos meses, criar tal insatisfação popular que propicie ambiente para revolta. Sem apoio popular e sem disciplina militar nenhum governo se sustenta. Esperemos que isto não aconteça simultaneamente com as exigências estrangeiras sobre nossos recursos naturais.


Que Deus guarde ao nosso País

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