terça-feira, 29 de maio de 2012
Nove países expulsam embaixadores sírios em repúdio a massacre
DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Nove países expulsaram os embaixadores da Síria nesta terça-feira em repúdio à morte de 108 pessoas na cidade de Houla, na última sexta-feira (25). Outros três países -- Holanda, Bélgica e Suíça -- declararam os representantes do regime de Bashar al Assad persona non grata.
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Até o momento, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Bulgária, Canadá, Espanha, França, Itália e Reino Unido expulsaram o corpo diplomático do regime sírio no país.
Holanda e Bélgica, que compartilham o mesmo embaixador, declararam o representante persona non grata nos países, mas ele só poderá ser expulso caso a União Europeia também repudie a presença do diplomata. O mesmo acontece na Suíça, cujo representante sírio também atua na França.
Shaam News - 26.mai12/France Presse
Corpos das vítimas do massacre em Houla (Síria); entre os mortos estão mais de 30 crianças
Mais, cedo, o Departamento de Estado americano deu 72 horas para que o encarregado de negócios sírio em Washington, Jabbour Zuheir, abandone o país, informou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Apesar da saída de diversos países ocidentais, o Itamaraty confirmou que não pretende retirar o embaixador sírio no Brasil no momento, de acordo com o chanceler Antonio Patriota.
De acordo com o porta-voz da chancelaria brasileira, Tovar Nunes, o "diálogo com a Síria tem que ser mantido". "Se expulsarmos os diplomatas sírios do país, não vai ter mais diálogo", afirmou.
ELOGIOS
Israel, que não tem relações diplomáticas com a Síria, comemorou a decisão dos países ocidentais.
"A expulsão dos embaixadores da Síria é um novo passo no caminho para derrotar o regime da família Assad. Outros governos do mundo deveriam agir de maneira similar", disse o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak. Assad, acrescentou Barak, "não pode continuar fazendo parte da comunidade das nações".
O grupo oposicionista CNS (Conselho Nacional Sírio) também congratulou a comunidade internacional pela expulsão dos representantes diplomáticos.
"O CNS dá apoio total a essas medidas" e "convoca a comunidade internacional a romper todos os laços diplomáticos com o regime sírio", declarou o grupo oposicionista, em comunicado oficial.
CESSAR-FOGO
O movimento ocidental de repúdio ao regime de Assad é o ponto culminante, até o momento, de meses de desgaste e comoção mundial com os eventos na Síria.
O acordo de cessar-fogo intermediado pelo negociador da ONU, Kofi Annan, que volta a se encontrar hoje com o ditador Bashar al Assad, mostrou pouco efeito.
Antes do massacre em Houla e após o acordo de cessar-fogo, quase 2.000 já morreram por conta da repressão do regime sírio e de confrontos com os movimentos insurgentes.
No episódio, mais 87 pessoas morreram somente no domingo, além de outras 41 nesta segunda. Relatos iniciais da oposição apontam outras dezenas nesta terça-feira.
A sucessão de episódios violentos parece ter afetado até mesmo os poucos aliados que Assad ainda tinha junto à comunidade internacional.
Ontem, até mesmo a Rússia, uma das vozes isoladas em defesa de Assad, apontou a culpa (parcial) do regime sírio no massacre de Houla.
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