quarta-feira, 30 de maio de 2012

Não conseguiram



ESCRITO POR RICARDO PUENTES MELO | 23 MAIO 2012
INTERNACIONAL - AMÉRICA LATINA

O explosivo e o modus operandi, segundo dizem os peritos, levam a assinatura do ETA, o bando terrorista espanhol que vem delinqüindo com as FARC, com o auspício e os dólares de Hugo Chávez e a vista cúmplice e facilitadora deste governo.


Fernando Londoño fez o que todo mundo acreditava ser impossível: no primeiro ano do governo de Álvaro Uribe conseguiu aumentar o número de efetivos do Exército em mais de cem mil homens dotando-os de armamento de primeiro nível, e os preparou para enfrentar os bandos terroristas guerrilheiros. Ao mesmo tempo, nomeou o coronel Alfonso Plazas Vega na Direção Nacional de Estupefacientes para que golpeasse diretamente o narcotráfico aonde lhe dói mais: em suas finanças. E assim se fez.

Entretanto, a máfia, que tem seus tentáculos nos órgãos de justiça e investigação, pôs em funcionamento toda sua maquinaria conseguindo que o procurador Maya Villazón permitisse a volta da delinqüência... O Dr. Londoño foi sancionado pela Procuradoria por ter-se atrevido a desmascarar o juiz Suárez Vacca que deixou livres os mafiosos Rodríguez Orejuela, financiadores da campanha de Ernesto Samper. Em pouco tempo, o coronel Plazas Vega também foi destituído e depois preso com a desculpa dos fatos do Palácio da Justiça.

Com o Dr. Londoño e o coronel Plazas Vega sem estorvá-los, o caminho ficou livre para fazer suas festas e, ao mesmo tempo, demonstrar ao país que a narcoguerrilha estava mais forte do que nunca.

Então, enquanto o coronel Plazas Vega foi posto preso graças às artimanhas da então Promotora Ángela María Buitrago que se fazia acompanhar por bandidos do M-19, como René Guarín, para destruir o coronel, o Dr. Londoño abriu seu programa de rádio La Hora de la Verdad, na rádio Súper, para dar sua titânica batalha pela democracia.

Desde os microfones do seu programa de rádio viu como Juan Manuel Santos tirava a máscara e exibia ante o mundo sua vergonhosa traição sobre a Colômbia. E, embora esta verdade brutal pudesse ter demolido a qualquer um, surtiu um efeito contrário no ex-ministro.

Desde então, este patriota cabal tomou as bandeiras da decência e, junto com outros valentes em seu programa e em outros, liderou com ardor o esforço para tirar a Colômbia da ignorante preguiça que impediu a muitos entender que aqui quem governa é a delinqüência organizada.

Porque Fernando Londoño sempre defendeu a liberdade sem necessidade de ir caçar patos com Mancuso nem de subir em avionetas da máfia casanarenha [1], tampouco a guarda de suas convicções levaram-no a conspirar com a guerrilha e os narcos para derrubar governos ou nomear bandidos em cargos públicos. E menos ainda inventou antepassados gloriosos para suprir alguma desordem megalomaníaca.

Por isso, pela esmero de suas atuações e pela retidão de suas convicções, este governo o detestou e lhe pôs os apelidos mais infames de “Mão Negra”, “ultra-direitista”, “retrógrado” e outros mais. Hoje, esses epítetos do governo de Santos e seus áulicos quase lhe custam a vida. Quando se dirigia à sua residência fizeram o carro voar em pedaços, assassinado a duas de suas escoltas.

O explosivo e o modus operandi, segundo dizem os peritos, levam a assinatura do ETA, o bando terrorista espanhol que vem delinqüindo com as FARC, com o auspício e os dólares de Hugo Chávez e a vista cúmplice e facilitadora deste governo. O mesmo bando que tem uma velha amizade com os guerrilheiros do M-19.

Como Londoño sempre se opôs às aberrações da gestão de Santos, no que tem a ver com a Lei de Vítimas e Terras - que não é mais que um despojo a favor das guerrilhas -, criticando também o diálogo com os bandos terroristas que vêm sendo impulsionado por Santos, Vargas Lleras e o Promotor Montealegre, o crime organizado já enquistado nas instituições decidiu eliminá-lo.

Todos já sabemos que o governo de Santos tem dialogado há muitos meses com as guerrilhas do ELN e das FARC. E sabemos também que tais diálogos não têm outro objetivo que o de legislar e levar adiante o necessário para blindar estes criminosos com impunidade, tal e como já fizeram no passado com terroristas do M-19 como Gustavo Petro e Antonio Navarro Wolf, e com seqüestradores assassinos como León Valencia, hoje contratado do governo Santos.

Em pleno debate da aprovação do “Marco Jurídico para a Paz” na Câmara de Representantes, esta mistura delinqüencial de dialogantes quis pôr broche de ouro em sua estratégia de abrandamento do povo colombiano para levá-lo ao ponto de clamar medrosamente por um urgente diálogo com a guerrilha: atentaram contra a vida de seu principal crítico, o Dr. Fernando Londoño Hoyos.

E é que esta estratégia de abrandamento a vêm implantando quase que desde o começo mesmo deste governo. Centenas de soldados e policiais foram sacrificados pelas FARC com a permissão do governo, com a finalidade de nos conduzir à uma histeria coletiva, a um medo irracional, a um cansaço de sangue para que aceitemos como borregos a impunidade para os terroristas que o governo está buscando.

Porém, lhes saiu mal a volta. Fernando Londoño ficou vivo e isso nos fortalece mais para continuar desmascarando este regime criminoso e desumano ao qual não lhe interessa que milhares de colombianos morram assassinados, se essas mortes servem para permutá-las pelo Nobel da Paz, pelas novas rotas de narcotráfico, pela oportunidade de negócio no tráfico de armas ou pelo prazer arrivista de tomar chá com a rainha da Inglaterra.

Gustavo Petro, assinante com Santos de pactos carentes de delicadeza, esteve na Clínica del Country visitando o Dr. Londoño. A imagem me enojou como a de um abutre que quer verificar se sua vítima agoniza ou não. Em todo caso, chegou lá esse criminoso indultado saudando todo mundo com aperto de mão, como uma estrela de cinema. Porém deu de cara com dona Thania Vega de Plazas, a esposa do coronel, que o deixou com a mão estendida ao mesmo tempo em que lhe cantava suas verdades dizendo-lhe que, para ela, ele continuava sendo um terrorista e homicida. Petro deu de ombros desprezando o comentário dela, uma de suas vítimas, e entrou no quarto do Dr. Londoño. Lá, este homenzinho teve que suportar outra reprimenda do ex-ministro.

O camarada Santos também esteve visitando Londoño. E me enojou - também - porque não era um abutre senão uma hiena ávida de sangue. O Dr. Londoño também o atendeu como correspondia.

Samper também odeia Fernando Londoño, porém não teve a ousadia de seus iniciados para visitá-lo.

Santos, ao ver que Fernando Londoño estava mais vital do que nunca, desatou toda uma estratégia maligna de imprensa. Por todos os lados seus comunicadores chupa-mídias saíram a guinchar que isto havia sido um atentado da “direita”, um auto-atentado do Dr. Londoño com o objetivo de frear a aprovação do projeto de lei, auspiciado pelos terroristas, que se discutia no Congresso.

Do mesmo modo, a Câmara de Representantes, sem dar a menor importância, aprovou este engendro com o qual vendem os colombianos, entregando-os nas mãos dos mais sangrentos assassinos que temos sofrido.

O deslocado Santos que vimos na mídia balbuciando que as FARC não tinham nada a ver com o atentado e que se investigaria “o assunto a fundo”, não estava preocupado com o atentado, senão com o fracasso do mesmo. Eu tenho a íntima convicção de que esta tentativa de assassinato foi forjada pelo governo em conchavo com as guerrilhas. A mensagem que ele quis enviar à oposição era de que estava além da justiça e que podia fazer o que quisesse, inclusive matar o esmero na conduta deste país.

Não quero pôr o ponto final sem manifestar a profunda admiração que sinto por este grande mestre e incondicional amigo que é Fernando Londoño Hoyos. A Colômbia deve se sentir afortunada de tê-lo como um de seus mais preclaros servidores.

Hoje, Londoño Hoyos se levantou como um gigante dentre as ruínas retorcidas e fumegantes da bomba. Todos o vimos caminhar com a dignidade e a fortaleza de um colosso, ferido e sangrando mas com a hercúlea convicção de possuir a verdade ao seu lado.

Somente se derrubou quando se inteirou de que suas escoltas, Rosemberg Guzmán e Ricardo Rodríguez, haviam sido assassinados.

E foi aí que chorou inconsolável, como um menino.


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