segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Médicos obrigados a fazer Revalida criticam programa federal




  • Venezuelanos colocam em dúvida atuação de profissionais cubanos no país
SÉRGIO ROXO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
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A venezuelana Gabriela Conti critica a atuação dos médicos cubanos em seu país
Foto: Eliaria Andrade / O Globo
A venezuelana Gabriela Conti critica a atuação dos médicos cubanos em seu país Eliaria Andrade / O Globo
SÃO PAULO - Médicos estrangeiros e brasileiros que fizeram o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), exigido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) neste domingo, em São Paulo, criticaram o programa do governo federal de importar profissionais estrangeiros para trabalhar em cidades do interior do país e em bairros das periferias dos grandes centros. Os contratados pelo programa Mais Médicos podem atuar sem fazer a prova.
O venezuelano Simon Echeto, de 31 anos, diz que, mesmo que os profissionais de seu país pudessem ser admitidos no programa, ele não se inscreveria no Mais Médicos.
- Todo mundo deveria fazer (o Revalida). É injusto - disse, ao sair da prova.
Echeto mora no Brasil há um ano. Ele mudou para São Paulo para fazer especialização em cirurgia cardíaca. Sem o registro, tem apenas estudado e se mantido com o dinheiro que trouxe de seu país. Antes, trabalhou por cinco anos como médico na Venezuela e lá conviveu com os profissionais cubanos.
- Os médicos cubanos não estão capacitados para tratar doenças, simples ou complexas.
Compatriota de Echeto, Gabriela Fuenayor Contin, de 30 anos, também critica a atuação dos cubanos em seu país.
- Trabalhando ao lado dos cubanos, pude ver que eles não estão preparados. Muitos prescrevem medicamentos ultrapassados.
Gabriela também está no Brasil para fazer especialização em cardiologia e não pode trabalhar sem a validação do diploma. Ela já fez a prova uma vez e não foi aprovada.
- A prova não é fácil, mas no ano passado a formulação estava um pouco confusa. Agora, está melhor.
A brasileira Maithi Mano Zilioli, de 26 anos, formada em Cuba, discorda dos venezuelanos.
- Os médicos cubanos são muito capacitados. Lá, ninguém morre na fila esperando para ser atendido - disse.
Maithi conta que decidiu estudar em Cuba, porque não conseguiu passar no vestibular das universidades federais e não tinha condições financeiras para arcar com um curso particular.
- A formação é muito boa. A partir do terceiro ano, você participa de atendimentos em hospitais em diversas áreas.
A médica voltou ao país logo depois de concluir o curso e não obteve o registro profissional cubano. Por isso, não poderia se inscrever no Mais Médicos. Mesmo assim, ela defende o programa do governo federal.
- O Brasil precisa de médicos.
Maithi diz que se sente capacitada para trabalhar no país e considerou a prova do revalida equilibrada. A brasileira acredita que ela e outros profissionais formados no exterior precisariam apenas fazer um curso sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Formado na Bolívia, o brasileiro Pablo Fortes, de 29 anos, defendeu que todos os médicos, que estudaram no país ou no exterior, sejam obrigados a fazer um exame antes de começar a trabalhar.
- Tem muito médico formado no Brasil que tem um nível pior do que quem veio de fora e está trabalhando - disse Fortes, que decidiu estudar na Bolívia por não ter passado nas faculdades públicas do país e não ter condições de pagar um curso privado.
Também formado na Bolívia, o brasileiro Leandro Lolato, de 27 anos, defende que todos os médicos formados no exterior sejam testados.
- Não pode haver privilégio para alguns.
A boliviana Paula Guardia, de 25 anos, gostaria de ingressar no Mais Médicos e lamenta o fato de os profissionais de seu país não serem permitidos. O programa do governo federal só aceita médicos de país que possuem profissionais sobrando.
- Quero obter o meu registro de qualquer forma e poder trabalhar.


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