Maximilien Sánchez Averláiz, embaixador da Venezuela no Brasil, está confundindo o baguncismo institucional em seu país — uma ditadura — com a institucionalidade brasileira, que ainda é uma democracia. Militante fanático do chavismo, um dos formuladores do “bolivarianismo”, Averláiz se mostra também um cínico. Na prática, ele diz que continuará a desafiar as leis brasileiras e que se insurgirá contra os Poderes Constituídos quando lhe der na telha. Por quê?
Ele emitiu uma nota respondendo às críticas da oposição. Lá está escrito:
“Faz parte das atribuições de um embaixador conhecer os acontecimentos políticos do país no qual está alocado (….) Inclusive tenho aceitado e continuarei aceitando qualquer convite que me façam os partidos signatários”.
“Faz parte das atribuições de um embaixador conhecer os acontecimentos políticos do país no qual está alocado (….) Inclusive tenho aceitado e continuarei aceitando qualquer convite que me façam os partidos signatários”.
O que ele está dizendo é que continuará a ignorar os limites das leis e do decoro que marcam a relação entre os países. “Conhecer os acontecimentos” não inclui participar de um ato contra o Poder Judiciário e contra a oposição — era disso que se tratava o encontro desta terça. O embaixador quer se encontrar com “partidos”? Até pode. A questão é saber para quê.
Arrogante, Averláiz foi adiante e criticou os partidos de oposição. Segundo informa a Folha, ele considera a nota das oposições uma “coerção da representação diplomática da Venezuela” e “uma tentativa imprópria de usar um país irmão para disputas políticas internas”.
Com a palavra, o Itamaraty e a presidente Dilma Rousseff.
Eis aí… Como Dirceu não encontra aliados internos para a sua causa, convoca os bate-paus do bolivarianismo. No caso, chamou o representante de um governo hoje ilegítimo, que golpeou até a Constituição que ele próprio impôs ao país. Acrescente-se, ademais, que o embaixador venezuelano tem experiência com esse negócio de oposição: é especialista em eliminá-la.
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