Pecuaristas decidem continuar em fazenda e ignoram ultimato dado por índios terenas
Terra sem Lei. Aonde está a polícia?
Os proprietários da Fazenda Esperança, em Aquidauana, Nilton Carvalho e Mônica Alves Corrêa, confirmaram ao Midiamax que não vão sair do local, apesar do ultimato dado por indígenas. Eles querem a desocupação em até 24 horas.
“Eu disse para eles que me dando um dia para sair não é achar uma solução. Tem uma coisa que chama dignidade da pessoa. Estamos desarmados e também queremos uma solução”, disse Nilton.
Segundo o pecuarista, eles permanecem dentro da sede da fazenda e cerca de 20 índios ainda estão no local. “Provavelmente só esse pouquinho vai dormir aqui e amanhã devem voltar mais”, explicou.
Os índios chegaram à fazenda por volta das 6 h desta sexta-feira (31) e, segundo Nilton,reivindicam 33,9 mil hectares da região que dizem ser tradicionalmente indígena. A Fazenda Esperança tem 4.600 hectares e 1.500 cabeças de gado.
“Eu só disse a eles [índios] três coisas: deixarem meus funcionários fora de confusão; eu não tenho nada contra eles e não nos sentimos culpados de nada, pois a fazenda é herança; por último, que todos somos vítimas dessa situação e que por isso estava disposto a ir até Brasília se necessário para resolver isso de forma inteligente e sem violência”, contou o fazendeiro.
Na propriedade rural há 12 funcionários e sendo que dez são indígenas. A Fazenda Esperança é herança do fundador da cidade de Aquidauana, Estevão Alves Correa e está em posse da família há mais de 100 anos, antes da Guerra do Paraguai.
Ainda segundo Nilton, nenhum representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) ou órgão indigenista foi ao local para conversar. “Estou aguardando uma solução, porque se for para ser igual na fazenda Buriti eu já estou velho demais. Respeito o lado deles, mas eles têm que respeitar o meu lado”, concluiu o pecuarista que tem 59 anos.
Atualmente existem sete aldeias indígenas no perímetro do município de Aquidauana, Taunay-Ipegue, Imbirussu, Lagoinha, Morrinho, Bananal, Ipegue e Água Branca. 31/05/2013
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