segunda-feira, 17 de junho de 2013

Governo britânico grampeou políticos do G20 em reuniões




Reportagem do jornal 'The Guardian' tem como fonte o ex-técnico da CIA Edward Snowden, que vazou dados do programa de espionagem dos EUA

Edward Snowden, de 29 anos, identificou-se como responsável pelo vazamento de informações secretas da CIA
Edward Snowden, de 29 anos, identificou-se como responsável pelo vazamento de informações secretas do governo(Ewen MacAskill/Reuters)
O governo da Grã-Bretanha ordenou a espionagem dos telefones e computadores das delegações que participaram das duas cúpulas do G20 realizadas em Londres em 2009, afirma o jornal britânico The Guardian em reportagem publicada neste domingo em seu site.
Segundo o jornal, a denúncia tem como base documentos capazes de confirmar uma "espionagem sistemática" realizada pelo centro de espionagem britânico GCHQ, que teria interceptado os telefones e computadores usados por políticos e funcionários estrangeiros nessas reuniões. Os documentos, afirma o Guardian, foram entregues pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, a mesma fonte que recentemente revelou o programa sistemático de espionagem dos Estados Unidos e colocou em xeque as garantias das liberdades civis sob o governo de Barack Obama.
No caso das escutas realizadas em Londres no ano de 2009, o objetivo era conhecer com adiantamento as diferentes posições dos países do G20, como a da África do Sul e da Turquia, entre outras. Entre as práticas desenvolvidas, os anfitriões britânicos teriam recomendado os integrantes das delegações a utilizarem uma série de locais, caso de internet cafés, que estavam sendo previamente monitorados pelos serviços de inteligência do país e permitiam acesso ao email dos participantes.
Em 2009, duas reuniões do G20, grupo que reúne os países mais industrializados e os chamados emergentes, foram realizadas na capital inglesa. Uma ocorreu em abril e a outra em setembro – ambas foram organizadas pelo então primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown. Todos os líderes do G8 (países mais ricos e a Rússia), que nesta segunda-feira começam uma cúpula de dois dias na Irlanda do Norte, também estavam presentes nos encontros.
O GCHQ britânico é equivalente à Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, órgão ligado ao Departamento de Defesa americano que está no centro do escândalo de espionagem nos EUA. A partir dos vazamentos de Snowden, vieram a público as revelações de que a NSA recolhe diariamente registros de milhões de telefonemas de clientes americanos da operadora telefônica Verizon, uma das maiores do país, e monitora o tráfego de internet das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Google e Facebook, com acesso a fotos, vídeos e e-mails de milhões de usuários de todo o mundo.
O governo americano afirma que o monitoramento ajuda a combater o terrorismo e não invade a privacidade dos cidadãos, mas a prática despertou severas críticas em todo o mundo.  O escândalo deixou estarrecidos grupos defensores das liberdades civis, uma vez que a espionagem promovida pela administração Obama tomou o lugar do prometido “governo da transparência”, uma das plataformas de campanha do democrata.
(Com agência EFE)

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